Créditos da imagem: Montagem/No Ângulo
Embora não seja propriamente um clube de futebol, o Luna de Avellaneda, retratado no nostálgico longa argentino “Clube da Lua”, de Juan José Campanella, é, essencialmente, paixão.
Acontece que lá (como cá), os tradicionais clubes de bairro foram perdendo espaço para os condomínios fechados, o isolamento das pessoas e toda aquela história que estamos cansados de saber.
E assim, vítima da sociedade moderna, o Luna de Avellaneda se tornaria financeiramente inviável.
Ou melhor, apenas um sentimento seria capaz de mantê-lo: a paixão de seus sócios. Uma paixão que queima no coração e produz energia. Seja do motorista de táxi – estrelado por Ricardo Darín -, que nas horas vagas faz de tudo no clube, trabalha de graça na faxina e manutenção; seja do alcoólatra (Eduardo Blanco) que treina um time de futebol de salão. A paixão está lá.
Eis um breve relato do filme, que vale ser visto.
Tudo isso para falar de dois argentinos do São Paulo – Bauza e Calleri – que, embriagados pela paixão típica de seu povo pelo futebol, parecem ter vindo ao Brasil para tirar o Tricolor do marasmo em que se encontrava.
Bauza e Calleri “sentem” o jogo e esse espírito de competitividade já pode ser percebido nesse início de trabalho. Os gols nas duas primeiras partidas, a vibração nas comemorações e o estilo “touro indomável” do atacante dentro de campo (o quase gol de carrinho à la Viola contra os peruanos é emblemático) estão contagiando clube e torcida.
Ontem a equipe se portou de maneira nervosa e pouco inteligente contra o ingênuo Cesar Vallejo, fato. Mas é diferente ver um São Paulo errando por excesso de vontade e comprometimento. Há quanto tempo não se via essa “irritação do bem” pelos lados do Morumbi?
Se é prematuro apostar em um título tricolor na temporada – e é mesmo, já que há muitos ajustes a serem feitos (como a saída do também argentino Centurión da escalação titular) -, já dá para cravar que o São Paulo não será o time morno e insosso da última temporada.
Isso sem falar no uruguaio e “Deus da Raça” Lugano, que ainda nem jogou desde o seu retorno!
Hay pasion.
Até onde o São Paulo pode chegar? A conferir.
No próximo domingo, um bom teste contra o fatal Corinthians de Tite.
E segue o jogo.
Uma crônica maravilhosa, que faz reviver a nossa PAIXÃO pelo Futebol.
Assino embaixo, Fernando Prado! Centurion ainda parece que está no seu próprio planeta, não percebeu a nova proposta do time, que já é possível perceber nestes poucos jogos e me deixa otimista. Parabéns pelo texto! Abs
[…] tem uma base do ano passado e agora precisa é ser maturada sob o comando do competente e discreto Bauza (reparem como, tirando erros individuais, o sistema defensivo do time esteve bem postado no […]
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