Créditos da imagem: esportes.r7.com
Não me recordo se nos longos papos saboreando bom caldinho de feijão e chopp a desejar, no enorme e barulhento Sindicato da Cerveja, naquele cantinho do Leme, Rio, perto do apartamento onde morava, Raul Plasman, excelente goleiro, ótimo amigo e comentarista, chegou a confirmar essa história, que considero perfeita.
Quando companheiros no grande time do Flamengo, Zico, com a autoridade que seu futebol de primeiríssima lhe dava, reclamou de Raul não ter tentado defender uma bola que foi para as redes. Raul, impávido, respondeu que era indefensável e ouviu: “pegar as defensáveis até eu. Você está ai para pegar as indefensáveis”.
Bem, assim como “advogado bom é o que, mais que a lei, conhece o juiz”, goleiro bom é o que pega bolas indefensáveis.
É preciso entender que goleiro é mais do que um dos 11 jogadores, com o privilégio de pegar a bola com as mãos dentro da grande área e usar uniforme diferente dos companheiros. Também não é ele e mais dez. São onze.
Ou seja, goleiro bom é o que se integra, sabe sair jogando, sua reposição de bola funciona como passe perfeito, orienta a zaga e inibe os atacantes adversários. Goleiro bom é o que parece maior que o gol, no olhar temeroso dos inimigos. Goleiro bom se aposenta com os dedos quebrados e vai jogar de centroavante depois de aposentado.
Como fazia Jurandyr, grande goleiro do Flamengo nos tempos de Domingos e Lourival, Biguá, Bria e Jaime. Tião (Valido), Zizinho, Pirilo, Perácio e Vevé, dono de um dos grandes times da várzea paulista, nas décadas de 1940/50.
Goleiro para ser bom, ensinava o técnico Osvaldo Brandão, não pode deixar o adversário pensar que falhou. Se o gol acontece, sai de imediato reclamando com os zagueiros. “A culpa é deles, nunca sua”, ensinava, e exigia.
Quem melhor entendeu as lições do mestre Brandão, foi Leão. Jogando pelo Palmeiras, Leão sofreu dois gols contra o São Bento, em Sorocaba. O grande repórter Roberto Thomé, microfone da TV Globo em punho, após a partida, indagou se ele havia falhado. Leão disse ao Thomé que a pergunta estava errada. E “ensinou”, que ele devia perguntar se a bola era indefensável. Thomé resmungou, mas seguiu a “lição”, e Leão, claro, disse que não. Que ele nunca errava. Que os atacantes é que acertavam. Orientado, Thomé editou a reportagem colocando todo o diálogo – era o troco que podia dar, e o fez com maestria.
Quando Rogério Ceni ameaçou encerrar a carreira a primeira vez – para o bem do futebol a prorrogou o quanto pode -, escrevi que os são-paulinos sofreriam por longo tempo e seus críticos acabariam reconhecendo sua importância para o time e nas conquistas. Naquele momento, houve quem discordasse.
Lembrando que o São Paulo teve outros grandes goleiros, como Poi, Valdir Perez e Zetti. O que era verdade, só que não se via ninguém capaz de substituí-lo à altura.
Os “outros”, que não se conformavam ao ouvirem a torcida chamá-lo de Mito, espertos, reclamavam que Ceni era ambicioso, mau companheiro, que não dava chance ao Denis. E continuaram, quando Denis, finalmente titular, falhava com constância. Diziam, então, que ele falhava porque não estava preparado. E não estava preparado, porque não jogava. Como se quem espera por sua vez não devesse – não apenas no futebol, mas na vida – estar sempre na ponta dos cascos.
Denis continua falhando. A grita para que o clube contrate urgente um outro aumenta a cada jogo. É da vida. Mas, veja, Denis não falhou nos dois gols que o São Paulo sofreu na última quarta-feira, e que provavelmente tiraram do time a chance de ir a mais uma final de Libertadores. Denis não falhou, mas também não defendeu as bolas (e nem tanto assim) indefensáveis.
Era o momento ideal para que a torcida esquecesse o pedido de nova contratação. Faltaram as defesas em bolas indefensáveis, de que falava Zico.
Indefensável, assim como aquela de Rogério Ceni no Mundial de 2005, contra o Liverpool, valendo o tricampeonato.
Pode ter feito uma defesa indefensável contra o Liverpool mas não era sempre assim. Debaixo do gol era apenas bom goleiro. Lembra contra o Inter na Libertadores no Morumbi? Falhou qdo não podia falhar. Falhava bastante mas era topetudo. É melhor que Denis sem dúvida. Debaixo do gol Zetti era melhor que ele. É que toca a bola, sai jogando ( as vezes entregava ) tinha marra, fazia uma onda que vou te contar. Mas era bom goleiro no geral mas não tudo isso. Compará-lo com Denis fará a nostalgia ficar maior.
Um Mito. Completo no gol e, além disso, artilheiro de gols inesquecívels como o….rsss
Boa as histórias com Raul, Leão, Osvaldo Brandão, Zico e Roberto Thomé
Lições do mestre Brandão, que Solitinho, com tudo para ser um grande goleiro, não aprendeu…
Acho que foi o Solitinho que jogou numa segunda feira a noite contra a Ponte Preta no Morumbi( Vicente Mateus não quis rodada dupla ) e o Corinthians perdeu e acho que foi de 3 gols. A memória me veio, meio vaga, por causa da sua lembrança do Solitinho.
Seria um bom goleiro, Gilberto, mas teve problemas
O “MiNto” era um frangueiro mas também um grande “marqueteiro” e politicamente mandava em todos. JÁ FOI TARDE.
Todo torcedor que não tem a felicidades de ser soberano, tinha mesmo que odiar o Mito, por saber que ele era uma barreira e que, por cima, matava os adversários com cobranças perfeitas. E você é o que mais sente dor no cotovelo, Vicente…rsss
Denis nasceu para ser reserva dos reservas!
Nunca serã um Mito, mas vai melhorar, ganhar confiançc. Já está mostrando-se mais seguro. Anote
Chifres
Denis saiu
Vai melhorar. Esperem
Mídia
Mídia? Mito…rss
Ontem (Corinthians 1 x São Paulo)ele fez umas duas no padrão Zico de exigência.
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