Créditos da imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Nos anos 1990, gostava de uma música chamada “Capitão de Indústria”, do Paralamas. Herbert cantava (?) “eu acordo pra trabalhar, eu durmo pra trabalhar, eu vivo pra trabalhar”. É o dia-a-dia de todos os que trabalham. No meu caso, acordo pra ver processos, pensar em sentenças, planejar audiências, etc… É o meu trabalhar. Por que esta lembrança? Porque deveria espantar como a pessoa que trabalha para redigir e planejar comentários esportivos, seu meio remunerado de vida, tenha falado que Tiago Nunes era “o melhor e mais modernizado treinador brasileiro”. Foi há menos de dois anos. Mudou o moderno, mudamos nós ou não mudou a má técnica de quem comentou?
“Ah, mas falar mal dele agora é fácil!”. Realmente, é fácil. Mas jornalistas esportivos ganham para o difícil. Para conversas de boteco um pacote de amendoim seria remuneração acima do cabível. Havia elementos, ainda em 2019, para dosar o entusiasmo com Tiago Nunes. E não me refiro à bobagem de que “Fernando Diniz montou aquele Athlético” – no roubem dos outros o que Diniz não ganhou até hoje. Nunes inspirava cautela porque era apenas seu primeiro trabalho, desenvolvido num campo peculiar (grama sintética muito rápida) e com um elenco predominantemente de força e velocidade – justamente para aproveitar as vantagens territoriais contra adversários não acostumados. Como ele se sairia treinando equipes de campos e características diversas? Deveria ter sido questionado por quem é pago para questionar.
Minha coluna anterior sobre Tiago Nunes é de quando já balançava em ItaqueraMinha coluna anterior sobre Tiago Nunes é de quando já balançava em Itaquera. Mas ainda em 2019, no FOMQ e em conversas com colegas de site, falei da dúvida acima. Tanto o São Paulo quanto o clube que efetivamente o contratou (Corinthians) tinham elencos que não lembravam o CAP. O gramado corintiano é rápido, mas não com as peculiaridades do estádio athleticano – que não raro atrapalham o próprio mandante. Para complicar, em vez de jogadores condizentes com o estilo do ex-clube, apostaram no lento Luan coordenando diversos armandinhos. Não demorou para que o segundo trabalho ganhasse ares de estreia profissional. Foi esta impressão de calouro que o treinador passou em cada mês no clube. Uma tentativa após a outra, com um único e enganoso bom momento – para surpresa de ninguém, no enganoso Paulistão.
A nova demissão de Tiago Nunes, desta vez no Grêmio, confirma a precipitação sobre sua qualidade. É compreensível que, com os estrangeiros Jesus e Sampaoli se destacando e os brasileiros na berlinda, houvesse até um desespero para encontrar um “Jesus brasileiro”. Porém, desculpem por ser repetitivo, jornalista não ganha para ser desesperado, entusiasmado, ufanista, xenófobo, etc… Ele dorme e acorda para buscar precisão. Muitas vezes não a encontrará no surpreendente mundo do futebol. Só que há uma diferença entre o surpreendido e o imprevidente. O primeiro estuda e analisa para não se surpreender. O segundo engaveta os argumentos inconvenientes e joga todas as fichas numa conclusão. Poderia ter acertado. Tiago poderia ter superado as incertezas. Mas elas estavam lá o tempo todo. Ainda estão.
Registre-se que a negligência dos comentaristas não pode ser usada como desculpa para dirigentes corintianos e gremistas. Os destinatários da imprensa esportiva são, essencialmente, os fãs do esporte. Clubes profissionais devem se acautelar mais ainda. Nas suas mãos, milhões de reais são mensalmente arriscados com vencimentos de treinadores e atletas. Ignorar a Lei de Murphy nunca a revogou do ordenamento da vida real. Do contrário, esta seria como os desenhos animados e suas caminhadas no ar. Mas não é. Você despenca mesmo que não olhe pra baixo…
Aqui vai um comentário que não tem nada a ver com o futebol…
A citada música “Capitão de indústria”, gravada pelos Paralamas do Sucesso nos anos 90, é na verdade uma composição dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, e sua primeira gravação, feita pelo cantor Djalma Dias, foi incluída na trilha sonora da primeira versão da novela “Selva de pedra”, de 1972, da TV Globo.
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