Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
A proximidade das Olimpíadas de 2020, disputadas um ano depois do que planejado inicialmente, tem tomado conta de boa parte dos noticiários esportivos no último mês. Entretanto, uma notícia olímpica, relacionada especificamente ao futebol foi o que mais chamou a atenção nesta semana.
Na última terça-feira, dia 29, o jornal A Bola, de Portugal, noticiou (e depois apagou) que o Uruguai, campeão do futebol olímpico em 1924 e 1928, seria considerado tetracampeão mundial, junto com as conquistas da Copa do Mundo de 1930, realizada no próprio país, e em 50, no Brasil.
Seria uma canetada típica do escritório de Zurique, Suíça.
Quem conhece a história uruguaia sabe que a seleção não é chamada de Celeste Olímpica à toa. Há um forte orgulho patriota quanto a estes títulos, sem qualquer necessidade de se alterar a nomenclatura nem acrescentar mais duas estrelas no peito.
Seria agora a Celeste Mundial? É claro que não.
Embora tenha sido organizado pela FIFA nos anos de 1924 e 28, o futebol olímpico não pode ser revisitado para se igualar à Copa do Mundo simplesmente porque são competições diferentes.
Caso o boato se confirme, deixará a impressão de que a FIFA, com tantas coisas mais úteis que poderiam ser resolvidas, talvez queira dar uma canetada para fortalecer seu principal evento frente aos Jogos Olímpicos, reivindicando para si a organização do campeonato de futebol dessas duas edições.
A seguir assim, por que não considerarmos também Canadá e Bélgica, campeões em 1904 e 1920, respectivamente, como mundiais? Ou ainda, reconhecer a Grã-Bretanha em 1900, 08 e 12 como tricampeã do mundo? Aliás, de quem seria por direito a taça Jules Rimet, entregue ao Brasil em 1970, já que o Uruguai teria chegado ao tri em 1930?
Questões acordadas por um assunto tão resolvido que, se ficasse quieto, ninguém sequer ligaria para isso.