Créditos da imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net
O são-paulino tem motivos óbvios para se animar. Há duas semanas, classificar e eliminar o Ituano era tido como façanha. Com quatro partidas seguras, passou bem nas quartas e, nas semifinais, enfrentou o Palmeiras como igual. Mais até que a vitória nos pênaltis, chamou a atenção porque, mesmo sem um primor de performance, esta foi disparada a mais consistente no Allianz Parque, desde sua inauguração. Porém, o tricolor também tem razões para desconfiar. Não deste time, mas daquele cujo planejamento levava a um caminho distante do atual. E cujas contratações seguem apontando para um rimo distinto e temerário. Sim, a velha (incluindo os novos) e não boa diretoria.
As chaves da reação estiveram em medidas do interino Vágner Mancini. Com o time desacreditado como de costume, mais um departamento médico lotado (também de costume), resolveu apostar num meio-campo de garotos. Para tanto, deslocou Hudson para a lateral-direita, onde os contratados Igor Vinícius* e Bruno Peres se revezavam em constrangimentos. O reflexo positivo foi imediato, contando com a ajuda do entrosamento dos quatro de Cotia. Nestas mesmas duas semanas, contudo, a diretoria contratou atletas que podem mudar esta filosofia de jogo. Não me refiro necessariamente à questão de usar jogadores da base, mas à leveza e à rapidez que estes deram ao plantel. Algo que não se imagina em Pato, Vítor Bueno e Tchê Tchê. Tampouco em Hernanes e Jucilei. Todos jogadores de “oito dígitos”. Entenda-se: gastos anuais de dez milhões para acima. No caso de alguns, MUITO acima.
Não é preciso ser muito atento para imaginar que, com o retorno de Hernanes e a estreia de Tchê Tchê (o chamado “jogador de confiança” do novo técnico), dois dos três garotos do meio-campo estarão na berlinda. Na primeira oscilação (e garotos oscilam), haverá pressões pela experiência dos medalhões. Outro dia mesmo, o comentarista Casagrande soltou uma de suas pérolas, sugerindo Hernanes no lugar de Luan, um volante de marcação – o que seria trocar o apelido de Profeta para “Avenida”. A primeira baixa tende a ser Igor Gomes – justamente quem começou a mudança contra o Ituano. Depois, como já proposto pelo global, Luan. As duas alterações comprometeriam o time rápido e leve. Por tabela, a vida de Liziero (neste provável ponto, mais adiantado) e Antony seria dificultada. Como, há dez anos, aconteceu com o então jovem Hernanes.
Fora a questão de escalar contratados para justificar seus custos, existem os efeitos táticos. Além de maior mobilidade, os Evertons compõem a marcação pelo lado esquerdo. Pato não o fará. Ante tal privilégio, quem suprirá o papel defensivo será um jogador do meio-campo. Na formação atual, seria Liziero – que já sofre com o físico. Na que vislumbro mais para frente, seria Hernanes ou Tchê Tchê. A tendência é o já atarefado departamento médico precisar de outra ala. O maior erro de jornalistas, comentaristas e torcedores é achar que elenco é soma de jogadores. Como dito anteriormente, na verdade é uma combinação. Está difícil pensar nestes jogadores combinando entre si. Até por um técnico como Cuca, conhecido por transformar qualquer combinação em sanduíche de Subway – troca ingredientes e o gosto é sempre o mesmo.
Para fechar a sessão “contenham o entusiasmo”, existe aquilo que todo mundo sabe que virá: a negociação de Antony – no mínimo. Antony nem era visto como o sub-20 que “voaria” na temporada (pensavam no franzino Helinho). Hoje sua participação na equipe é ampla, tanto na ponta quanto flutuando. Aliás, se alguém merece não ter que marcar lateral, é ele. Mas logo será vendido, inclusive para pagar medalhões e medalhinhas. Mesmo que fique até o final do ano, não é o desejável numa equipe em – outra – reconstrução. Viu-se o drama de 2013, sem Lucas (que ficou no Morumbi por inacreditáveis – hoje – dois anos e meio). Mais: também se viu a aplicação do dinheiro pago pelo Ajax por David Neres (dois meses de clube), fora Araújo e outros. Como não se preocupar com tal retrospecto? Só com amnésia voluntária.
Há chance de isso não acontecer? Sempre há. Como diria o Dr. Brown, o futuro não está escrito. É feito por cada um de nós. O que ele não disse é que também existe o acaso. Uma olhada pro lado errado – ou certo – pode mudar uma vida. O que Mancini fez foi um “desperate shot” que pegou o finzinho da linha. Saber ler esta ajuda do destino modifica histórias. Mas a vida continua em seguida. Logo vem a tentação do “porto seguro”. É quando o momento de esperança corre mais o risco de virar uma alegria arquivada. Como outras que o são-paulino teve desde 2008. Resta torcer para que, mesmo que o futuro não seja o ansiado, ao menos a lembrança tenha um troféu a tiracolo. Com direito a Menudo no Spotify.
*considerando que Liziero também se chama Igor, o São Paulo deve ser o clube brasileiro com mais “Igors” desde a chegada de Charles Miller.
Texto muito sóbrio e inteligente, parabéns!
Good
Thanks for being a beacon of knowledge. Indian Cricket
Secure direct access to premier institutions with MBBS Direct Admission in Rajasthan.
Maximize your rewards with the Raja Luck Invite Code.
Explore the ranked best online casinos of 2025. Compare bonuses, game selections, and trustworthiness of top platforms for secure and rewarding gameplaycasino.