Créditos da imagem: Globo Esporte
Meus leitores já devem ter visto a lista de NÃOS para contratações. Na vida, ninguém consegue criar um critério positivo sem antes estabelecer parâmetros excludentes. Até – ou principalmente – para casar. Não se percebe a pessoa dos sonhos de cara, mas se reconhece quem não é. A não ser, é claro, quem gosta de cafajeste – que volta e meia se arrepende por ignorar o mais óbvio dos NÃOS. Enfim, voltando à bola, fica a pergunta: se sabemos quem não querer, onde estão os jogadores que seu time deveria cogitar? Por que está tão difícil encontrá-los? Depois de debater com os colegas do site, constatei alguns motivos para a escassez. Provavelmente não os únicos, mas já bastam para tornar imperioso o aperfeiçoamento do garimpo para achar algo que preste.
O primeiro deles é evidente: os melhores são caros e normalmente vão para fora do país. E quando o jogador de fora quer retornar? É preciso saber, como na volta do boêmio, por que razão quer voltar. Especialmente no caso dos europeus, o regresso costuma ocorrer quando está encostado ou em fim de carreira. Mesmo o atraso tático e os espaços mais generosos (frutos deste atraso) não são garantias de que todos conseguirão se sobressair nas condições favoráveis. Até porque nem sempre elas favorecem. Um zagueiro normalmente atua mais tempo por lá porque, em times compactos, tem que dar menos piques. O mesmo vale para volantes. Na parte ofensiva, é bem diferente um atacante jogar nos clubes grandes e atuar por um pequeno que só contra-ataca. Se contratar só porque veio do Velho Continente, corre-se o risco de um vexame em euro ou libra.
Já quem está jogando em outros centros traz preocupação diversa: quanto de ritmo perdeu nas arábias ou no oriente? “Ah, Paulinho e Renato Augusto foram pra China e estão na seleção!”. Sim, porém consta que ambos realizaram trabalhos específicos para não cair de padrão. O natural, contudo, é que esta queda ocorra. Se o seu time precisar de um reforço pra ontem, a necessidade de recuperação pode atrapalhar (no dia em que não atrapalhar, é sinal de que nosso futebol interno está mais próximo do fundo do poço). Por outro lado, se o dirigente estiver pensando a médio prazo, trazendo em agosto para que esteja em forma no começo do ano seguinte, o cenário fica mais tranquilo e favorável. Mas tem time que prefere errar duas vezes. Contrata pra ontem e, quando o atleta enfim se readapta, ele já tem que disputar vaga com outro contratado pra ontem. Aí nem com biscoito da sorte.
Uma opção recente, pelos custos reduzidos, foi a América do Sul. Com a Libertadores de vitrine, atletas outrora ignorados entraram no radar. Como este bloco também envolve argentinos, estimava-se que muitos fossem bem sucedidos em nosso futebol esvaziado. Não é o que vem acontecendo. Alguns são até constrangedores, como os badalados Centurión e Buffarini, cujo prestígio no país explica a draga que estão vivendo. Decepção ainda maior está na trupe do colombiano Atlético Nacional, que realmente encantou em 2016. Nenhum conseguiu se firmar até agora. Ainda se estuda os motivos, mas com certeza os vizinhos devem ser revistos como fontes. Mesmo porque, na Libertadores, certos times folgam por mais de uma semana antes dos jogos da competição. Não raro quem impressionou era um sujeito descansado contra outro atuando quarta e domingo. Um convite ao engano.
E no Brasil? Além do êxodo já mencionado, antes havia clubes que funcionavam como celeiros. Em especial, médios que jogavam como grandes, tomando iniciativa dos jogos. Quem se destacasse tinha mais facilidade para vingar em equipes maiores. Era o caso de Goiás e Sport. O clube do centro-oeste, em outras décadas, chegava a ser “categoria de base” do eixo Rio-SP-RS-MG, de tanto ex-jogador (revelado ou passando no meio da carreira) que se dava bem. De cara, já se lembra de Túlio, Fernandão, André Dias, Fabão, Aloísio Chulapa e Danilo, mas tem muito mais. O clube de Recife não teve tal quantidade, mas seu futebol aberto era uma referência do futebol nordestino, assim como o Vitória. O que aconteceu? O Goiás despencou, enquanto os outros entraram no rodízio de medalhões – inclusive do sul e sudeste. Resultado: Erik, Marlone e outros tampouco expressivos. Ex-minas de ouro dando pirita.
Quer dizer que agora contratação é mesmo picaretada às cegas? Não. Isso é o que seu dirigente quer que você pense. Ainda há jogadores lapidáveis por aí, mas é preciso analisar com mais critério e intensidade. Não é só ligar pro jornalista amigo no interior. Muito menos ir atrás de quem pediu música no Fantástico. Ou se cria uma estrutura profissional para avaliações, com olheiros orientados a procurar as virtudes adequadas, ou se fica com palpites, “incógnitas” e repetidas apostas em nomes já decadentes – sob a desculpa clássica “se jogar metade do que jogava…”. Criou-se um círculo vicioso em que o jogador vai mal num time e logo está no outro, na base do “agora vai!”. Se continuar assim, não só não vai, como seu time acabará “fondo”…
Mto bom!!! É verdade, o jogador hoje não precisa provar nada que continua vagando de um clube pro outro!!!!! Apesar da seleção estar bem, é a pior geração da história do futebol brasileiro!!!!!!
A FONTE SECOU, MAS NEM TANTO.
KENO APARECEU BEM LÁ NO NORDESTE E É IMPORTANTE NO PALMEIRAS.
O PRÓPRIO BRUNO HENRIQUE, DO SANTOS, QUE SURGIU BEM NO GOIÁS…