Créditos da imagem: Site Oficial / saopaulofc.net
Quando o São Paulo ainda era um clube bem dirigido e tinha time vencedor de campeonatos, um conselheiro questionou o então técnico José Poy a razão de escalar Serginho Chulapa, que classificava como “um cafajeste”, e não um outro atacante -que não é preciso revelar o nome-, este sim um bom moço, de família. E ouviu de Poy que não estava procurando genro, a filha já era casada, e Serginho tinha média de um gol por jogo. Até hoje, Serginho, “o cafajeste”, é o maior artilheiro da história do São Paulo.
Muricy Ramalho, craque desde o Dente de Leite de Ely Coimbra e Roberto Petri, peitou Poy e a diretoria, quando, ainda juvenil, exigiram que cortasse o cabelo para ser promovido. Filho de palmeirense, fama de ranzinza, Muricy disse poucas palavras e virou as costas: “Não corto o cabelo e vou jogar no Palmeiras”. Foi buscado em casa com autorização para não apenas deixar o cabelo longo como, se quisesse, o pintasse de qualquer cor -força de expressão. Muricy seria um Zico pela direita -camisa 8- se não tivesse sofrido contusões sérias nos joelhos. Pedro Rocha o chamava de “quebra-gelo”, – “o marcador adivinhava por que lado ela ia sair, mas não conseguia evitar”. Como técnico, discípulo de Telê, Muricy, sempre ranzinza, entre outras, sempre dizia que psicólogo é salário em dia.
Assim como o professor Telê respondia ao jogador que reclamava da reserva: “Não te dou explicação quando escalo, por que devo explicar quando tiro?”. Num programa Arena SporTV, o assunto era bronca de técnico em jogador, e Casagrande se declarou a favor. Argumentei que aquilo era como tratar o jogador como mulher de malandro, e Casagrande reafirmou a necessidade. “Não tem santo”, disse – ou algo parecido.
Rodrigo Caio deu entrevista criticando o técnico Aguirre por, entre outras coisas, não conversar muito com os jogadores e por não tê-lo aproveitado no time. Rodrigo Caio é um jovem de caráter, do tipo que -lembrando Poy- pai procura para genro. Bom jogador, cria do clube, mas longe de ser um Muricy na defesa. Teve chance de ir para a Espanha sendo, consta, atrapalhado pela namorada do presidente da época -que acabou demitido do cargo. Teve outra oportunidade pouco antes do início da Copa da Rússia mas, na expectativa de ser chamado por Tite e assim, talvez, arranjar melhor contrato, preferiu ficar. Deu tudo errado -inclusive uma contusão.
Hoje, sem lugar no time, Rodrigo Caio -é o que se ouve- deseja sair -ou já tem algo engatilhado. Tomara que sim, porque já deixou um bonde passar e não pode deixar que passe mais um. Saindo, para o bem de todos, suas críticas, pouco válidas, poderão ser arquivadas.
Bacana esse seu artigo, mas nessa linha, lembro que pelo menos parte da graça do futebol são esses personagens que criam/viram folclore e geram polêmicas: Poy, Serginho Chulapa, Telê Santana e, sim…. Rodrigo Caio, por suas atitudes e declarações folclóricas…Rodrigo: que tenha muita sorte no seu novo time.
abraços