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Flamengo e Santos decidem sábado, no Maracanã, qual deles vira o turno em primeiro lugar no Brasileirão. São dois times que vêm ocupando as primeiras posições desde o início. E são dirigidos por técnicos estrangeiros.
Mas que nada mais têm de igual. Na formação do elenco, hoje, o Flamengo é o “primo rico” e o Santos o “primo pobre”. O Flamengo já escreveu sua rica história com jogadores formados na Gávea, mas agora está montado com craques pagos a peso de ouro.
O Santos, pelas circunstâncias conhecidas – time sem grande número de associados, em cidade de população baixa -, mantém a tradição de revelar e aproveitar jogadores jovens, descobertos e levados para a Vila.
Usando de lógica rasa, muitos acham fácil enxergar que o Flamengo está no topo porque gastou fortunas e contratou muitos jogadores – assim como queriam, e poderão voltar à mesma tecla – quando se referiam ao, também “rico”, Palmeiras. Mas, e o Santos, que não tem “bala na agulha”?
Se não é a grana alta, então o segredo está nos técnicos estrangeiros. Pode não se concordar, mas não dá para negar a possibilidade. Os números apontam. Então o português Jorge Jesus e o argentino Jorge Sampaoli são muito melhores do que os brasileiros que dirigem os outros times?
Não, nem tanto. A diferença não está no conhecimento puro e simples dos dois, que seria superior ao dos brasileiros, mas na forma de relacionamento deles com a diretoria, com os jogadores e com a própria torcida.
Chegaram, e além de seus conhecimentos táticos, impuseram suas condições – não necessariamente financeiras – e cobram o cumprimento delas. “Não se metam no meu trabalho que eu não me meto no de vocês” – de alguma forma passaram esse entendimento. Vivem em hotel ou pequeno apartamento, sem a família, têm independência financeira etc. Traduzindo: “se me encherem o saco, vou-me daqui”.
Isso é ruim? Não, é muito bom. Elimina o medo do desemprego, apego exagerado ao dinheiro, a presença constante do procurador, que tem sempre um jogador para indicar, muitos deles meia-boca. E jogadores traíras, que abraçam nas vitórias e reclamam nas derrotas – como se não estivessem em campo.
Até a diferença de idioma ajuda. Sem qualquer maldade, acho que muitos entendem muito pouco o que eles falam, mas sacam o que pedem e ordenam.
Um único exemplo nacional: Telê Santana ganhou respeito dos jogadores, na fase mais dura no São Paulo, quando respondeu a um jogador que não tinha de dar satisfação a ele por que o estava tirando do time, porque também não tinha dado quando o escalou. E mais, quando pediu ao cartola maior para que descesse do ônibus, porque ali só viajavam jogadores e comissão técnica.
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