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O Campeonato Paulista começa neste final de semana. Ou deveria escrever “Paulistinha”, como pessoas que deviam, pensar e agir o inverso, insistem em chamá-lo e, pior, torná-lo? Uma pena.
O Paulista já foi, com todos os méritos, Paulistão. Mesmo nos primeiros anos do Brasileiro, que cresceu do Rio-São Paulo e do Roberto Gomes Pedrosa, que incluía times de outros estados – Rio Grande do Sul, Minas Gerais…
Era, assim como o Carioca, um grande campeonato: completo, charmoso, desejado.
Os mais antigos devem lembrar dos grandes clássicos no Pacaembu, no Parque Antártica, no Morumbi incompleto e depois totalmente fechado, lotado com mais de 120 mil pessoas. Devem lembrar das exibições do São Paulo de Bauer, Rui e Noronha. Do Corinthians de Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. Do Palmeiras, já mais na frente, de Dudu e Ademir. Da Portuguesa de Eneas, de Denis, De Lorico, de Marinho Perez – cada um em seu tempo.
Tempos em que se a torcida saía em passeata pelas avenidas para comemorar o disputado título do IV Centenário de São Paulo, os três vezes bi do São Paulo, os tri levantados pelo Santos, sensação de 1955 a 1964. Tempos de Fla-Flu, no Rio, de Grenal, no Rio Grande do Sul, de Atletiba, no Paraná…
Engano achar que os estaduais deixaram de ser chamados no aumentativo, para amargar o diminuitivo, porque o Brasileiro deve ser chamado de Brasileirão. Tem mais atrativos. Mais charme, leva à Libertadores, que leva ao Mundial entre clubes. Tudo valendo mais dinheiro.
É verdade que o futebol tornou-se -para o bem e para o mal- mais profissional, vale dizer, mais dinheiro – que às vezes some pelo ralo. É verdade que a televisão paga mais para exibir os jogos do Brasileiro do que paga, no caso aqui, para mostrar o Paulista. Mas é verdade, também, que tem lugar para os dois torneios – e até mais…
E que o Paulistão vai cada vez mais se tornando Paulistinha por culpa dos dirigentes, dos cartolinhas. O preço imposto pela televisão é apenas o reflexo de como eles tratam o torneio local. Dos times que mandam para campo e até do que dizem em desastradas entrevistas.
Se o cartola chama o campeonato de Paulistinha, por que a televisão deixaria de concordar e pagar menos? E por que a torcida gritaria diferente, embora devesse? O que tem mais importância, emoção, charme e história? Um Palmeiras x Corinthians ou um São Paulo x Vasco? E assim por diante?
Se os da Federação exigissem em regulamento, e cumprissem, em que os times fossem obrigados a escalar o mínimo de oito dos seus principais jogadores, estabelecendo multas, perda de mandos de jogo e de pontos, seria diferente. Para o público e para a televisão. Sem medo de ser feliz…
Se o amigo está pensando em dizer que os clubes não podem peitar a televisão porque vivem pendurados em seu cofre, digo que não justifica e até complica. Revela incompetência administrativa, para se dizer o mínimo. E falta de união – porque, se houvesse, poderiam dizer aos donos dos canais: “devemos, queremos mais, mas tem de ser do nosso jeito”.
Bobagem? Sim, enquanto alguns conversarem uma coisa nas reuniões e saírem correndo, escondidos, para o Jardim Botânico para ouvir as ordens e fazerem diferente. Aí, vai ser cada vez mais Paulistinha e logo estarão executando o Brasileirinho no lugar do Hino Nacional, antes dos jogos.
Quem começou a chamar o Campeonato Paulista de Paulistinha, foram os BAMBIS por pura INVEJA de não conseguir ser Campeão Paulista. Tadinho do BAMBI José Aquino, certo Gilberto Maluf.