Créditos da imagem: Globo Esporte
Nunca achei e continuo não achando a menor graça (nem dando grande importância) ao tal “Árbitro de Vídeo”. Aquela encenação toda, como vimos na Copa da Rússia, com decisões equivocadas e levando a discussões maiores.
Mas sempre achei (e continuo achando) que ele pode ser útil – bem mais útil e barato – se usado de forma discreta, mais rápida e decisiva.
Acho que o “AV” deve ser usado para falar baixinho – ou gritando, se preferirem – no ouvido dos que estão no campo – árbitro central e seus auxiliares – dedurando jogadores malandros e/ou violentos. Denunciando quando atacante tenta cavar pênalti, finge ter levado cotovelada ou chute no tornozelo. E o inverso, claro. Avisando que foi falta – dentro ou fora da área etc. Vale igual para lances de impedimento.
Poderiam até criar uma espécie de código entre eles – que seriam chamado de AV e AC (Árbitro de Campo). Algo assim: “cotô” = cotovelada. “cal” = pênalti. “Choro” = finge que sofreu falta. “Felipe” = falta para amarelo. Evitaria, por exemplo, aquela papagaiada no jogo Palmeiras x Corinthians, na final do Paulista deste ano, até hoje sem solução. Lembram que o jogo ficou no vai-não-vai por quase 10 minutos, até que alguém de fora – alega o Palmeiras – meteu sua colher de pau e disse que não tinha sido pênalti…
No jogo Flamengo x Grêmio, quarta-feira, no Maracanã, por exemplo, anotei dois momentos quase perfeitos de entendimento rápido e discreto entre o AV e o AC. Os dois em tentativas de cavar pênaltis. Um pelo time carioca e outro pelo gaúcho. Em ambos o AV sussurrou “choro” e o AC rapidinho gritou “segue o jogo”. No primeiro, então, estiveram perto do ideal. Quase nem deu para a galera perceber. No segundo – lance um pouco mais difícil – demorou 20 segundos. Sem aquela de ir conferir a imagem.
Com a cabeça mais fresca, fora do calor e da confusão natural do jogo, o AV poderia também dar uma ajuda importantíssima para o AC, quando o jogo estiver pegado, quente, e um gol – ou mesmo um pênalti nos minutos finais – pode mudar o destino do jogo. Virar derrotado e vencedor ou vice-versa. Nesse caso, o código poderia ser: “TCM” = Te Cuida Malandro.
Seria o sinal para o AC segurar mais o jogo no meio de campo, longe das áreas, e calcular quanto tempo deve dar de acréscimo, considerando o mando de jogo e a pressão da galera das arquibancadas. Na mesma quarta-feira, em dois jogos decisivos pela Copa do Brasil, aconteceram momentos idênticos. No jogo Cruzeiro x Santos, o árbitro deu lá os minutos de acréscimo que julgou corretos e depois – com o time da casa no ataque – indicou mais um. Só que ocorreu um “inesperado” contra-ataque dos visitantes, com chance de gol, que daria a ele a vaga nas semifinais. E o que fez o árbitro? Mais que depressa apitou final do jogo (!).
Não sei – porque não quero falar diretamente daquele jogo, mas da tese – nem fui conferir se o tempo estava esgotado ou não. Nem se o jogador santista conseguiria marcar o gol. O papo é outro, percebem. É sobre a importância – correta e/ou esperta – que pode ter o AV. Se ele tivesse tido “TCM” ao AC, este não teria feito o último acréscimo.
(rsrsrs)
E não é que ocorreu igual no jogo Flamengo x Grêmio? Os rubro-negros fizeram cera de fazer inveja a abelhas e o árbitro, cumprindo as normas, deu seis minutos de acréscimo. No calor do jogo, o AC não podia calcular o risco do Grêmio – que atacou o tempo todo – escapar, empatar e provocar enfartos em flamenguistas. Ele, AC, não podia, mas o AV podia imaginar e, para evitar a catástrofe, dizer no ouvido dele: “TCM”.
E ele não teria dado 6 minutos a mais, para apitar o final faltando 70 segundos…
““Felipe” = falta para amarelo.” hahahahahaha ri muito disso.
JUIZ MALANDRO!!!