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É praticamente unânime na imprensa esportiva que o atual formato do calendário do futebol brasileiro não é bom.
O número de jogos das equipes costuma ser dos pontos mais criticados, já que, para muitos, isso acaba inviabilizando o aperfeiçoamento técnico e tático das equipes.
Contudo, não é difícil notar que essa opinião é sob o ponto de vista das grandes e médias equipes, aquelas que disputam as principais divisões nacionais e têm partidas distribuídas ao longo de todo o ano/temporada.
Enquanto isso, o clube pequeno – fora das quatro divisões – sofre com o mal contrário: após a disputa dos estaduais, não tem mais praticamente o que jogar, salvo um ou outro rápido torneio quase amador. Dessa forma, busca se livrar de todos os jogadores do elenco a fim de economizar com a folha salarial, para, a partir de outubro, ter de montar uma nova equipe “do zero”.
Surgem então alguns problemas fundamentais: é praticamente impossível qualquer técnico em pouco menos de três meses formar um time competitivo, que faça frente aos grandes, a partir de jogadores completamente desentrosados. Como consequência, os jogos dos estaduais são na maioria das vezes desequilibrados e desinteressantes, não recebendo a audiência e público condizentes com a sua capacidade. Trata-se de um círculo vicioso.
Outro problema é que durante o período sem jogos do time, este deixa de ganhar receita de ingresso, propaganda, imagem, premiação e outras fontes de renda. Não à toa, são muitos os clubes pequenos em estado de emergência financeira, sem poder aquisitivo para investir em CTs, jogadores, base, aprimoramento do estádio e outros aspectos tão necessários no futebol atual.
Esse cenário precisa mudar. As equipes do interior estão apenas SOBREVIVENDO, inclusive algumas tradicionais, como o Guarani, de Campinas, que em 1994 revelou Amoroso (foto). Sem falar em Careca, Djalminha, Luizão e outros.
Minha sugestão? Que sejam feitos estaduais que durem o ano todo, com partidas semanais, classificando-se os melhores para a fase final, a ser disputada nos meses inicias do ano seguinte com as equipes do Brasileiro. Assim, terão mais tempo de trabalho e serão formadas equipes de melhor nível, além de se obter um aquecimento da economia dos clubes.
Se queremos aumentar o nível técnico do nosso futebol, que comecemos pela sua base, o interior, onde estão a massacrante maioria dos clubes e que voltemos a revelar talentos que possam se tornar no futuro grandes craques.
Viva o futebol do interior!
Guarani que já foi de Careca, Zenon, Djalminha, Luizão, Amoroso e tantos outros… E que hoje não deve contar mais sequer com o esforçado e veterano Fumagalli no elenco… Muito triste… O que fizeram com o nosso futebol do interior?!!! De qualquer forma, se a logística permitir, boa sugestão! 😉
Sei que a Lusa não é do interior, mas também não me conformo com o rumo que o clube tomou. :'(
O Guarani deveria se espelhar no seu arquirrival local (a Ponte Preta) e tentar voltar aos trilhos!
Sem Beto Zini e cia ltda.
Que se profissionalize!
Vide Chapecoense, Tombense etc.
Abs e parabéns pelo site, o melhor do gênero.
Outra alternativa é fazer como a Inglaterra. A liga nacional vai até a nona divisão, sendo as divisões mais baixas disputadas regionalmente para baratear os gastos dos clubes.
Nao creio que o grande problema seja a falta de jogos. Na realidade jogar mais ajudaria a enfiar mais ainda os clubes no buraco em que se meteram. O advento do Profut, dita salvacao e disciplinamento do futebol brasileiro, na forma como foi criado inviabiizara ainda mais os clubes de futebol, nao por conta das dividas fiscais, mas por nao ter incluido nele as dividas trabalhistas. Na Europa, nesse caso Portugal, os clubes que optaram por criar uma SAD, puderam parcelar todas as dividas de fato. Veja o caso do Noroeste de Bauru, recem promovido a serie A3. O clube teve parte das receitas recebidas da FPF bloqueadas por conta de dividas trabalhistas. Nao há dinheiro minimamente para disputar uma série A3 , quica a Copa Paulista no segundo semestre. E preciso olhar com seriedade esse assunto, inclusive estabelecendo-se regras para que esses clubes nao voltem ao buraco em que se meteram, tanto na area esportiva, permitindo que campeonatos sejam atrativos aos patrocinadores, como administrativas, coibindo besteiras daqueles ditos gestores dentro dos clubes de futebol.