Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Corinthians e São Paulo estão na semana mais difícil para ambos neste início de temporada. Enfrentaram um calendário que os obriga a, em fase de montagem de elenco e time, jogar contra equipes que estão em plena temporada na Argentina, muito mais entrosadas e prontas. Não vou aqui gastar espaço para fazer as inevitáveis críticas ao calendário. Prefiro fazer o contraponto às previsões catastróficas feitas em relação aos dois times no momento em que o futebol brasileiro ainda está em construção.
A semana de Corinthians e São Paulo se encerra com um clássico, neste domingo, em Itaquera, que ganha contornos dramáticos. Por incrível que pareça, o Tricolor tem menos a perder. A eliminação diante do Talleres levou o time ao fundo do poço. O técnico Jardine já foi demitido. E uma estranha decisão da diretoria (mais uma!) dá aos são-paulinos pelo menos a justificativa para uma eventual derrota. O “salvador” Cuca só chega em dois meses e o interino Mancini já deixou claro que vai para um sacrifício que não desejava. Perder não piora muito as coisas. Empatar será uma neutralidade burocrática. Vencer, uma injeção de ânimo.
Os corintianos saíram arranhados, mas sobrevivem com o empate conseguido no final da partida contra o Racing. Perder para o São Paulo em casa, pela primeira vez na história da Arena, será um ponto negativo no encerramento da semana fatídica. Empatar representará a perda de dois pontos em seu campo. Vencer poderá dar o gás que o time precisa para as próximas semanas.
Acho que o resultado do clássico pouco importará na classificação do Paulista. Ficarei muito surpreso se, independente do resultado do Majestoso, os dois times não estiverem entre os oitos da próxima fase.
Discordo das críticas prematuras e das previsões sombrias em relação ao futuro dos dois times no resto do ano. Tanto Corinthians como São Paulo estão fazendo uma montagem de proporções grandes em suas equipes. Temos pouco mais de 45 dias do início dos treinos no ano. Em qualquer calendário mais organizado, os times ainda estariam terminando suas pré-temporadas. Mas aqui já partem para duelos decisivos contra adversários em plena atividade e entrosados.
Disse acima que o São Paulo tem menos a perder pelo simples fato de que a eliminação precoce na Libertadores foi uma das piores tragédias que o time poderia esperar no ano. O maior tombo já aconteceu. O que deve preocupar os são-paulinos são as decisões, a meu ver estapafúrdias, de trocar Aguirre por Jardine na reta final do Brasileiro, manter o novo treinador mesmo sem resultados convincentes em um ano que se iniciou com a Libertadores e, agora, contratar Cuca para início em no mínimo dois meses. É dar muita chance ao “azar”.
O Corinthians fez boas contratações para reverter o semifiasco de 2018. Digo isso porque considero que um time que foi desmanchado, perdeu técnico, apostou errado em Osmar Loss e Jair Ventura, conseguiu ainda ser campeão paulista e finalista da Copa do Brasil. O ponto negativo foi o risco de rebaixamento no Brasileiro até as últimas rodadas.
Agora, Fabio Carille tenta montar um time competitivo com bons reforços. Ainda padece de uma defesa desentrosada e insegura, mas tem boas opções no banco, da falta criatividade no meio, onde possui jogadores de talento (Jadson, Sornoza, Pedrinho etc), e ainda tenta aproveitar bem os bons atacantes de que dispõe. Love ainda não se adaptou à nova função que lhe foi dada, mas precisa de tempo. Se não der certo, o elenco tem outras boas opções.
Se a arriscada decisão do São Paulo de trazer um excelente técnico que só assumirá em abril der certo, imagino que estará em condições de fazer um bom Campeonato Brasileiro. Assim como, a partir do momento que consolidar a forma de aproveitamento de seus reforços, o Corinthians deverá ser competitivo neste ano.
Ainda é cedo para saber se estarão à altura de Flamengo, Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro, até porque esses quatro favoritos ainda não foram devidamente testados -se bem que o Flamengo já foi eliminado pelo Fluminense na Taça Guanabara. Os paulistas ainda têm o fato de disputarem um regional muito mais forte que os demais.
É cedo para defender ou criticar e condenar São Paulo e Corinthians. Ainda há tempo e elencos para ajustar os times. Ainda assim, o Majestoso ganha ares de dramaticidade. Entretanto, fora as gozações entre torcidas e o imediatismo das críticas, acho que será um jogo rico para observações e insuficiente para conclusões.
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