Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Don’t Give Up!!!!
“Nunca desistimos de um jogador” – uma das frases feitas mais bonitas, enganosas e hipócritas do futebol. É lindo dizer que acredita no outro até o fim. Mas a vida real não é Sessão da Tarde – a atual, não a dos tempos da galera do barulho aprontando todas numa tremenda confusão. A hipocrisia aparece porque, no caso do clube, a intenção é patrimonial. Se insistirem muito, quem sabe consigam reunir jogadas pra um vídeo no Youtube que atraia pretendentes desavisados. Pablo, o não-artilheiro da rodada, teve gol do Fantástico e até “hat trick” contra o time da Grechen (Piripiri). Poderia pedir um LP inteiro, se o que valesse fossem chances perdidas e engrossadas.
Vitor Mature, astro das antigas, reclamou de um clube que não aceitava sócios atores: “preciso mostrar meus duzentos filmes pra provar que não sou ator?”. Pablo provou que não é centroavante na temporada em que mais marcou no CRBJL*. Foram 13 em 37 partidas. A trigésima-sexta garantiu um bônus pelo percentual previsto no contrato. Uma cláusula normal em grandes contratações. O problema, amigo internauta que não ajuda nas transmissões, é Pablo ter sido grande contratação. “Ah, mas e o que ele fez no Attthhhhlllllético?”. Foi quase o que Diego Souza fez na mesma temporada de 2018. Pablo marcou um pouco mais e deu menos assistências. Nada que justificasse milhões de euros. Mas lembram a resposta padrão pra quem questionasse? “Deixa de ser corneta!”. O são-paulino pós-soberano não hesita entre ser previdente ou bobo alegre.
A desculpa pela insistência é a falta de um camisa 9. Como se Pablo fosse um. Jogou de centroavante no CAP por um semestre. Fez quase todos os gols na grama sintética de sua arena. Por sinal, foi onde marcou 2 gols no confronto do primeiro turno. Diferentemente do estádio do Palmeiras, a bola de futebol de campo pula e corre mais em Curitiba. É só ali que Pablo se sente confortável. Mesmo caso de Tiago Nunes, que o inventou na posição. Não deu em nada no Corinthians, onde desembarcou como “o melhor técnico nacional”. Afundou de vez o Grêmio pós-Renato. Agora vai levando o Ceará pro sentido oposto ao do rival Fortaleza. Será demitido em breve, mas não tem com o que se preocupar. Os trouxas também nunca desistem. Sempre vai ter um disposto a torrar dinheiro alheio em quem está no circuito. Fala-se em Mano de volta ao Corinthians. Pois é.
Desistir também é preciso. Há anos culpo a esperança pelo que acontece nos feudos de Juvenal Juvêncio – em plano carnal ou fantasmagórico. No filme dos 10 Mandamentos (o clássico com Charlton Heston, não o do bispo com seu Moisés de Malhação), os hebreus levam inacreditáveis quarenta anos pra chegar à Terra Prometida. Por que Deus foi o pior GPS da História? Porque, de acordo com o roteiro, não queria que nenhum adorador do Bezerro de Ouro entrasse lá. No (muito) velho testamento tricolor, o bezerro era Juvenal. Leco, Casares (pitbull) e Marco Aurélio (pug). Muricy (mula) e Milton Cruz (sanguessuga) estavam entre os sacerdotes. Ou a gestão do clube desiste deles, ou o diferenciado vai continuar penando no deserto. Pode pintar um estadual de miragem, mas a redenção estará longe. O golpe foi em 2011. Ainda faltam 30 anos.
Voltando a Pablo: e se tivesse marcado um gol, em vez de um field goal, contra o Bragantino? Veríamos a beleza do “me ajuda a te ajudar”. Portais estampariam os ansiados “saiba como Rogério Ceni recuperou Pablo em tempo recorde”. Torcidas organizadas e caça-favores doutrinariam seus membros e seguidores. Fora a turma que, como falei acima, nem precisa ser manipulada pra cair em lorota. Meu primo Belmiro já devia estar com um texto engatilhado pra este site. Faltou combinar com a bola. Ao menos ela pediu penico.
*Clube de Regatas Botafogo do Jardim Leonor – sério que vou ter que explicar toda vez????
[…] “Desistir, nunca!!!” Está certo dissum, Pablum????? 25/10/2021 […]
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