Créditos da imagem: Gustavo Magnusson
Chama a atenção há algum tempo a boa fase de Renato Cajá: um meio campista técnico, destaque da surpreendente Ponte Preta até o momento no corrente ano.
Jogador que gasta energia de maneira equilibrada, não o vemos correndo à toa, sem função tática ou esperando acontecer algo, sem participação efetiva na partida. Canhoto de toque preciso, erra poucos passes, tem boa habilidade em bola parada, daquele tipo clássico e saudoso de camisa 10 que o apaixonado por futebol gosta.
Não bastasse o fato de ser um dos jogadores de maior destaque do Brasileirão, também é o artilheiro de momento – com quatro belos gols anotados – e se vê valorizado como talvez nunca o tenha sido antes na carreira.
A busca pelo histórico deste atleta de 30 anos revela boas passagens anteriores pela Macaca, Botafogo e Vitória e outra sem deixar saudades pelo Grêmio, além das corajosas tentativas pelos mercados da China, Turquia, Japão e mundo árabe.
Uma curiosidade: em sua passagem pelo Guangzhou Evergrande, da China, o jogador teria sido punido pela diretoria do clube por não ter cumprimentado o técnico que o substituíra e por não ter saudado a sua própria torcida. Já pensou se a moda pega por aqui?
Outro fato marcante da carreira de Cajá é o fato de ser dele o gol inaugural da Arena Fonte Nova, reinaugurada em abril de 2013, em um Ba-Vi (que terminou com uma goleada de seu time – o Vitória – por 5×1 sobre o arquirrival).
Uma rápida consulta à internet traz algumas informações interessantes: Renato Cajá tem o apelido devido a sua terra natal, Cajazeiras-PB. Pois bem, Cajazeira é o nome da árvore que dá o fruto chamado cajá, a qual tem boa serventia para dar sombra aos pés de cacau no sudeste da Bahia.
Voltando ao futebol, agora vem à tona a notícia de interesse do atual bicampeão brasileiro Cruzeiro pelo atleta, uma oportunidade de ouro para que possamos ver esse “tardio promissor” demonstrar todo seu potencial dentro de um contexto muito mais favorável do que apenas a condição de zebra ou luta por permanência na Série A. Ou, melhor do que a cajazeira, deixar de ser apenas quem faz sombra para se fazer brilhar.