Créditos da imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach
Alguns gurus de redes sociais, com seus devotos de QI ignorado, soltaram que a campanha da Croácia (que demitiu técnico no fim das eliminatórias) acaba com os “entendidos” e suas fórmulas. Nem vou entrar no terreno da desonestidade intelectual destas pessoas. Vou apenas ressaltar como observam tão pouco que até o oportunismo é furado desde a raiz. Se há uma coisa que esta Copa do Mundo teve, foi uma fórmula de sucesso. Com variações aqui e ali, mas essencialmente a mesma estratégia foi dividida por todos os quadrifinalistas. Incluindo o Brasil. Ei-la:
1 – linhas defensivas sólidas, próximas e intermediárias – considerando que a maioria dos atletas veio de fim de temporada europeia. Seleções que tentaram posicionamentos adiantados ou heterodoxos, como Alemanha, Argentina e Espanha, tiveram vidas curtas. As duas últimas ainda podem creditar o fracasso à ausência ou anarquia de comando. O mesmo não se pode dizer da Alemanha, com um técnico que despertava confiança – ainda que em vão;
2 – mais ligações diretas e menos posse de bola – sem tempo e físico para entrosar a troca de passes na saída de jogo, a ordem foi jogá-la pra frente na primeira dificuldade, para a quase arcaica “segunda bola”. Praticamente um momento retrô em relação ao que é praticado em grandes clubes europeus – e, cada vez mais, no Brasil;
3 – individualidades isoladas – uma vez que os treinos priorizam as formações defensivas e posicionamentos em faltas (ver próximo elemento da fórmula), os talentos individuais tendem a receber poucas bolas “limpas” e ficar distantes entre si. O aproveitamento nestas oportunidades reduzidas se torna a diferença entre uma participação marcante ou decepcionante de cada um deles. Especialmente para os jogadores de ataque – embora maus comentaristas costumem estender o “fulano tá apagado” a meio-campistas, mesmo que estejam cumprindo seu papel a contento.
4 – concentração especial em bolas paradas e cruzamentos – seja no ataque ou na defesa, um escanteio ou falta bem cobrado ou mal marcado desequilibra as partidas, na mesma proporção (quando não maior) que os lances individuais. O mesmo vale para cruzamentos com a defesa postada, como no empate croata contra a Inglaterra – uma espécie de “bola parada em movimento”.
5 – falhar pouco ou não falhar – com linhas duras de marcação, individualidades sem vida fácil e tensão a cada bola parada, não é preciso dizer que um gol contra ou um frango enterram sonhos. Aliás, esta foi a Copa com mais autogols já vista.
Não chega a surpreender, assim, que o Atlético de Madrid seja o clube com mais titulares entre os finalistas. Embora a vantagem seja de apenas um jogador para Real Madrid e Barcelona, cada um destes rivais contribuiu com um zagueiro. Mesmo os armadores Rakitic (blaugrana) e Modric (merengue) cumulam funções defensivas. Outro ponto: por causa da época e seu desgaste, o que uma seleção fez num jogo de eliminatórias ou amistosos em março, com seus jogadores na ponta dos cascos, simplesmente não vai acontecer em junho/julho. A não ser que sua seleção esteja um desastre quase total neste período, dá para fazer os ajustes da fórmula e ser competitiva.
Vai ser assim em outras Copas? Não necessariamente. Como já disse em coluna anterior, é capaz que surjam novas técnicas de recuperação que mudem o quadro de desgaste físico. Também mencionei que a próxima edição, por ser no meio da temporada europeia, terá jogadores mais descansados em todos os sentidos. Somando-se isso ao calor árabe, que dificulta a compactação (vide a primeira fase na Copa brasileira), é até provável que a técnica encontre mais brechas para se sobressair. Em 2018, porém, o futebol campeão vai ser mesmo o da fórmula – ou receita, pra quem prefere falar em comida – mais bem executada. Bem diferente do que muitos sonhavam. Mas não por falta de aviso – embora até o colunista, por vezes, tenha esquecido.
PS: e o Brasil nessa história? Uma falha na bola parada e uma fenda na linha defensiva (entre Fernandinho e Paulinho) fizeram a fórmula/receita desandar. Caso a equipe conseguisse superar as dificuldades contra os Belgas, teria que voltar ao laboratório para o título. Não apenas com a volta de Casemiro, mas corrigindo o resto da fenda. Por mais que também não tenham agradado, jogadores como Willian e Gabriel Jesus foram menos influentes neste aspecto.
Uma coisa é certa seja em qual time for ou em qualquer seleção do mundo , o meio campo é o quebra cabeça a ser montado . Sem esse setor de inteligência nenhum time do mundo terá sucesso. Por ele passam as bolas do ataque o comando do jogo a parte defensiva. O futebol esta cada vez mais cerebral , intenso e com pouquíssimas oportunidades de gols. Precisamos entender que em uma partida de futebol um jogador fica em média 2,5 minutos coma bola. Por isso a necessidade de ter um jogadores diferenciados nesse setor. Hoje corre em média 10 km e copa do mundo não é lugar de mais ou menos. Há inclusive a necessidade de treinadores diferenciados , essa história de família de gratidão aos atletas é coisa do passado . Ou aprendemos isso ou vamos ficar no penta.
Excelente. Pena que tivemos um técnico parcial, desatualizado e medroso
Oi, Vicente. Tite não é nem desatualizado, nem medroso. Só que ficou preocupado com um lado do meio-campo e simplesmente presumiu que Paulinho daria conta do recado, sem considerar seu desempenho desastroso desde janeiro – inclusive na defesa, onde já não desarmava ninguém. Não foi falta de atualização, Foi falta de desconfiança quanto à capacidade de um jogador cumprir uma função atual.
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