Créditos da imagem: Todapasión
Quanto mais eu penso no novo formato da Libertadores, mais me saltam aos olhos os problemas. Para mim, a decisão foi no mínimo precipitada.
Os principais problemas são causados pela falta de preocupação com os torcedores. A disputa de fevereiro a novembro, aparentemente, é um ganho para eles. Era o que quase todos queriam, inclusive eu. Mas se as finais não ocorrerem bem no começo do mês, como os torcedores campeões irão comprar pacotes para assistir ao Mundial? Não se compra passagem para o Japão (ou Marrocos) com duas semanas de antecedência. Os preços serão proibitivos.
A tal final em jogo único terá o mesmo problema de logística, com dois agravantes enormes: o intervalo entre a semifinal e a final será de 16 dias e não serão 500 ou 1.000 torcedores a viajar (como no Mundial) mas uns 10 mil. Como 10 mil brasileiros (ou argentinos ou mexicanos) conseguirão desembarcar no México (ou em Santiago) num lapso de quatro ou cinco dias? Como as companhias aéreas se prepararão para essa demanda, com uma definição tão em cima da hora? Na Europa, a malha aérea é muito maior e uma parte considerável dos torcedores viaja de carro ou trem.
Um terceiro ponto é o interesse do torcedor local por um jogo entre dois times estrangeiros. Se a final deste ano, entre Atlético Nacional (COL) e Independiente del Valle (EQU) tivesse sido no Maracanã, teria tido lotação esgotada?
Há ainda questões esportivas. Como os clubes campeões irão se planejar para o Mundial com intervalo tão pequeno? No Brasil, o estresse pela Libertadores é tanto que o clube campeão leva uns dois meses apenas para recuperar o foco.
A América do Sul (+ México) não é a Europa, tanto pelo tamanho (muito maior, cerca de 3 vezes mais tempo de voo), pela população (bem menor) e pela riqueza (muito menor). Além disso a Conmebol está longe de ser a UEFA. A Champions é um primor de organização. A Libertadores ainda convive com policiais se protegendo de pedradas de torcedores. Melhorar a competição é uma boa iniciativa, mas a ação deveria ser mais ampla, resolvendo primeiro os problemas mais básicos. Querer copiar a Champions no chantilly antes de aprender a fazer o bolo pode dar uma bela dor de barriga.
Marcelo Damato, que observações excelentes! Realmente, tem uma série de desdobramentos que só são identificados após uma profunda análise, como a que você fez.
Em geral eu sou favorável às mudanças, mas a final em jogo único me parece um tiro no pé!
Eu acho legal o jogo único
Bruna Iten Victor Garbe
São argumentos válidos, eu não tinha ido tão longe
foi o q eu falei: logistica da final nota 0, mas com ctz o calendario estendido vai ajudar os clubes
Vai ter uma final? Em campo neutro??
Filipe Porto
O futebol sul americano Ta ficando sem graça
Acho legal vai ser interessante
Jean Cruz