Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Tite está de volta ao futebol brasileiro. Mas quando ele deixou o futebol brasileiro? Outros técnicos deixaram a seleção sem que isso fosse passagem internacional. Entre a segunda desclassificação nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar e a estreia pelo Flamengo, não rolou jogo algum como treinador fora do país. Nem mesmo de algum amigos de fulano em amistoso internacional pelas formigas de Borneu. Vamos corrigir: Tite continua no futebol brasileiro.
Não faltou papagaio de fonte garantindo sondagens e até propostas. Da Europa, das Arábias, dos EUA, de Liliput, etc… Tudo seria uma consequência natural. Afinal, Tite treinou o Brasil por seis anos, com direito a duas Copas. Aí que está, Pancho. Foram duas seleções que chegaram favoritas e repletas de destaques. Não era só Neymar. Não era só Casemiro. Mas ele se enrolou em seu mundo maravilhoso e perdeu as duas. Viajou tanto que levou turista ao campo – Daniel Alves, o grande exemplo positivo pra garotada se espelhar. Foi apenas um dos detalhes nada pequenos que os ponderados à brasileira relativizaram. Fontes mirongueiras garantem que, quando Tite foi assaltado e os meliantes reclamaram do time, os investigadores descartaram a trupe do Linha de Passe como suspeita. Seja como for, faltou combinarem com os gringos. Ninguém se interessou. Nobody. Nadie. Niente.
Tite queria manter a fantasia até o fim do ano. É que o Flamengo teve pressa. E os jogadores? Estão com pressa de rever quem os deixou em casa na hora H? Essa decisão do professor eu nem questiono. Pelo contrário: apoiei. Não sou sustentado por podcast e não tenho que defender vaga de quem não merece. Gabigol, Gerson, Cebolinha, Cascão, Charlie Brown & Cia não tinham mesmo que ir a uma competição de primeira prateleira. Só que eles não sabem ou não aceitam a realidade. Vai vencer o amor ou a mágoa? Fora isso, estamos falando mesmo do melhor técnico do Brasil, só que em 2016. Muita coisa aconteceu depois. Claro que ainda é o país em que Felipão, do 7 a 1, foi vice-campeão de Libertadores – no mesmo ano da Copa. Mas o Flamengo e a mídia já previram muito fiasco como sucesso na certa. Sugiro reservar uma vaga atrás da orelha pra pulga se hospedar.
Mesmo que Tite “volte” em grande estilo e o Flamengo ganhe tudo, a história não será recontada. O que não quer dizer que ele e seus “inquestionadores” não tentarão. Estão tentando desde a festa dos vizinhos. No multiverso do titismo, nunca faltam mundos em que o Brasil foi hepta. O hexa, claro, veio em 2018. Ao menos na dimensão em que Courtois não desviou o chute de Neymar e o Brasil foi pras cabeças. Em 2022, a bola não desviou e Alisson defendeu. O Brasil passou por Holanda e Inglaterra. Esqueci de contar: a Argentina perdeu nos pênaltis e Kane não errou sua penalidade contra a França. Messi se aposentou e foi exilado até de Rosário. Neymar ganhou o The Best e Tite só não comanda o Barcelona porque Xavi é mais barato. Mas é certo que assumirá o Manchester City em 2025 – a convite do próprio Guardiola. Acorda, pequeno Wilber – digo, Adenorzinho!!!!!
Será um final de ano interessante. Diniz, na revanche do Dr Albieri, pode se consagrar com a Libertadores e ser efetivado na seleção (alguém acreditou no papo de Ancelotti?). Tite ainda pode, numa dessas, ganhar um título se a reação do Botafogo se resumir a um jogo. Até porque, com o perdão da piada óbvia, time de Lúcio Flávio tem pinta de passageiro da agonia. Divertido mesmo será se perder por dois pontos. Seriam aqueles que poderia ter conquistado na Farmácia de Itaquera, se não fosse o receio de magoar os corintianos. Que, por sinal, estão possessos em qualquer parte do multiverso. Até o dia em que ele voltar. Depois de Vítor Pereira, é claro. Que, gostem ou não, sabe o que é trabalhar na Europa.