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Como nova velha polêmica da semana, o técnico de vôlei feminino Bernardinho foi flagrado desabafando algo como “jogar contra homem é f…”. O “homem” em questão é a atacante Tiffany, que já atuou no esporte masculino, antes de realizar procedimentos para mudar de sexo. Bernardinho teve que pedir desculpas, mas foi apoiado por Ana Paula – ex-atleta que não se submete ao padrão de consciência (entenda-se: esquerda politicamente correta) de antigas colegas. O que leva a pensar: e se um atleta de futebol resolvesse fazer o mesmo?
O caso de Tifanny, nascida Rodrigo Abreu, afeta menos de 1 % da população – embora se tente fazer crer que seria mais, não fosse uma “imposição de gênero pela sociedade”. Uma das formas de tratar esta raridade psiquiátrica é, se a pessoa assim quiser e assumir os riscos, realizar os procedimentos de mudança de sexo. Eles incluem uma bateria hormonal para igualar, na medida do possível, a composição feminina. O problema, em termos de competição, é que a redução de testosterona não apaga o que ela já fez pelo corpo. Há uma vantagem inequívoca e permanente em termos de estrutura corporal e facilidade para determinadas ações. Como, por exemplo, saltar. A potência muscular, ainda que já distante de um homem na plenitude hormonal, também é superior. Logo, mais velocidade. Algo que ajuda na quadra e faria ainda mais diferença no campo.
Em tese, nada impede que, neste reduzido 1 %, esteja ao menos um atleta que pratique futebol. Caso se encontre na mesma situação de Tifanny, é possível vislumbrar três posições em que se sobressairia com destaque. A primeira é óbvia: goleira. Nem precisa ter a altura da jogadora de vôlei. Com 1,85 m, além do salto maior, teria tudo para fazer até um tranquilo Guardiola ficar com os cabelos em pé – força de expressão. A segunda viria a ser a zaga, por razões similares. A terceira seria a de centroavante, inclusive pela força no chute. O que não quer dizer que não haveria vantagem em todas as outras funções, por velocidade e força. Para efeitos ilustrativos, eu imaginaria um jogador sub-15 (no meio da puberdade) atuando no meio de mulheres profissionais. Alguém realmente acha que tal atleta não sobraria em campo?
Acredito que a boa vontade no caso de Tifanny se deve ao detalhe de que o vôlei não é esporte de contato. Aproxima-se do tênis, esporte que teve a primeira atleta trans conhecida. Tratava-se de Renée Richards, que chegara a disputar Grand Slams como homem. A diferença é que este(a) realizou cirurgia quando tinha mais de quarenta anos. Ainda assim, chegou a ser top 20. Posteriormente, foi técnica de Martina Navratilova – recentemente massacrada após manifestar o mesmo posicionamento de Ana Paula. De todo modo, voltando ao foco, a história certamente seria outra se Richards jogasse basquete. Ou praticasse wrestling. Não seria crível que a Suprema Corte americana, que lhe permitiu atuar no US Open, chegasse à mesma tese. Seria uma violência literal e inequívoca contra as mulheres biológicas destes esportes. Ou um perigoso convite ao doping por parte delas.
É neste momento do debate em que a desonestidade intelectual usualmente aparece. Leva-se o assunto ao campo do preconceito. Não se trata de preconceito. É conceito. A pessoa tem o direito de, sob supervisão médica, entender-se como mulher em corpo de homem – ou vice-versa. Merece compreensão e apoio. Porém, por mais árduo que seja aceitar, não se pode ter tudo na vida. Não porque alguém decretou, mas porque há outras pessoas com direitos. Como o direito das atletas, com todas as dificuldades (incluindo preconceitos) a vencer, não se deparar com adversárias beneficiadas por constituição biológica masculina. Como costuma acontecer, o maior lado é ignorado ou patrulhado até se calar. Que falemos por elas.
“O problema, em termos de competição, é que a redução de testosterona não apaga o que ela já fez pelo corpo. Há uma vantagem inequívoca e permanente em termos de estrutura corporal e facilidade para determinadas ações. Como, por exemplo, saltar. A potência muscular, ainda que já distante de um homem na plenitude hormonal, também é superior. Logo, mais velocidade. Algo que ajuda na quadra e faria ainda mais diferença no campo.”
Por falar em desonestidade intelectual, essa é apenas a sua opinião leiga, não existe pesquisas que embasam essas suas afirmações. Muitas mulheres trans costumam ter menor dosagem de testosterona na terapia que mulheres biológicas. E a terapia hormonal com antiandrogênicos e estradiol é capaz de alterar toda a estrutura muscular e apesar de não diminuir os ossos, ela reduz sua densidade. Portanto, é preciso mais honestidade ao tratar desse assunto, já que não há comprovações para além do preconceito em relação a essa tal vantagem das mulheres trans, mesmo que ela seja verídica.
[…] no mundo todo, é aprimorar o esporte. O campo é muito grande. O gol é maior ainda. Como disse Gustavo Fernandes, uma goleiro trans acabaria com o jogo. Tem esportes em que medidas não fazem diferença. Em outros, fazem. No vôlei, da polêmica […]
se fosse covardia ela estaria na seleçao brasileira e seria a maior pontuadora! eh puro preconceito!
eu quero so ver como ia ser trans no ufc rsrs