Créditos da imagem: A Bola
Vamos falar sobre o Soccer. A chegada de Ibrahimovic ao Futebol do Tio Sam levantou uma série de questões a respeito de como a MLS gere a liga e o que esperar do futuro do esporte na terra da NFL. Vamos contar um pouco da história para poder chegar ao sueco.
Futebol lá é feito para ter sucesso controlado. No mundo, em todos os lugares em que o futebol passou a ser incentivado ele canibalizou os demais esportes. Os americanos já tem seu esporte de grama e não querem perder esta supremacia.
A MLS é controlada e administrada por pessoas oriundas da NFL. Em nenhum momento pós-Copa de 94 o futebol teve o devido investimento. A estratégia que sempre foi vendida ao público era de que o objetivo seria o de ter um “crescimento orgânico e desenvolvimento de base”, quando na verdade era uma forma de dar algo ao público hispânico que preferia o Campeonato Mexicano e segurar possíveis ondas de investimento no esporte. O sucesso da Copa de 94 abriu tanto os olhos dos donos do espetáculo que eles ficaram assustados.
Tanto é que passados todos esses anos o soccer cresceu, mas foi incapaz de desenvolver atletas de qualidade, nem de criar uma liga forte, apesar de ser sucesso de público em vários lugares, com destaque para o Seattle Sounders, que tem média de cerca de 40 mil pessoas por partida. A média geral do campeonato de 2018 é de 21 mil pessoas. Nada mal.
Hoje, com o envelhecimento do público da NFL e as novas demandas dos jovens, que querem um país mais globalizado e enxergam o esporte de Tom Brady como sendo algo dos seus pais, o futebol passa a ser uma ferramenta de acesso a eles. Além disso, a ausência na Copa deste ano também mostrou uma reação ruim do público, que passou a questionar a MLS.
Há alguns anos iniciaram a importação de atletas veteranos e é bem possível que passem a aumentar investimentos na próxima temporada. Se os veteranos até agora não foram bem – Kaká teve desempenho razoável, mas esperar que Lampard e Gerrard fossem levar emoção aos estádios não é uma estratégia vencedora para quem acompanha futebol há algum tempo -, ao menos Ibra tem maior potencial de incendiar as partidas. A escolha correta das estrelas veteranas com a chegada de jovens latinos qualificados podem dar ao soccer a evolução técnica e o status de liga grande.
Dois entraves importantes são a falta de duas divisões com acesso e descenso, e para isso estão “matando” a NASL para criarem uma MLS2, e a temporada, que por ser curta inviabiliza contratação de atletas de ponta. Nunca mexeram nisso justamente para controlar o fluxo de investimentos. E, veja, criar uma temporada anual os deixa de cabelo em pé, porque gera justamente a competição com outros esportes, o que eles não querem.
Estão numa encruzilhada.
Ah, lembrei da questão financeira. Clubes são empresas sediadas em Delaware. Por isso podem compensar prejuízos fiscais de empresas que dão lucro. Por exemplo, o dono de um clube que deu 5 de prejuízo pode usar este valor para pagar menos impostos de outra empresa sua que deu 15 de lucro.
Clubes americanos são estratégias financeiras de seus donos.
Voltando ao campo, recentemente a liga mexicana e a MLS anunciaram um acordo para a criação de uma liga única, na verdade um torneio novo e adicional às suas ligas. Uma globalização regional. Mais um passo rumo ao desenvolvimento efetivo do soccer.
O mais curioso é que enquanto os americanos passam a investir no soccer em busca dos torcedores mais jovens – o futuro -, no Brasil, quem cresce é a NFL, atraindo a atenção de muitos jovens, desinteressados do futebol local.
Mais uma mostra de como estamos perdendo oportunidades com gestões equivocadas nos clubes brasileiros.
Que tristeza isso de que estamos sempre na contramão! E como o viés do futebol nos Estados Unidos é definitivamente de alta, seja em atratividade ou em investimentos, é uma jogada de mestre dos mexicanos buscarem uma maior integração com os americanos, não, Cesar Grafietti?
Enquanto isso, permanecemos isolados…
Pode tirar o cavalinho da chuva que quando o futebol no USA estiver bombando, vão dar um jeito de criar uma ponte direta com a Europa kkkkkk
Sem dúvida. Primeira forma de se globalizar é acessando um mercado próximo e que demanda o produto/serviço.
Os mexicanos adoram futebol, a comunidade é enorme nos EUA, os clubes são fortes. É uma forma de criar um produto de melhor qualidade mais rapidamente.
A média de público do campeonato deles é bem mais alta que a nossa!!!!!!!!!!!!!!
E faz tempo!