Créditos da imagem: Blog do Cosme Rímoli
Não é segredo para ninguém que a era de fartura de craques se esgotou no futebol. Hoje, a maior parte dos bons jogadores e muitos dos medianos rapidamente vão ganhar seus euros ou dólares em mercados menores que o brasileiro, mas mais lucrativos. O dinheiro acabou e o talento está escasso. Por isso, a saída é ser criativo e moderno, sabendo tirar de grupos medianos para bons o máximo possível.
Nos últimos anos, quem fez isso melhor no Brasil foi Tite. Com uma sequência de desmanches no Corinthians, conseguiu formar times vencedores e proporcionar a melhor fase da história do clube. Fez isso tão bem, que hoje é aclamado na Seleção Brasileira, ainda que em começo que parece promissor, mas já muito melhor do que as Eras Dunga e Felipão/2014.
O Corinthians, que levou com competência a transição Mano-Tite-Mano-Tite, entre 2008 e 2016, sentiu o golpe da perda do treinador para a CBF. Trouxe Cristóvão, que ainda não está no nível de ser um substituto à altura de Tite. Ainda mais durante novo processo de desmanche. O time despencou no Brasileiro e capenga na Copa do Brasil. A diretoria pensou, a princípio, em manter o auxiliar-técnico Fábio Carille até o fim do ano, mas a ladeira abaixo continuou. Voltou atrás e decidiu trazer outro treinador para início imediato.
As opções de mercado são as mesmas de sempre. Isso obriga a pensar em renovação. Roger não é uma realidade ainda, mas fez um trabalho competente no fraco elenco do Grêmio. E é da escola gaúcha, que tem se dado bem no Corinthians. Mesmo livre no mercado, ele não foi o escolhido. Assim, para renovar, sobraram alternativas mais arriscadas, como Eduardo Baptista ou Fernando Diniz.
A decisão da diretoria corintiana foi como nos velhos tempos, ao estilo “olho no retrovisor de administração”. Foi buscar Oswaldo de Oliveira, um técnico que ganhou um Mundial, um Brasileiro e um Paulista pelo Corinthians em 1999/2000, na continuação de excelente trabalho de Vanderlei Luxemburgo, e que, de lá para cá, perambulou e ganhou um Carioca pelo Botafogo, além de uns troféus no Japão. Renovação zero.
E o anúncio de sua chegada ocorreu no dia em que Tite levou a Seleção para uma vitória sobre a fraca Venezuela, mas que deu ao Brasil a liderança nas Eliminatórias. O comandante da Seleção faz o básico: time fraco tem que ser vencido mesmo que na casa do adversário e sem Neymar. Coisas que na era Dunga seriam motivos de alívio imenso.
Tite defende um futebol competente, solidário e moderno. Infelizmente, sua excelente parceria com o Corinthians parece ter sido obra do acaso. Afinal, o clube parece não ter aprendido nada com ele.
Esse final foi PERFEITO, Emerson Figueiredo: “Tite defende um futebol competente, solidário e moderno. Infelizmente, sua excelente parceria com o Corinthians parece ter sido obra do acaso. Afinal, o clube parece não ter aprendido nada com ele.”
É assustador acompanhar como a situação do clube vem degringolando rapidamente de um curto tempo para cá. Está mais do que na hora de mudar o grupo político no comando. Continuidade exagerada acaba sempre se mostrando nociva.