Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Ele “fala muito”, cria neologismos, gosta de uma conversa muitas vezes ininteligível e ganhou a fama de chato. Tite é um caso de quem precisa urgentemente de um gestor de imagem. Necessita de conselhos e treinamento para falar simples e diretamente. Essa postura em entrevistas faz com que as críticas ao seu trabalho sejam superdimensionadas.
Eu considero Tite um Rolando Lero competente. Sua história no futebol dispensa apresentações. É um técnico vencedor. A diferença que estabeleceu na Seleção ao substituir Dunga encheu os olhos dos torcedores. Comandou uma campanha brilhante nas eliminatórias para nos salvar da tragédia da desclassificação prenunciada na era Dunga.
Ok! A Copa frustrou a todos. Não pela derrota diante da Bélgica, fato normal em Copas. Mas pelo fraco futebol mostrado por jogadores como Gabriel Jesus, Neymar, Douglas Costa etc. Além da contusão de Renato Augusto, que não deveria ter ido.
Mas ainda o considero a melhor opção para a Seleção entre os atuais técnicos. Falar demais não é um privilégio de Tite. São insuportáveis as entrevistas de Felipão e Mano Menezes. Dos atuais técnicos de primeiro escalão no Brasil, talvez só Abel se salve das mesmices e enrolações.
Estamos em um ciclo completo de quatro anos para a próxima Copa. O futebol brasileiro está em renovação. Muitos dos que estiveram na Rússia não terão idade para ir ao Qatar. Por isso, são necessários testes com os novatos. E teste implica em tentar para ver se dá certo. Se pedirmos a cabeça do técnico a cada vez que o time não conseguir uma liga entre os escalados, chegaremos à Copa sem equipe testada e aprovada.
O Brasil não tem mais a superioridade que exerceu no futebol até décadas atrás. Não temos bons laterais. As opções de zagueiros são boas. O meio de campo tem talentos, mas nem sempre se consegue a melhor formação de imediato. No ataque tem muito menos opções do que já tivemos nos áureos tempos.
Não podemos exigir futebol de 1970 com a geração de 2019. É um trabalho de montagem. De fazer testes que podem sim mostrar maus resultados. A exigência está um pouco acima do padrão de qualidade da atual geração.
Não Emerson, sou Flamengo, o Abel também é enrolador, não consegue dar sequência a um pensamento e sempre termina elogiando o time que mesmo de rubro e negro ele insiste em chama-los de guerreiros. O Tite é um porre.