Créditos da imagem: Ivan Pacheco/Veja
Antes de mais nada, afirmo que não sou nem nunca fui um fanático pela Seleção. Torcia sim, todas as Copas. Afinal, minha primeira lembrança da vida é a Copa de 94, com as ruas enfeitadas, os blocos por Maria da Graça a “invadir o bar do Célio, ô, ô, ô”, cantando “em cima, em baixo e puxa e vai”. Logo se estabeleceu minha relação com a Seleção Brasileira: de torcedor de Copa, sem muita paixão, mas marcando presença de quatro em quatro anos – e em algumas ocasiões esporádicas como o o gol do Adriano contra a Argentina. Mas essa relação, menor, foi o estopim do meu maior caso de amor: com o futebol e com o Flamengo.
Passados 21 anos (!) do Tetra, eu me deparo com uma expressão que já está no meu vocabulário:
“7 a 1 foi pouco”.
Brinco o tempo todo com a dita cuja. “Gol da Alemanha” também já usei em vários posts e textos sobre as mazelas do futebol brasileiro. Quase um por dia, o que nessa altura faz o jogo estar em torno de 372 x 1 para os germânicos. Outra também utilizada é “um 7 a 1 por dia”, a cada dia que o futebol brazuca fica parado, ou mesmo anda pra trás (tipo re-escolher o Dunga). O que dá um placar de 2555 x 7 para a Alemanha. E ainda parece pouco.
Mas na semana de aniversário dessa data querida e tão rara, um ano do fatídico vexame, andei me perguntando qual a graça dessas expressões tão corriqueiras para usuários de redes sociais – incluindo este escriba.
Ainda não tive coragem de sequer rever os lances do jogo. O VT completo então… não sei se conseguirei ver um dia, em que pese não ter hábito de assistir VTs. A cada vez que algum flash ou foto passa na TV, ou que ouço ou lembro a voz do Galvão – o mesmo do “É tetra!” – se desesperar num “virou passeio”, bate um frio na barriga.
O que me faz imaginar aquelas crianças que choravam no Mineirão ou em suas casas, há um ano. Essa Copa poderia ser a de 94 para elas. Poderia despertar nelas a paixão pelo futebol, como foi comigo há 21 anos (!!).
E me pego pensando nos fanáticos que tatuam a Jules Rimet ou as cinco estrelas, ou os torcedores brazucas que percorreram e percorriam países atrás da camisa amarela, o velho bigodudo que anda com a Copa do Mundo debaixo do braço, sempre ao lado da Seleção…
E me pergunto: 7 x 1 foi mesmo pouco?
A diferença abissal de organização e pensamento coletivo entre o país Alemanha e o país Brasil faz o 7 x 1 parecer nada. A diferença entre a Seleção Alemã e a Seleção Brasileira naquela noite, por vários fatores (incluído os acima citados), faz o 7 x 1 parecer pouco. A CBF, que se apropriou de maneira escusa não só da camisa brasileira como do futebol brasileiro …para essa então, o 7 x 1 não foi nada.
Mas e para os apaixonados pelo Brasil? Os fanáticos pela Seleção Brasileira? As crianças, como eu fui em 94? Os que idolatram esse esporte representativo, significativo, que é muito mais que vinte e dois caras correndo atrás da bola?
Para esses todos, o 7 x 1 foi muito. Foi cruel, foi dolorido.
O brasileiro, esse povo festeiro e brincalhão, faz graça quando pode e quando não deve. O 7 x 1 não iria passar batido. É aquela coisa do Geraldo Magela, o cego especialista em piada de cego.
Mas passados 365 dias, a ficha não caiu para ninguém. Esse 7 x 1 é uma marca que jamais será esquecida, jamais será apagada. Brincar com ela é, afinal, uma forma de amenizar a dor que, admita, todos os brasileiros apaixonados por futebol sentiram e sentem até hoje.
7 x 1 foi muito pra mim.
o jogo foi comprado pela FIFA pra quem não sabe,um exemplo BRASIL goleou a FRANÇA no amistoso internacional por 3×1 ai ja alemanha ganhou no sufoco da FRANÇA por 1×0 ai quando é o BRASIL que pega a alemanha toma de 7×1 até mesmo os times mais fracos que o brasil já pegou não tomou de tudo isso,e tambem a farsa de”NEYMAR” na copa do mundo ?
fiquei muito puto com essa coisa ?