Créditos da imagem: Reprodução Globo Esporte
O livro – em elaboração – de Diniz
Tenho quase 200 colunas (os mais atentos sabem que são mais) no site e imagino ter alguns leitores constantes. Estes devem lembrar que, no curto período em que o CAP de Fernando Diniz encantou a mídia, apontei lacunas e erros visíveis do time. Mais adiante, com todos concorrentes no mesmo estágio físico (o CAP praticamente só treinou por 3 meses), estes problemas foram fatais. Era um time amestrado, não treinado. Em 15 minutos, os adversários decoravam a sequência de passes da coreografia. A saída de bola, com defensores na bandeira de escanteio, tirava qualquer impedimento após desarme. A recomposição era tarefa ignorada. Enfim, um jogo lindo… para o circo.
Com esta introdução, devem estar pressupondo que esta coluna será em tom de “não falei?”, como quando deixou o CAP. Erraram. Os resultados do Fluminense podem ter sido similares, mas o desempenho foi diverso. Não tive a sensação de estar diante de um picadeiro. Ano passado, o sistema de jogo proposto era um livro de prólogo atraente, mas com menos de 10 páginas. Depois da demissão em Curitiba, com alguns meses de reflexão do autor, a obra já está entre 30 e 40 páginas. Ainda incompleta, mas a narrativa ganhou rumo. O grande problema será encontrar outra editora interessada. Para quem lê até a página 3 e pula para o epílogo, o que interessa é o final feliz. Não havendo, o editor-dirigente faz como no livro “O Jardim do Diabo” (de LF Veríssimo): gasta com um escritor de livros de quinta categoria. Melhor isso, pensa ele, que um encalhe na banca.
Fernando Diniz demorou para entender que precisa ir adiante. Bem adiante. Um semestre foi pouco para correr atrás do tempo perdido com sua notória teimosia. Seu Fluminense não se resumiu a grande posse de bola. Foi um dos que mais finalizaram. Um dos que menos sofreram finalizações. Ótimo. Mas também foi um dos que mais perderam. Há coisas que os números não mostram explicitamente. Uma equipe pode ceder poucas chances, mas escancaradas. Tanto por falhas individuais (e os goleiros foram um drama à parte), quanto por uma lacuna que não foi corrigida: a má recomposição. Na parte ofensiva, além das dificuldades técnicas dos escalados, parte das finalizações tinha sempre um pé adversário por perto. Fruto da lentidão na troca de passes. O jogo não é mais amestrado, porém ainda carece do dinamismo necessário a um bom ataque.
Por outro lado, houve ao menos um capítulo interessante: Ganso. Diniz não entrou no eterno dilema “volante ou meia-atacante”. Colocou o reforço para flutuar entre os setores, desde a saída da bola até sua chegada aos atacantes. Participou das partidas como nunca fez na Europa – e mesmo em boa parte de seus anos no Brasil. Menos finalizações e passes finais, porém bolas distribuídas com precisão e constância. Registre-se que não é possível cravar que esta é a solução definitiva, por um detalhe importante: como o time pouco vencia, pode ser que os técnicos adversários nem tenham se preocupado em criar-lhe obstáculos. Cuca, que nem é um gênio da corporação, deu uma simples compactada defensiva e já bastou para Ganso pouco fazer contra o São Paulo. De todo modo, Diniz foi além do óbvio e fez funcionar, graças a uma virtude rara: ser entendido.
Chegou-se a cogitar que sua queda na Baixada se deu por resistências do grupo. Não é o que os jogos sugeriram. Mesmo em derrotas retumbantes, os atletas fizeram o exigido. Time perdendo todas as saídas de bola e, mesmo assim, nada de chutão. Rebeldia, só se a ideia foi fazer todo o determinado, com o máximo de afinco, para provar que não funciona. Ironia à parte, é o suficiente para ver que Diniz não é “gênio incompreendido”, como certos embustes. Os jogadores o compreendem. O mesmo não se pode dizer dos comentaristas, incluindo defensores. Tanto é que, passados dois dias de sua demissão, ainda não vimos nem críticos, nem apoiadores explicando como o Fluminense jogou. Normalmente, pela questão da posse de bola, retratam-no como um seguidor de Pep Guardiola. Superficialismo constrangedor, já que recebem para estudar, em vez supor erradamente.
Mal desvendado e desprestigiado após outro fracasso, será difícil Diniz conseguir uma boa oportunidade tão cedo. Sendo assim, minha sugestão é que se dê mais um tempo para completar seus planos. De preferência, abrindo espaço a outras ideias. O grande erro de quem o compara a outros técnicos modernos (talvez achando que viu um, viu todos) é não ver que seu estilo, com acertos e falhas, é único. Sendo que talvez este egocentrismo seja o motivo de seu reveses literários-futebolísticos. Hora de aprender com os outros, de todas as tendências. Como seu crítico, espero que não desista. Não desprezo a chance de sair algo valioso nas páginas que restam. Cabe a ele escrevê-las.
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