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Existem resultados que são marcantes do fim ou início de uma era. Um caso marcante que sempre me lembro é um São Paulo 0 x 2 Palmeiras no Morumbi, no final de 1993 (o jogo do golaço do César Sampaio) . Ali, era como se o Palmeiras estivesse tomando do São Paulo o bastão de “melhor time do país”, o que efetivamente veio a se confirmar nos anos seguintes.
Tive a mesma sensação de “fim de ciclo” ao ver o Palmeiras arrasar o São Paulo por 3 x 0 no Allianz Parque. A equipe se impôs desde o primeiro minuto, continuou atacando após abrir o placar (mesmo antes da expulsão de Rafael Tolói) e poderia ter feito uma diferença de gols ainda maior se caprichasse mais nas finalizações.
Por mais que eu ache que o Palmeiras ainda não lutará por títulos de primeira grandeza neste ano, creio que fará boas campanhas e, dependendo do encaixe de Cleiton Xavier e eventuais novos reforços (fala-se no meia chileno Francisco Arancibia, do O’Higgins), poderá surpreender. Mas, acima de tudo isso, está a reconstrução do clube.
Após o tenebroso ano de 2014, o alviverde estava feito terra arrasada. Neste ano, o mais importante é a reconquista do respeito: voltar a incomodar os adversários (como já havia feito na contratação de Dudu, que frustrou os arquirrivais Corinthians e São Paulo) e formar uma boa base para o ano que vem, que com reforços pontuais, poderá alçar os voos à altura da grandeza palestrina.
Não me lembrava a última vez em que o Palmeiras goleou um rival. Mas não foi “somente” uma vitória contundente: o Palmeiras jogou muito bem, tocou a bola com consciência, teve o golaço do ano no futebol brasileiro – marcado por Robinho (um dos melhores jogadores do campeonato) – com bom público, torcida animada e a primeira vitória em clássico nesse estádio de nível mundial.
Ainda que se possa alegar que as circunstâncias foram todas favoráveis para o resultado (gol logo no início e a não expulsão do Dudu na jogada com o Tolói), a equipe se portou exemplarmente, e o palmeirense sabe melhor do que ninguém que as circunstâncias vinham sendo sempre contrárias nos últimos tempos. Vitórias como essa são fundamentais para dar confiança à torcida e elenco, assim encorpando o time.
Com lideranças como Fernando Prass e Zé Roberto (pra mim o melhor reforço alviverde do ano), o comando sereno de Oswaldo de Oliveira, e as boas perspectivas financeiras vindas do Allianz Parque e do programa de sócios torcedores Avanti (aliás, quantos novos inscritos terá depois da vitória emblemática?), tenho a certeza de que os fantasmas recentes foram exorcizados e que o Verdão está nos trilhos para em breve voltar a ser a potência que sempre foi.
Como diz o nosso querido amigo Fernando Prado: “Pes no chão”.
Tem muita água pra rolar, um oceano eu diria.
Lembrando que o Palmeiras pegou um São Paulo cheio de “buracos” com uma crise interna absurda, que para alguns amigos tricolores, é a maior já vivida na história do clube.
Que esse mesmo Palmeiras, teve dificuldade jogando contra alguns times inexpressivos em sua casa, sem falar nas derrotas em 02 clássicos, bem como para a nossa querida macaca de campinas.
Lembro do ano passado, que a empolgação era a mesma, e como dito na própria matéria, foi “tenebroso”…
Agora é aguardar as finais do paulista.
Abraços.