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Além dos muitos fatores que exercem influência decisiva nos jogos de futebol, um novo elemento foi integrado ao rol dessas variáveis na Copa da Rússia: o VAR (sigla em inglês para video assistant referee), ou árbitro de vídeo, como ficou conhecido nas paradas brasileiras.
Invariavelmente, as novidades trazem com elas, grande potencial de provocar polêmicas. E claro que elas ocupam manchetes no mundial de 2018, o primeiro a utilizar a tecnologia para auxiliar a arbitragem.
A novidade foi bem recebida por muitos e rejeitada por outros tantos.
Os que defendem a utilização da tecnologia nas questões envolvendo arbitragem no futebol entendem que o olho eletrônico é mais preciso que o humano. Assim sendo, a ajuda eletrônica contribui para a diminuição drástica dos erros dos homens do apito.
A tese tem lógica.
Mas há quem enxergue de maneira diferente, apresentando pontos de vista que podem colocar em xeque a visão teórica.
Salta aos olhos que manter 100% de atenção nas imagens projetadas num pequeno monitor de vídeo, por mais de uma hora e meia, é tarefa complicada para o olho humano, mesmo trabalhando em equipe, fechados numa sala e com 15 minutos de intervalo entre um tempo e outro.
Tem sido bastante frequente notarmos ilusões de ótica nas transmissões da televisão, provocadas pela visão multiangular oferecida pelos “olhos eletrônicos” espalhados em diversos cantos das arenas.
Os diferentes ângulos de observação podem gerar diferentes perspectivas em um mesmo lance. Não é incomum escutarmos nas transmissões de TV: “por esse ângulo fica claro…”.
Mas essa visão está à disposição do árbitro de vídeo?
Lembra do pênalti marcado contra o Brasil, no jogo contra a Noruega na Copa de 98? O árbitro viu Junior Baiano puxar a camiseta do adversário. Nenhuma câmera oficial registrou. Choveu críticas e protestos contra a marcação. Até que no dia seguinte, uma imagem feita por um torcedor que estava atrás do gol do Brasil, mostrou sem sombra de dúvida, a falta cometida pelo zagueiro brasileiro.
Efeitos especiais também podem iludir nossos olhos. Em câmera lenta ou super câmera lenta, um apoio de mão no corpo do adversário, parece um tremendo empurrão. Um choque, pode parecer falta para cartão.
O olhar digital não tem o poder de interpretar a intenção, ficando à mercê do julgamento humano, que é capaz de errar com convicção, negar o que os olhos vêem, por pura vaidade ou falta de humildade para admitir o erro.
O futebol é um dos poucos, senão o único esporte, em que a utilização da tecnologia na arbitragem não é bem aceita por boa parte da comunidade que vive o dia a dia desse esporte. No entanto, é preciso observar uma característica importante: um único lance pode definir toda uma trajetória esportiva.
No basquete, por exemplo, uma cesta polêmica dificilmente decide uma partida, a menos que seja no zerar do cronômetro.
No tênis, no vôlei, não há contato físico, deixando a arbitragem de vídeo praticamente só com a missão de conferir se a bola foi dentro ou fora. No boxe, esporte de grande contato físico, a fiscalização é sobre dois e somente dois atletas.
Claro para mim é que a utilização da tecnologia é incapaz de resolver todos os problemas de arbitragem, seja no esporte que for. Mas, naqueles em que o recurso de vídeo já é amplamente utilizado, há – inegavelmente – menor número de erros graves de arbitragem e, consequentemente, menor número de polêmicas a respeito da decisão dos árbitros.
A Copa da Rússia é o primeiro grande teste do VAR. Evidente que precisa de ajustes. Como exportar a cara tecnologia para todos os cantos do mundo? Por que a decisão de consultar ou não o vídeo é exclusiva do árbitro? Será que é muita confusão os times terem direito de solicitar a consulta em um determinado número de vezes durante a partida? Deve ser utilizado somente em momentos de claro erro, como, por exemplo, o gol que o atacante Jô, do Corinthians, marcou com a mão no jogo contra o Vasco pelo Campeonato Brasileiro de 2017?
São muitas perguntas a serem respondidas. O futebol está bastante atrasado na discussão dessas questões. Vai conviver com acertos e erros até que a prática conduza ao aprendizado sobre a melhor maneira de utilizar a tecnologia na arbitragem.
Gostei.
Eu sou fã do VAR! Além de corrigir injustiças, a checagem do lance pelo árbitro criou um elemento a mais de emoção no jogo.
É claro que não é perfeito e não solucionou todos os problemas de arbitragem, mas acho um avanço inegável…
Vamo porra!!! Vamos ganhar essa copa Brasil. Pra calae a boca de muitos.
Se existisse o VAR, O Inter seria campeão de direito em 2005…