Créditos da imagem: Reprodução / Futebol Stats
Aos 57 anos, em idade para lá de madura, sou econômico em expressões da modernidade. Mas vou usar a relação dos modinhas e dos times com DNA de campeões neste início do Brasileiro-2019. Se buscarmos na memória veremos que poucas vezes o favorito, ou os favoritos, no início do campeonato se deu/deram realmente bem. Claro que a concomitância de decisões da Copa do Brasil, Libertadores e a segundona Sul-Americana acabam prejudicando o desempenho de muitos bons times na reta final do Brasileiro.
Mas, como veterano jornalista de esportes, me divirto com as previsões que são feitas às vésperas do torneio. O Brasileiro rivaliza e supera o Inglês nas possibilidades de campeões. É fato que Barcelona e Real nos fazem invejar as condições de formarem verdadeiras seleções. Mas o torcedor espanhol deve estar enfadado de ver seu campeonato ser decidido por apenas dois times, com aparições esporádicas do Atlético de Madri. Na Alemanha, nem precisa ser falado. O Brasileiro, com sua pobreza em relação ao resto do mundo, que nos faz perder craques quase crianças, dá pelo menos a agradável sensação da imprevisibilidade.
Estamos iniciando um torneio que foi vencido nos últimos quatro anos por apenas dois times (Palmeiras em 2016 e 2018; Corinthians em 2015 e 2017). O Palmeiras é um eterno candidato a título por causa de seu patrocínio. O Corinthians é um eterno azarão por causa de suas difíceis condições financeiras.
No Paulistão de 2019, encerrado na última semana, o favorito era o Palmeiras. O Santos, de Sampaoli, surgia como uma nova página do futebol, já escrita (justiça a Carille) por Fernando Diniz nas suas últimas edições. Mas deu Corinthians, jogando feio às vezes e bem em outros casos.
Isso é DNA de campeão. Não é perene. O Santos de Pelé tinha o maior DNA de campeão nos anos 60. O Palmeiras também tinha, tanto que interrompeu em algumas ocasiões a hegemonia santista. O São Paulo assumiu seu DNA de campeão do fim da década de 70 até os anos 2000. Hoje, está na fila.
Penso que este ano teremos times com condições excelentes de chegar ao título. O que nos diferencia do resto do mundo são as inúmeras possibilidades. Quem pode negar as chances de Flamengo, Palmeiras, Grêmio (com sua capacidade de recuperar jogadores que fracassaram em outros centros do futebol), Cruzeiro e Internacional? Mas quem pode descartar Santos e Corinthians?
Futebol é bola jogada, mas também é tradição e força nas decisões. Para mim, está totalmente aberto este torneio. Temos os esquadrões, mas temos também os papões. Que venha um torneio bem disputado e imprevisível.