Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Não é de hoje que percebemos como o mundo do futebol gira em torno dos umbigos de seus próprios cartolas. Agem apenas de acordo com seus interesses, quando lhe convém e, principalmente, quando se sentem prejudicados. Diferentemente de várias classes de profissionais do país afora, os dirigentes esbanjam-se de atitudes antiquadas, que há tempos mantém o futebol travado e o leva à retrocidade, tal qual a imagem de quem o comanda.
Dentre tantas questões que ainda mancham o futebol, a arbitragem, sem dúvida é uma das principais. Erros e mais erros acontecem em todas as rodadas, beneficiando alguns, prejudicando outros, numa gangorra que sobe e desce muito além do que deveria ser.
No entanto, o que mais me preocupa não são os erros da arbitragem em si. Nós já sabemos que os árbitros não são profissionalizados, que não têm apoio, não contam com ajuda do recurso eletrônico – o que facilitaria muito o seu trabalho –, não podem se explicar após o jogo e que são apenas fantoches de coronéis e navegadores (este, no caso, que nem do Brasil pode sair).
Mas o que mais me preocupa, na verdade, é o umbigo de cada diretor e, por ora, de alguns treinadores e jogadores. Como, por exemplo, a entrevista do técnico Cuca dizendo que a arbitragem do jogo entre Figueirense x Palmeiras “foi boa”.
Meus amigos, alguém concorda? De tantas coisas ruins que ocorreram nesse jogo, a pior delas foi exatamente a arbitragem, que além de ter dado um pênalti para lá de contestável para o Palmeiras, ainda fingiu não ver um pênalti claro para o Figueira. Ao mesmo tempo, acompanhei um tweet – está na moda – do presidente do Galo reclamando das atuações da arbitragem, além de uma entrevista do presidente flamenguista fazendo duras críticas ao que ocorreu em Floripa.
Mas então por que o mandatário rubro-negro não se manifestou no meio de semana, após a polêmica do Fla-Flu? E será que Paulo Nobre convocará entrevista coletiva nessa semana para se manifestar sobre o que ocorreu em Santa Catarina? E quanto ao presidente atleticano, que se omitiu quando equívocos ocorreram em prol do Galo, como no jogo do primeiro turno contra o Corinthians?
Isso sem falar nos senhores Roberto de Andrade, Peter Siemsen ou qualquer outro que adora dar show apenas quando é prejudicado, mas lança o famoso “cada um com seus problemas” quando a flecha atinge o outro peito.
Por que estes senhores, que deveriam ser grandes e exemplares gestores, mais parecem crianças choronas e egoístas, que esperneiam quando perdem e se calam quando ganham? A mesma consciência que se indigna em perder dois pontos por um erro da arbitragem realmente se conforta ao ganhar outros três equivocadamente?
Na verdade, tão redondo quanto a bola são vossos umbigos e tão escassos quanto a qualidade dos jogadores dentro de campo são a ética e o respeito de seus cartolas fora dele. E por isso, o futebol brasileiro rebaixa, rebaixa e nos faz crer dia após dia que 7 x 1 foi, sim, muito pouco!
Mas enquanto eu escrevo tudo isso daqui, uma porrada me acorda e me faz escutar o que crava Eurico Miranda quando diz que, na verdade, “esse negócio de ética é coisa para filósofo”.
Realmente, Jorge Freitas, tudo isso é muito desanimador! Eu concordo com o Emerson Figueiredo, está mais do que na hora de haver punição para quem fica falando essas barbaridades. Enquanto cada um fala o que quer sem que nada aconteça, todos vão falar algo; senão para desabafar ou desviar o foco, ao menos para pressionar as arbitragens seguintes.
E, enquanto isso, a credibilidade do campeonato despenca ainda mais…