Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
O rádio não tem fronteiras. O rádio esportivo, então, por si só, sempre foi marcante e participativo. No dia 25 de setembro, data de nascimento de Roquete Pinto, o “Pai do Rádio Brasileiro”, comemora-se o Dia do Rádio. Em 1923, Roquete fundou a primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Era uma fase experimental do veículo, sem grandes avanços tecnológicos. O que se viu por aí adiante foi a popularização do rádio, um veículo de comunicação de massa com maior alcance e imediatismo, que só perdeu um pouco de sua popularidade com a chegada da televisão.
Quem teve o privilégio de acompanhar essas feras com o rádio grudadinho no ouvido, viveu momentos maravilhosos que no final da década de 1990 foi perdendo seu encanto. A emoção da transmissão nos levava pelas ondas do “dial” para dentro do estádio, imaginando lance por lance, detalhe por detalhe. Os locutores nos traziam uma narrativa muito acima da realidade: um lateral próximo à sua área de defesa era um terror, tudo era dramático ao extremo, desligava e ligava o radinho a cada ataque contra meu time, esperava o grito de gol vindo do rádio em alto volume do vizinho que torcia pelo adversário. Era um alívio ao ouvir aquele adorado “silêncio”…. hoje, o excesso de jogos transmitidos pelas TVs mostra uma realidade morta. Além dos locutores, tínhamos ótimos trepidantes e comentaristas que tentavam traduzir em 3 ou 4 minutos do intervalo o que teria acontecido. Até hoje eles tentam, na verdade. As Rádios Globo, Nacional, Tupi e Eldorado são inesquecíveis para minha geração.
Abaixo relaciono alguns nomes – com seus bordões – que marcaram época na fase áurea do rádio esportivo carioca – narrando, comentando, nas reportagens ou na retaguarda –, e muitos deles ainda continuam na ativa:
Jorge Curi (o grito de gol que ecoava por todos os cantos do velho Maracanã), Waldir Amaral – o “Indivíduo competente”, Sérgio Moraes – “Dos pampas aos seringais”, Vitorino Vieira, Orlando Baptista – o “Mais laureado locutor esportivo do Brasil”, José Cabral – o “Moço da Maricota”, Paulo César Tenius, Celso Garcia – “Não adianta chorar, a nega tá lá dentro”, Doalcey Bueno de Camargo – o “Mais vibrante locutor esportivo”, Luís Penido (Garotão da Galera) – “Nas ondas do rádio”, José Carlos Araújo – “Cheguei! Vai mais, vai mais, vai mais Garotinho”, Jota Santiago – “Aumente o volume do seu rádio”, Júlio César Santana, Luiz Carlos Silva – “O que faz a cabeça da galera”, José Cunha – “Tá lá”, Cesar Rizzo – “Sorrindo e sacudindo o futebol do Brasil”, Antônio Porto – “Bola para o mato, porque o jogo é de campeonato”, Edson Mauro – “Bingo, olha o gol, olha o gol”, Maurício Menezes (Danadinho) – “Ah, mas que joguinho gostoso”, Márcio de Souza, Carlos Marcondes, Oswaldo Moreira, Rujany Martins, Januário de Oliveira – “É disso que a torcida gosta”, Ayrton Rebelo – “Ora, ora, ora, prá fora!”, Agostinho Gomes, Pedro Paradella, Washington Rodrigues (Apolinho), Luís Mendes – o da “Palavra Fácil”, Rui Porto, João Saldanha – “Meus Amigos”, Affonso Soares, Alberto Rodrigues, Gérson Canhota, Roberto Porto, Tárcio Santos, Tércio de Lima, Felipe Cardoso, Jaime Luís (esse conhecia tudo do futebol português), Luiz Orlando Baptista, Áureo Ameno, Mário Vianna – “Goool Legal”, Jairo de Souza – “tiriri-tiriri-tiriri”, Mário Silva, Deni Menezes, Kleber Leite, Loureiro Neto, Danilo Bahia, Gilson Ricardo, Eraldo Leite, Elso Venâncio, Pedro Costa, Zildo Dantas – “Nem o Sol cobre melhor o Flamengo”, João Grandão, Ruy Guilherme, Fernando Carlos, Iata Anderson, Ronaldo Castro, Felipe Cardoso, Luís Fernando, Sérgio Américo, Wellington Campos, Waldir Luiz, Sebastião Pereira, Sidney Amaral, Carlos Borges, Wellington Campos, João Guilherme, Marcus Vinicius, Cláudio Perrout, Maurício Torres, entre outros.
