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O histórico de vexames internacionais do Arsenal ganhou mais um capítulo na última quarta-feira, 15. Após ser humilhado pelo Bayern de Munique (para quem não viu o jogo, não foi apenas o placar elástico de 5 a 1, mas também o vareio de bola que fez a disputa parecer um time de adultos contra um de meninos), o clube inglês cai pela sétima vez seguida nas oitavas de final da Champions League, e mais uma vez com um vexame – são três eliminações para o Bayern, duas para o Barcelona, e, pasmem, uma para o Milan (já em tempos mais negros do que rubros) e outra para o então fraco time do Mônaco.
Está certo que o time ainda não foi eliminado, mas visto o recente histórico do clube é absolutamente impossível acreditar que ocorrerá uma virada. O Arsenal se especializou em cair nas oitavas sem sequer precisar do jogo de volta. Contra o Milan, na ida, tomou 4 a 0 em Milão; contra o Mônaco, tomou 3 a 1 em Londres. Isso sem contar os 4 a 0 do Barcelona, mas já no jogo de volta.
O roteiro é simples: basta passar de fase para ser eliminado de maneira vexatória.
Mas o que mais choca é a passividade que reina no clube. A goleada sofrida pelo Barça contra o PSG por 4 a 0 na terça-feira abalou as estruturas catalãs, e Luís Enrique balança como nunca desde que conquistou a Champions League na temporada 15/16. Mas enquanto isso, em Londres, Wenger dorme tranquilo e parece longe de perder seu emprego.
Vinte anos se passaram e Arsenal e Wenger seguem sem se merecer. Mas agora por questões distintas àquelas iniciais.
Quando Wenger chegou, em 1996, o Arsenal era um time caseiro, pouco expressivo internacionalmente, e com dificuldades para se firmar até mesmo no Campeonato Inglês. Mas precisou de apenas dois anos para que Arsène pusesse novamente o time no caminho dos títulos. Foram três Premieres nos primeiros sete anos de trabalho, com o incrível esquadrão de 2003/2004 que conquistou de forma invicta o torneio e encantou o mundo com sua forma de jogar.
E as glórias de Wenger não pararam por aí. Duas temporadas depois, o Arsenal chegou pela primeira vez à decisão da Champions League, estando inclusive à frente do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, mas acabou tomando a virada com um gol improvável do lateral brasileiro Belleti.
Anteriormente taxado de time do jogo feio, o Arsenal demonstrava que não merecia Wenger, tamanha a glória do treinador frente ao então amadorismo dos dirigentes ingleses.
Mas como é a vida e como é o futebol. Onze anos depois, é Wenger quem não merece o Arsenal. Não é ingratidão ou má-fé, de maneira nenhuma. São números. Além dos consecutivos vexames internacionais, o time conquistou apenas mais duas Copas da Inglaterra e não passou de time simpático da Premiere League, sempre na zona de classificação para Champions League, mas nunca com forças para brigar pelo título até o final. Uma pena para um clube que internacionalizou sua marca e se agigantou além das fronteiras da rainha.
No futebol, há coisas que não se explicam, e essa relação Arsenal-Arsene é uma delas. É tempo de dizer que foi bom enquanto durou. Wenger será inesquecível nos Gunners, mas seu ciclo, enfim, chegou ao fim.
O Arsenal só vai crescer quando ele sair !
Eu acho essa história toda tão surreal, que há muito tempo não tenho nem ânimo de discutir mais profundamente. Um clube gigante e com esse investimento, que se contenta em ser um eterno coadjuvante não pode reclamar de nada!
Wenger foi realmente muito bom para o Arsenal nos seus primeiros dez anos, mas é estranho essa manutenção por mais tempo. Nao é possível nem se comparar a Ferguson que levou o United aos melhores anos de sua história durante todo o seu longo período como treinador.