Créditos da imagem: Ivan Pacheco/VEJA.com
É reconhecido mundialmente que Neymar é um jogador fantástico. Mas creio que só no Brasil o tratamos como tudo o que ele pode ser.
As percepções que eu usarei a seguir são bem subjetivas, mas necessárias para dar uma ideia do que quero dizer: tenho convicção de que a maior parte dos brasileiros – tirando os mais velhos, que frequentemente defendem que Garrincha ocupa o posto – entendem que Messi é o melhor jogador da história depois de Pelé. Pois nós sempre comparamos Neymar ao argentino. E, no fundo, muitos ainda esperamos que ele supere “La Pulga”.
Outro exemplo: Zico é considerado um dos nossos grandes de todos os tempos. É enorme a quantidade de brasileiros que entende que o Galinho de Quintino foi superior a Maradona, e que isso só não ficou “mundialmente estabelecido como verdade” pela falta de conquistas pela Seleção. O eterno Camisa 10 da Gávea é o maior vencedor da história do nosso mais tradicional prêmio no futebol – a Bola de Prata da Placar. Mesmo assim, não recebeu um reconhecimento obtido por Neymar com apenas 20 anos de idade: a Bola de Prata “Hors Concours” (fora da disputa, tamanha a superioridade em relação aos demais), honraria até então só dedicada a Pelé.
Sempre fui fã de Neymar e acho que é um jogador realmente histórico. Muitas razões apontam para isso, e seu protagonismo tanto em clubes quanto pela Seleção, desde muito jovem, só reforça. Mas desde a última eleição da Bola de Ouro da FIFA, quando ficou na terceira colocação e vinha sendo o principal jogador do Barcelona, o desempenho do brasileiro começou a despencar. Para exemplificar, não ficou nem entre os 10 melhores da UEFA. Pela Seleção, então, sua queda foi ainda pior: durante as Olimpíadas chegou a 11 meses sem marcar gols com a Amarelinha, e vinha colecionando cartões e suspensões a ponto de se tornar “odiado” por muita gente (quando passou a ser usado como exemplo negativo em uma recorrente comparação com a craque Marta).
Essa queda me deixou pessimista com seu futuro. Principalmente em se tratando de um jogador que parecia evoluir ano a ano em toda sua carreira.
Mas aqui no Brasil, durante as Olimpíadas, mesmo sob intensa cobrança e patrulha, demonstrou a personalidade e o protagonismo para conduzir a Seleção à conquista inédita. Lembrando os tempos em que fez o mesmo pelo Santos na Libertadores ou pela Canarinho na Copa das Confederações, recuperou sua condição de ídolo. É como se o coadjuvante de Messi e Suárez na última temporada tivesse reencontrado o “Pelézinho” que sempre viveu aqui no Brasil.
Muita gente trata futebol como uma ciência exata, como se o jogador fosse uma máquina e entorno, ambiente e memórias não fizessem diferença nenhuma. Pois não é. E o Brasil parece dar e extrair o que Neymar tem de melhor.
QUE ELE VOLTE AO PEIXE ENTÃO! HEHEHE
BRINCADEIRAS À PARTE, MUITO BEM COLOCADO!
Concordo. E acrescento: o Neymar tem potencial para ser mais do que Romário e Ronaldo Fenômeno foram para a nossa Seleção. Está nas mãos (nos pés e na cabeça) dele. E segue o jogo. 😉
Eu concordo totalmente! É claro que pelo que fizeram nas carreiras, hoje o Ronaldo e o Romário ainda são “maiores” que o Neymar, que é jovem.
Mas bola por bola, acho que ele joga mais que os dois. E já tem grandes feitos. ´´E mais questão de ganhar uma Copa como protagonista mesmo…