Créditos da imagem: Marcos Ribolli / Globoesporte.com
Não é de hoje que sou fã do meia-atacante Luan, do Grêmio. Em uma época de escassez de talento nos gramados, normalmente repletos de jogadores “genéricos”, quase sempre que vejo o peculiar gremista acabo me entusiasmando.
Não que já seja (e nem sei se chegará a ser) um craque. Vira e mexe parece meio alheio ao jogo e quase não tem explosão física. Mas é capaz de lances brilhantes, de rara inteligência, personalidade e qualidade técnica.
Há tempos Luan já merecia ser testado na Seleção, e está aproveitando muito bem a oportunidade que está tendo nestes Jogos Olímpicos (aliás, a personalidade parece ser uma de suas grandes qualidades). Foi um dos grandes destaques do Brasileirão 2015 (quando ganhou Bola de Prata e Troféu Armando Nogueira), mas é menos badalado do que os “Gabrieis”, seus colegas na disputa pelo ouro olímpico.
Talvez seja por atuar fora do eixo Rio-São Paulo. Talvez seja por ser um jogador “diferente”, que não tem o estilo típico de “joia brasileira” de Gabriel Jesus, talvez por não ser “marrento” como Gabigol. Mas Luan é claramente mais refinado e cerebral do que o primeiro, e muito mais talentoso do que o segundo (que é, basicamente, um jogador “encardido”, esperto e de vigor físico).
A posição não é a mesma, mas Luan para mim tem um quê de Riquelme. Um jeitão meio “autista” de quem não sente o jogo, passa frieza e tem passadas lentas, largas e um pouco desajeitadas, mas parece não sentir pressão e é capaz de momentos de intenso brilho e jogadas individuais “cerebrais”, com excelente visão de jogo e proteção de bola. Até a discrição fora de campo é semelhante, com o mesmo jeito tímido e inexpressivo de falar.
Espero sinceramente que não sofra preconceito por “não parecer tático”, “não voltar acompanhando o lateral adversário” ou “não ter o dinamismo do futebol moderno”. Ou por ser o grande destaque do Grêmio e não de um inexpressivo clube europeu qualquer. Que a falta de propostas estratosféricas (geralmente conduzidas por empresários suspeitos) não seja usada para diminuir seu real valor. Bola por bola, tenho convicção de que ele joga mais do que, por exemplo, Douglas Costa, jogador muito mais comum, porém com a grife do Bayern de Munique.
Se queremos ver nosso futebol novamente baseado no talento e capaz de jogadas imprevisíveis, devemos contar com Luan na Seleção. Seja ela qual for.
Maze Louquinha Araujo
Joga muito não faz mimi
Sou colorado, mais esse mlk joga de mais
[…] desfalcado de Walace e Luan (fundamentais na transformação da Seleção Brasileira na Olimpíada), o tricolor gaúcho venceu […]
[…] Enquanto o Atlético se habituou aos craques badalados desde que reencontrou seu gigantismo, em 2012, e agora ostenta Robinho (provavelmente o melhor e “maior” jogador do país na atualidade), Lucas Pratto e Fred (que não pode jogar a Copa do Brasil por já ter atuado pelo Fluminense), o Grêmio não conta com nenhum “medalhão” desse quilate. Até mesmo a tradição do tricolor gaúcho é a de recuperar “refugos”, e seu time atual é uma mistura disso com jovens promissores que se afirmaram lá mesmo, como Geromel, Walace e Luan. […]
[…] – Luan, um jogador “diferente” […]