Créditos da imagem: Edu Fortes/AAN
Passadas as três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro, já é possível constatar algumas gratas surpresas. Entre os cinco primeiros colocados, três equipes chamam atenção: Sport, Goiás e Atlético-PR. Logo atrás, em sétimo (mas tendo disputado jogos mais complicados), a Ponte Preta.
Penso que seria prematuro considerar somente a colocação das equipes na competição para qualquer projeção, já que há um longo caminho a ser percorrido e equipes fortes como Cruzeiro e Internacional sequer têm escalado os seus melhores jogadores, vez que priorizam a disputa da Copa Libertadores. Sem falar nos clubes como São Paulo, Fluminense, Flamengo e Grêmio, que estão trocando de técnicos com o torneio em andamento (algo que nem choca mais, pois já estamos “anestesiados” com a bagunça instalada em nosso futebol) e no mercado de jogadores, tradicionalmente aquecido pela janela européia do meio do ano.
De qualquer modo, os jogos do começo do campeonato têm a mesma importância dos jogos do fim e certamente ajudarão muito na sequência das equipes na temporada. Como bem apregoa o mais badalado treinador do mundo, Pep Guardiola, as primeiras rodadas de um torneio de pontos corridos normalmente definem o destino dos clubes no resto da competição.
Bom, isto colocado, tratemos agora de cada equipe:
O Sport acabou decepcionando no primeiro semestre, quando foi eliminado do Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste. A ponto do técnico Eduardo Batista e o craque do time, Diego Souza, chegarem a ser questionados pela própria torcida. Porém, o Leão reagiu e agora tem se mostrado forte – está invicto no Brasileirão – e tem realizado boas partidas. O “fator casa”, que tradicionalmente pesa por aquelas bandas – já são vinte e um jogos de invencibilidade jogando no seu campo – tem sido fundamental para a boa campanha (vitórias contra Figueirense por 4×1 e Coritiba por 1×0 em Pernambuco e um empate amargo contra o Flamengo, fora de casa, quando chegou a abrir 2×0 de vantagem). Além do já mencionado Diego Souza, a equipe conta com outros atletas gabaritados, como Magrão, Durval, Hernane e o recém contratado Maikon Leite, e seguindo o embalo nos jogos em casa, pode pensar – quem sabe – em voltar à Libertadores.
O Goiás é outra equipe que está fazendo um ótimo início de campeonato. Com os mesmos sete pontos do líder Sport, a equipe de Goiânia conseguiu dois bons resultados com o mando adversário. Na primeira partida, jogando fora de casa, segurou um empate sem gols contra o Vasco. Já na segunda rodada, conseguiu fazer valer o fator campo e obteve uma bela vitória sobre o Atlético Paranaense, por 2×0. Neste último domingo, um feito importantíssimo para a sequência do campeonato: vitória, fora de casa, em cima do badalado Palmeiras. Ter sido campeão do Campeonato Goiano não poderia servir de parâmetro, porém até o momento o time está dando sequência ao convincente início de temporada e vai evidenciando a impressionante química do clube com o treinador Hélio dos Anjos. No entanto, com uma equipe um tanto jovem, deve oscilar na competição e, se conseguir revelar novos talentos (Erik, a revelação do ano passado, comanda o time atual) e ficar na parte de cima da tabela, a missão estará cumprida. Por fim, importante ressaltar o trabalho da diretoria do Goiás, que fechou a sua porta aos maus empresários, os quais tornaram-se personas-non-gratas no clube e instituiu novo teto salarial aos jogadores do clube de “apenas” cinquenta mil reais por mês. Tomara que vá bem e sirva de modelo.
Já o Atlético Paranaense, após um pouco promissor início de ano (demitiu Enderson Moreira com apenas um mês de trabalho), contratou o gordinho bom de bola Walter e, assim como o Sport, tem jogado bem quando mandante. Alguns especialistas dizem que uma das fórmulas para fazer uma boa campanha é não perder pontos em casa, independentemente do adversário. E isso a equipe do Paraná faz muito bem. Jogando em sua Arena, o Furacão sabe fazer a diferença, explorando o entusiasmo da sua fanática torcida. Na primeira rodada, uma vitória tranquila por 3×0 contra o time reserva do Internacional. Jogando fora de casa, pela segunda rodada da competição, não conseguiu fazer frente ao Goiás: derrota por 2×0. Nesse último final de semana, mais uma vez o fator campo ajudou. Uma vitória até certo ponto surpreendente sobre o poderoso xará de Minas, considerado um dos favoritos ao título (1×0). De qualquer modo, em que pese esse bom início, penso que o clube paranaense deve ficar satisfeito caso consiga manter-se na Série A sem maiores sustos. O time é fraco e muito dependente do talentoso, mas inconstante Walter.
Finalmente, não podemos deixar de citar o envolvente time da Ponte Preta. Impressionante como a equipe é bem organizada taticamente pelo seu ótimo treinador, Guto Ferreira (foto). Com um ataque rápido (Rildo e Biro-Biro são modernos e ariscos) e com talentos individuais que chamam a atenção (Renato Cajá continua jogando o fino da bola), a equipe teve uma tabela ingrata nesse início de competição, mas ainda assim conquistou dois bons empates fora de casa, contra os fortíssimos Grêmio (3×3) e Cruzeiro (1×1), além da vitória em seu estádio contra o São Paulo (1×0). Três duros adversários e cinco suados pontos conquistados. O ótimo trabalho no Paulistão, quando derrotou o campeão Santos e o vice Palmeiras, além de ter sido desclassificado pelo Corinthians em um jogo marcado pelo gritante erro de arbitragem que a prejudicou, vem sendo confirmado no Brasileiro. As perspectivas são muito boas e o time não deve sofrer para permanecer na Série A. Com sorte, quem sabe até não consiga algo maior.
Que role a bola.
Pelo jeito vai ter mais um time grande sendo rebaixado
rebaixamento
Sport campeão
Não é raro esse fenômeno de times menos badalados começarem bem. A Ponte, inclusive, é useira e vezeira disso – e de despencar depois. Acredito ser água.
Se fosse pra apostar em alguém, apostaria no Atlético, mesmo chegando no Brasileiro aos trancos e barrancos, foi campeão nacional e tem um fator casa que é um dos mais, ou não o mais, relevante do país.
Goiás deverá fazer aquela campanha à la Goiás mesmo, como no ano passado, segura, sem pensar alto, mas satisfeito em não lutar pra não cair.
O Sport começou assim ano passado também e caiu de produção. Tá mais encorpado, mais experiente e mais qualificado, pode ser que faça campanha de alto da tabela mesmo, e com alguma sorte e incompetência de outros, tente beliscar uma Libertadores.
87/2015 responde a pergunta?