Créditos da imagem: portalvox.com
O corintiano se acostumou nos últimos anos a ter como maior ídolo o treinador de seu time. Mas, além de ídolo, Tite era uma espécie de garantia de “estado da arte” no comando de uma equipe no Brasil.
Depois de ver seu técnico – o mais identificado com um clube brasileiro nas últimas décadas – deixar o clube para assumir a Seleção Brasileira, qualquer escolha “tradicional” parecerá um retrocesso. Ou alguém acha que um Abel Braga ou um Oswaldo de Oliveira, por melhores que possam ser, fariam um trabalho igual ou superior ao que Tite vinha fazendo no Timão?
Diante disso, creio que é momento de apostar. Até porque não existe escolha sem riscos. Ou o Palmeiras não se frustrou com Marcelo Oliveira, brilhantemente bicampeão brasileiro pelo Cruzeiro (que, aliás, decepciona uma vez mais, agora no Atlético)? Ou o multicampeão Muricy Ramalho não foi um fiasco completo no Flamengo? Ou Mano Menezes e Abel Braga não foram “reprovados” em suas últimas passagens por, respectivamente, Corinthians e Inter?
Para ser franco, penso que a contratação de um Oswaldo de Oliveira, por exemplo, não é sequer uma aposta. Afinal, qual expectativa se pode ter com um treinador de longa carreira, que teve bons momentos, mas nunca foi uma unanimidade? Basicamente, se “der certo”, deve terminar a temporada no clube e ter que buscar um novo lar para o ano seguinte, como tem sido desde 2013; já se der errado, será demitido durante as disputas, como foi no Santos, Palmeiras e Flamengo.
Meu nome favorito para o Corinthians (e basicamente para qualquer outro clube brasileiro) seria Fernando Diniz, que dá mostras de ser um treinador absolutamente diferenciado (falo mais sobre em “Flamengo e Fernando Diniz: tudo a ver“). Mas diante de sua negativa pública a qualquer convite, creio que Sylvinho é a melhor aposta.
Lateral-esquerdo revelado no “Terrão”, Sylvinho acumulou taças e chegou à Seleção em cinco anos atuando pelo clube do Parque São Jorge. Depois disso, jogou na Inglaterra e Espanha, defendendo gigantes como Arsenal e Barcelona (onde venceu duas Champions League, em 2005-2006 e 2008-2009), tendo sido comandado na carreira por nomes como Vanderlei Luxemburgo, Arsène Wenger, Radomir Antić, Frank Rijkaard, Mark Hughes, Roberto Mancini e, principalmente, Pep Guardiola.
Não bastasse isso, a partir de 2011 começou uma carreira como assistente técnico. Primeiramente de Vágner Mancini, no Cruzeiro. Depois, passou um ano e meio no Corinthians, inicialmente com Tite e posteriormente com Mano Menezes, até embarcar para a Inter de Milão em 2015 para auxiliar seu ex-treinador, o italiano Roberto Mancini, onde está até hoje.
Ou seja, ele conhece muito bem o clube no qual foi revelado. Mas não só, conhece também este novo Corinthians, o bicampeão mundial, da Arena de Itaquera. Conhece o trabalho de Tite. Mas acima de tudo, conhece o que de mais atual existe no futebol mundial, incluindo o revolucionário trabalho de Guardiola. Se temos desconfianças da “atualização” de nossos treinadores, creio que não cabe tal dúvida em relação a Sylvinho.
É claro que pode dar errado. Com qualquer um pode, ainda mais com alguém que teria sua primeira experiência como treinador. Mas, como praticamente tudo na vida, até isso pode ser bom, sem que ele tenha adquirido vícios e se moldado pelos “caixotes” que a vida vai impondo à maioria esmagadora das pessoas.
Acho que é hora de sermos menos conservadores no Brasil e questionarmos “verdades absolutas”. Quem foi que determinou que técnicos estreantes não podem dar resultado? Guardiola debutou como treinador de uma equipe principal já na temporada em que conquistou todos os seis títulos disputados pelo Barcelona. Zidane agora venceu a Champions na estreia como treinador principal. Se dois dois clubes mais ricos do mundo podem se dar ao luxo de arriscar novas opções em vez de apelar para “medalhões”, por que os nossos não podem fazê-lo? E mesmo o sucesso do inexperiente Roger Machado no Grêmio deveria inspirar mais esse tipo de ambição.
Vivemos um tempo de protagonismo dos treinadores, em que estudiosos como Sylvinho podem realmente fazer diferença. Vejo muito mais possibilidades de ele convencer e ser o treinador corintiano em 2018, do que imaginar um desses “figurões” conseguindo tal façanha.
E se der errado? Bem, aí vai ser feito o que se faz sempre que isso acontece, seja com o novato ou o “medalhão”. Não existe escolha sem riscos. E neste caso, só o que muda é o risco de acertar.
va assusta outro
OTIMOS ARGUMENTOS, GOSTEI
Gostei dos seus argumentos, Gabriel Rostey, acaba sendo tentador mesmo contratá-lo. O que “pega” pra mim é que o Sylvinho NUNCA foi treinador e NUNCA pareceu ser um tipo (pelo que me lembro dos seus tempos de jogador) com perfil de liderança. Sem falar que comandar um clube de massa, ainda mais tendo que substituir Tite (!), não promete ser tarefa das mais fáceis. Por outro lado, antes ele do que um Oswaldo de Oliveira da vida, que ACABOU de sair do Santos e do Palmeiras (para falar dos rivais corintianos) pela porta dos fundos. Hum, estou com Tite nessa, a melhor opção acho que seria mesmo o Roger, pois ele se enquadra nisso que você deseja (de ter algo novo a oferecer), mas já foi minimamente testado no Grêmio. 😉
HAHAHAHAHAHA
Ninguém quer assumir o BONDE Corinthians!
Já levaram não do Roger, do Fernando Diniz e agora do Sylvinho!
Eu SE divirto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Projeto serie B?
Concordo e espero que seja mesmo o Silvinho.
Os argumentos são, de fato, bons. Problema é achar que os manus, os que querem mandar no time, tomem conhecimento deles. Não acredito, uma pena
Ué e o Diniz? Rs
Rs, seria o meu nome favorito, Caio! É o que eu disse no texto:
“Meu nome favorito para o Corinthians (e basicamente para qualquer outro clube brasileiro) seria Fernando Diniz, que dá mostras de ser um treinador absolutamente diferenciado (falo mais sobre em “Flamengo e Fernando Diniz: tudo a ver“). Mas diante de sua negativa pública a qualquer convite, creio que Sylvinho é a melhor aposta.”
Abraço 😉
Thanks for being so informative. What Is The Meaning Of Cryptocurrency