Créditos da imagem: GazetaPress
Rogério Ceni está mais uma vez entre a cruz e a espada. Acostumado a grande vitórias, mas também a doloridas derrotas, o ex-goleiro e agora técnico de futebol reencontra-se novamente no início de carreira, com obstáculos além daqueles aos quais estava acostumado.
Poderia eu ficar aqui linhas e mais linhas escrevendo sobre a fase da equipe treinada por Ceni, mas isso já escrevi no meu último texto.
O que digo agora é que Ceni é o rival que todo mundo ama (e odeia) ter. É o cara com estilo antipático, desumilde e arrogante (e aqui não quero dizer que assim ele realmente é, já que sabemos que em frente às câmeras algumas pessoas se portam de forma diferente), que se acostumou a ser vitorioso, mas que também passou por situações embaraçosas durante a sua carreira, sem, no entanto, dar o braço a torcer.
Não há rival pior para o torcedor do que aquele que tanto ganha e que se coloca num pedestal, acima de tudo e de todos. É triste para o torcedor ter que engolir um ar de supremacia do rival quando existe realmente tal superioridade. Quando o São Paulo dominou o Brasil, a América e o Mundo, ninguém que não torcesse para o Tricolor do Morumbi conseguia suportar o nome de Rogério Ceni. Não havia nada a fazer, a não ser engolir – salve, Zagallo! – os discursos e atuações do então “arrogante” goleiro, primeiro a levantar tanto a Bola de Ouro de melhor jogador do Campeonato Brasileiro quanto a levar o prêmio de melhor jogador da final do Mundial de Clubes. Rogério estava insuportável a quem não era são-paulino.
Por outro lado, não há rival melhor para o torcedor do que aquele que tanto perde, mas permanece altivo. É o momento certo para a chacota, a piada, o “coloque-se no seu lugar”. Rogério, ao seguir dizendo que o São Paulo está jogando bem, dá armas para seus rivais tripudiarem sobre ele e sobre o seu time. Em 2006, quando o goleiro assumiu a falha ao final da partida decisiva da Libertadores contra o Internacional, seus rivais se calaram, não havia motivo para escrachá-lo, já que ele mesmo assumiu sua falha. Piadas aconteceram, sim, mas em um tom mais morno, não exatamente em cima do grande goleiro. Já nos últimos anos de sua carreira, quando insistia em falhar, mas seguia jogando, Rogério tinha que conviver com inúmeras críticas e com o “apoio” de seus rivais para que continuasse prestando serviços no gol do São Paulo.
Grande goleiro que foi, Rogério tem um caminho grande a percorrer agora como técnico. Deve estar pensando que é muito mais fácil estar entre as três traves do que entre as três linhas da área técnica. Deve estar pensando que é muito mais fácil dar entrevistas semanalmente, quando quiser, do que diariamente, principalmente após os jogos.
Tem, ao mesmo tempo, costas largas para suportar toda e qualquer pressão, que animam seus rivais, e braços acostumados a levantar troféus, que os fazem odiá-lo.
Enfim, Rogério, goleiro ou técnico, é um grande rival. Seja para amá-lo, seja para odiá-lo.
Assino embaixo, Jorge Freitas! O Rogério é um grande personagem do futebol. Fala-se muuuito mais do São Paulo por ele ser o treinador, seja na vitória ou na derrota.
Aposto que se ele for demitido, os rivais terão uma satisfação imediata, mas em seguida sentirão uma espécie de vazio…
Não há dúvidas que Rogério é um grande chamariz. Por méritos próprios, diga-se. Ele potencializa os resultados tricolores.
Gabriel Rostey o site de vcs tá ótimo! parabéns!
Muito obrigado mesmo, Bruno Silva! Agradeço em nome de toda a equipe 😉
[…] poucos meses, escrevi aqui que Rogério Ceni é o tipo de rival que todos amam e odeiam, simultaneamente, ter. Amam pois quando perde é o melhor tipo para ser tripudiado, mas quando ganha, é o mais difícil […]