Créditos da imagem: O Globo
A verdade nua e crua é que se o nosso País não tinha a mínima condição de sediar os Jogos Pan-Americanos de 2007, imagine então uma Copa do Mundo e, agora, a edição dos Jogos Olímpicos.
Aliás, sobre os dois últimos citados, não temos noção de até quando pagaremos a conta.
Deixando a trágica Copa do Mundo de lado – tanto fora como dentro de campo –, sediar um evento do porte de uma Olimpíada foi mais uma das loucuras de nossa classe política (principalmente do governo Lula), que já “trabalhava” nos bastidores pensando nas altas comissões em cima de tantas obras faraônicas e desnecessárias para um país do “terceiro mundo”.
Os nossos problemas internos são antigos e graves – vêm de longa data –, e não podemos esquecer e deixar de lado as questões relativas à saúde, à educação e à segurança.
Em um País onde os políticos enchiam o peito e só falavam em “crescimento da economia”, e outros afirmavam que a crise que atingiu a Europa e os Estados Unidos aqui não chegaria, ela chegou!
Tivemos o dissabor de enfrentá-la junto com o rombo da Petrobrás, somados com muitos outros desvios de dinheiro que chegam a valores inimagináveis.
Como é difícil e triste conviver com algumas situações de abandono e que são primordiais para o ser humano. Não temos dinheiro público para acabar com os mais de 40% da população que não tem acesso ao saneamento básico, mas o dinheiro apareceu para gastar na construção de estádios e reformas de outros para atender todas as exigências da “Dona FIFA”, que virou um mar de corrupção e perde a sua credibilidade a cada escândalo que aparece envolvendo a instituição. Com o agravante da imposição de isenção de impostos para a entidade durante a realização da Copa (os fatos ocorridos após a realização do mundial todos nós já sabemos).
O legado que ficou do Pan realizado no Rio de Janeiro é um exemplo de como o dinheiro público foi mal aplicado. Instalações abandonadas que, em sua maioria – podemos dizer mais de 90% -, não servirão para os Jogos Olímpicos.
Agora a pergunta: alguém está sendo responsabilizado por tal absurdo? Ninguém. Aliás, quase todos que participaram da organização do Pan fazem parte da comissão organizadora das Olimpíadas.
O Maracanã foi reformado para o Pan e praticamente foi construído um novo estádio para a Copa do Mundo. Para completar o serviço, mais algumas reformas e adaptações estão sendo feitas para as Olimpíadas.
O Engenhão, então, nem se fala. Parece que foi um estádio construído para a Copa de 50, tamanha a quantidade de reformas contundentes em sua estrutura.
Sobre o legado da mobilidade urbana, diversas obras inacabadas e outras que nem começaram.
Enquanto isso, o “pacato cidadão brasileiro” continua na sua luta diária de sobrevivência. Ele, que paga impostos em tudo que compra, mas que não vê nenhum retorno em seu benefício. Para andar de carro em estrada decente – tem que pagar o pedágio; para ter acesso a um atendimento médico – tem que ter plano de saúde; se quiser uma boa educação para o seu filho – tem que pagar colégio particular…
Enquanto isso, em Brasília (somente na capital federal, pois nas cidades satélites o índice de pobreza e as condições de vida são desumanas), parece que estamos em um país de “primeiro mundo”. Parece a Suíça.
É uma tristeza! E isso sem falar em violência urbana, poluição nas águas das provas, ameaça de terrorismo… nunca vi um evento tão fora de hora! Na hora e lugar errado. Um engodo para nós brasileiros e para o resto do mundo.
VERGONHA!