Título do Brasileirão: disputa restrita a dois?

Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo

Com campanhas quase impecáveis, após maiúsculas vitórias como visitantes nesse domingo, Corinthians e Atlético parecem ter consolidado que são os times a lutar pelo título neste Brasileirão.

Enquanto um é mais conservador (não concordo com o termo “pragmático” para o time de Tite, que não se baseia em contra-ataques, não depende de bola parada e nem pratica o “Muricybol”) e regular, o outro é sempre ousado e propicia excelentes partidas, abertas e emocionantes até o fim.

Mas é muito bom sinal notar que nenhum deles possui algum “caneleiro” entre os titulares do meio para frente (impossível não lembrar do que o carismático e divertidíssimo Levir Culpi falou sobre o reserva Leandro Donizete) e jogam com muito toque e bola de pé em pé. Também são equipes muito trabalhadoras e intensas, em que todos marcam e participam do jogo.

Não bastasse a pontuação e a regularidade, os dois ponteiros do campeonato ainda têm foco total na competição, pois foram eliminados na Copa do Brasil no meio da semana passada. Isso é uma vantagem principalmente em relação ao competidor mais próximo da dupla, o Grêmio, e mesmo em relação aos que vêm na sequência, já mais distantes, como Palmeiras, São Paulo e Fluminense.

Fortes como mandantes e visitantes, regulares (passaram praticamente todas as rodadas no G4), com bons ataques (o “retranqueiro” Corinthians reagiu e já é o terceiro maior goleador do campeonato, enquanto o Galo é o maior) e defesas (a dos paulistas é a menos vazada, e a mineira é a quarta), com torcidas apaixonadas e presentes, e sob o comando sereno e competente de Tite e Levir Culpi (que hoje são os meus técnicos brasileiros favoritos para assumir a Seleção), é difícil imaginar que a taça possa escapar de um dos dois.

O alvinegro paulista passará por uma dura sequência de jogos (Fluminense, Palmeiras e Grêmio), na reedição do que foi a única série de três partidas sem vitória do atual líder da competição (no primeiro turno, fez apenas um desses nove pontos disputados), e ainda contará com desfalques importantes, como do volante Elias. Se sobreviver bem aos adversários que lutam pelo G4, terá encaminhado o sucesso no Brasileirão, principalmente porque se recompôs da perda de Luciano (que surgiu no fim do primeiro turno como solução dos problemas ofensivos do conjunto de Tite) anotando três gols em cada uma das partidas posteriores que fez pelo Brasileirão – com direito a três marcados por Vágner Love, que antes andava tropeçando na bola.

Já o Atlético andou derrapando no final do primeiro tuno – com o atenuante de ter sido prejudicado algumas vezes pela arbitragem -, mas confirmou que não deve abandonar a briga pelo título ao bater o que eram dois rivais diretos, Palmeiras e Fluminense, em partidas bem “à la Galo Doido”. E se contra o alviverde a exibição dos mineiros não foi convincente, contra o Flu foi, e fez recordar a equipe que era unanimemente apontada como a de melhor futebol no país.

Apesar de algumas belas atuações do Grêmio do técnico “revelação” Roger, creio que essa última rodada separou definitivamente quem vai brigar pelo título de quem vai brigar pelo G4. A conferir.