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Todos os que acompanham futebol sabem que um time é feito de talentos, elenco, competência, esquema tático acertado e entrosamento. Quem reunir mais dessas qualidades já tem um bom caminho andado. Mas, em um campeonato de 38 rodadas, altamente competitivo e com recorde de favoritos entre os grandes torneios nacionais do mundo, uma característica costuma quase sempre dar a palavra final sobre os vencedores: a confiança.
Falo aqui de confiança no sentido amplo. Não é apenas aquela de bater no peito e dizer “eu me garanto”. Isso é importante, mas a confiança a que me refiro é aquela que envolve os jogadores, a comissão técnica, os dirigentes e a torcida. É aquele estágio do time em que todos os acreditam em suas possibilidades e mantêm o espírito vencedor mesmo quando ocorrem resultados ruins. É o time que sabe sustentar a motivação e não perde a mira no objetivo. Que não tem clima de “a casa caiu” a cada vento contrário.
O Corinthians tem sido um exemplo disso. Com a confiança gerada pelos bons resultados dos últimos anos, o time mantém um alto nível de concentração nas disputas, mesmo tendo sido desmanchado e remontado algumas vezes desde 2011. Neste ano, depois dos gafanhotos chineses, a nova equipe ainda não empolgou em nenhuma partida, mas fez um bom Paulista e consegue se manter competitiva no Brasileiro.
Exemplo dessa confiança foi a partida do último domingo contra o Flamengo. Os corintianos passaram sufoco por pelo menos 55 minutos. Levou bola na trave, Cássio fez grades defesas, zagueiros deram chutões, mas bastou um gol para que os flamenguistas se entregassem e o time, que jogava mal, construísse a goleada por 4 a 0.
Em 2015, havia a impressão da maioria de que o Atlético (MG) seria o campeão. Mas o time de Tite foi crescendo a cada rodada, abriu uma vantagem grande e, no que seria a final antecipada, em pleno estádio do Horto, aguentou a pressão do Galo e construiu um 3 a 0 de respeito no segundo tempo. Era o melhor time? Há controvérsias. Mas, sem dúvida alguma, era o que tinha mais confiança em si mesmo.
Neste ano, o Palmeiras, líder com toda a justiça, é um dos mais desafiados. Com o jejum de grandes conquistas nos últimos tempos, Cuca conseguirá manter o nível de confiança do time no caso de alguns resultados negativos, normais em pontos corridos de longa duração? Veremos.
O Inter estreia como favorito desde 1979 e amarga um jejum desde aquela época. Começou bem este ano, mas já está ficando para trás dos concorrentes. O Flamengo tem um bom time, porém o branco que lhe deu contra o Corinthians foi um fato isolado? O Santos tem aparecido bem nos últimos anos, mas não segue com firmeza até o final. Será que desta vez o time está pronto?
O Grêmio joga em sua velha escola e faz isso muito bem. Sempre está cotado para ficar no G4. O Atlético-MG parece mais maduro este ano e está se recuperando do mau começo. Acho que promete. O São Paulo precisa ver como se comportará após a Libertadores, independente de ficar pelo caminho ou ser campeão.
Com 13 rodadas já disputadas (1/3 do total), temos mais dúvidas do que certezas em relação aos favoritos. Esse é o grande diferencial do Brasileiro. Meu palpite está dado: o campeão será o que reunir mais confiança entre todos os setores envolvidos: desde o campo até a torcida, passando por diretoria e comissão técnica.
Concordo inteiramente, Emerson Figueiredo! Hoje penso que o Palmeiras é o favorito mesmo, porque é o que todo mundo mais enxerga como “time que vai brigar pelo título”. Mas tenho dúvidas de como reagiria a uma hipotética sequência de maus resultados.
Mas não consigo mesmo imaginar o título ficando para alguém que não Palmeiras, Corinthians, Grêmio, Santos e Atlético.