Créditos da imagem: Juan Mabromata / AFP / CP
Depois da animada noite de jogos da quarta, e dos anúncios que movimentaram o futebol nesta quinta, destaco:
Vitória decisiva do Corinthians
Foi fundamental a vitória de ontem para a classificação do alvinegro para a próxima fase da Libertadores. Apesar de toda a euforia pela vitória contra o São Paulo, analisando friamente, por ter sido mandante, foi o resultado obrigatório para quem quer se classificar num grupo tão difícil. Já os três pontos conquistados contra o atual campeão da competição, fora de casa, foram um belo bônus que praticamente colocam o Corinthians na próxima fase.
Discordo das rigorosas avaliações de que o Corinthians não jogou bem e merecia ter perdido. A partida foi muito equilibrada – inclusive em chances de gol – até o cada vez melhor Elias colocar o Corinthians à frente. Depois sim o San Lorenzo criou mais oportunidades e só não empatou por azar e por competência do Cássio. Concordo com Tite e vejo como um jogo pra empate.
Mas levando em conta os problemas enfrentados (ausência dos titulares Guerrero, Emerson e Fábio Santos, além das contusões de Renato Augusto e Mendoza), considero o desempenho bom e o resultado fantástico.
Nascimento de um Inter forte e renascimento de Nilmar?
Também não entendo o desânimo com a vitória conquistada pelo Colorado. O time está em formação, com novos jogadores e novo técnico, teve um adversário complicado e foi capaz de reverter o resultado já sem o seu maior ídolo e capitão em campo: D’Alessandro. De lambuja, ainda teve atuações decisivas de três de seus principais jogadores, Réver, Alex e Nilmar.
Este último vinha devendo muito e finalmente deu uma resposta à altura do que dele se espera. Considero Nilmar um dos melhores atacantes brasileiros dos últimos tempos, que nunca atingiu um status digno de seu futebol devido às constantes lesões e às más escolhas na carreira. Aposto que se não tiver mais problemas físicos, é só questão de tempo até retomar o ritmo de competitividade após as “férias” no Catar e se tornar novamente selecionável.
Na formação de um time vencedor, tão importante quanto o bom futebol é o tipo de caráter demonstrado ontem pelo Inter, que permite a superação de inevitáveis situações difíceis.
É sério que estranham a convocação do Robinho?
Para encerrar a minha série de discordâncias do dia, não consigo entender a surpresa pela convocação do Robinho. Que ele não foi na carreira o que dele se esperava, é óbvio. Mas daí a pensar que por isso podemos abrir mão de um jogador com seu talento, protagonismo e experiência, eu acho uma loucura.
Robinho sempre jogou bem pela seleção. Obviamente não marcou época como Romário e Ronaldo (e Neymar dá evidências de que também marcará), mas daí a ser considerado “reprovado” vai uma grande distância. Temos quatro atacantes jogando melhor do que o Robinho hoje? Temos algum outro atacante em boa fase que esteja acostumado a ser protagonista de times grandes que disputam títulos além de Neymar? Alguém acha que Robinho não teria sido uma opção melhor do que qualquer outra para substituir o Neymar após este ser cortado da Copa?
Um grupo precisa de jogadores de vários tipos e perfis. Além de justificar sua convocação com a bola que vem jogando (ao contrário de outros tempos), Robinho é um jogador histórico do futebol brasileiro, sinônimo de um Santos forte e vencedor, habituado a decidir e participar de grandes jogos por grandes clubes. Em meio a uma geração de bons jogadores ofensivos, mas “sem peso”, como Oscar, Willian e Phillippe Coutinho, Robinho é uma alternativa de referência que ajuda a não sobrecarregar ainda mais o Neymar.
Troca de técnico no Santos
Achei surpreendente a saída do Enderson Moreira do comando do Santos. Apesar disso, não critico a decisão. Além dos boatos sobre a má relação entre ele e os jovens jogadores vindos da base (cuja valorização foi o caminho estratégico escolhido pelo clube), Enderson não teve nenhum destaque na passagem por dois grandes do futebol brasileiro (Grêmio e Santos). Só é ilustrativo da falta de gestão no atual futebol do Santos que se faça isso em março, sem nenhuma crise ou frustração.
Quanto ao substituto, espero que seja dada oportunidade a algum técnico novo e promissor, como Narciso, Fernando Diniz ou Sérgio Guedes, a exemplo do que o Vasco está fazendo com Doriva. Fora Tite e Marcelo Oliveira, não vejo nenhum treinador que justifique altos salários. Opções como Dorival Junior e Vagner Mancini me parecem garantia de fracasso até que apresentem algum grande trabalho que os credencie novamente a assumir algum time grande.