Acompanhei também as emissoras de São Paulo, com diversos nomes marcantes no rádio esportivo brasileiro. Por sinal, o interior paulista sempre foi um celeiro e uma escola na formação de novos jornalistas esportivos, para o rádio e televisão: Fiori Giglioti – “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo”, Oscar Ulisses – “Pro gol!”, Joseval Peixoto – “No trabalho, nas escolas, nas praias, nos bares, nos lares flutua nos ares uma alegria que não morre nunca: Brasil campeão mundial de futebol!”, Haroldo Fernandes – “Quem ganhou, ganhou, quem não ganhou, não ganha mais!”, Osmar Santos – “Ripa na chulipa e pimba da gorduchinha”, José Silvério – o “Pai do Gol”, Oswaldo Maciel – “Se toda vez que eu pensasse em você, sumisse um pedacinho de mim… êpa… êpa… cadê eu?”, Pedro Luiz Paoliello, Reinaldo Costa, Carlos Aymar, Altair Baffa, Paulo Roberto Martins, Oswaldo dos Santos, Ennio Rodrigues, Ney Costa, Sérgio Carvalho, Edemar Annuseck, Cléber Machado, Fausto Silva (Faustão), Loureiro Junior, Roberto Carmona, Henrique Guilherme, Ulisses Costa, Juarez Soares, Dalmo Pessoa, Odinei Edson, Dirceu Maravilha – “Se for pro gol, me chama, me chama, que eu vou…”, Cláudio Carsughi (profundo conhecedor de Fórmula 1), Silvio Luiz, Flávio Adauto, João Zanforlin, Márcio Bernardes, Sylvio Ruiz (grande setorista do Santos), Nilson César – “Alô São Paulo, alô Brasil!”, Flávio Prado, Wanderley Nogueira, Luís Augusto Maltone, Milton Neves, Éder Luís, Castilho de Andrade, e por aí vai.
Minas Gerais é outro estado muito representativo nesse tema em questão, e as Rádios Inconfidência e Itatiaia chegavam com um som nítido e com nomes de destaques, tais como: Alberto Rodrigues – “gol-gol-gol-gol”, Januário Carneiro, Osvaldo Faria, Vilibaldo Alves – “Adivinhe!”, Waldir Rodrigues, Alair Rodrigues, Roberto Abras, Jairo Anatólio Lima, Aloísio Martins, Dirceu Pereira, Kafunga, Willy Gonser – o “Mais completo do Brasil”, Paulo Rodrigues, Celso Martinelli, Edson Rodrigues, Haroldo de Souza (que começou em Minas e depois foi trabalhar no Rio Grande do Sul), Carlos Valadares, Fernando Sasso – “Tá no filó”, Osvaldo Reis (o Pequetito) – “Gol, gol, gol, gol…”, Tancredo Naves, Paulo Roberto Pinto Coelho, José Calazans, Luiz Carlos Alves, Carlos César Pinguim, Orlando José, Emanuel Carneiro, Geraldo Martins, Lísio Gonzaga “Biju”, Mauro Neto, Gil Costa, Luiz Chaves, Lucélio Gomes, e outros mais.
A história do nosso rádio esportivo deixou marcas que o tempo não consegue apagar para quem vivenciou diariamente aquela época.