Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
A 9ª rodada do Campeonato Brasileiro terminou com muitos gols e poucas alterações na parte de cima da tabela. Mas não que não tenha sido emocionante, pelo contrário. O torcedor corintiano que o diga. Teve que se despedir novamente do maior comandante da história alvinegra. Sobraram lágrimas e aplausos justíssimos a Tite, que vai para a Seleção e deixa Cristóvão Borges como sucessor.
Confesso que me incomodei com a fala de Roberto de Andrade no pós-jogo. Questionado sobre os critérios e as qualidades encontradas no treinador, disse basicamente que não houve critério e que Cristóvão é boa gente. Ser boa-praça é muito pouco para obter sucesso no Timão. O próprio Tite não deu certo por sua “titebilidade”, e sim pelos conhecimentos táticos, padrão de jogo, em suma, por saber de futebol. Cristóvão não me parece a escolha mais acertada, principalmente pelo retrospecto recente, mas essas são cenas para os próximos capítulos do eterno drama, desses maloqueiros e sofredores.
O que temos para hoje é o arquirrival Palmeiras no topo da tabela. Sim, é cedo para qualquer prognóstico, e sim, é uma liderança compartilhada com o Internacional, mas diga isso a um palmeirense. O Palmeiras é hoje líder de fato. Entretanto, parafraseando o poeta, liderar é um deserto e seus temores. Grande parte das vezes, liderar a essa altura atrapalha. Atrapalhou o Galo no ano passado (ainda que fosse o Sport o líder a essa mesma altura). Pode atrapalhar, e muito, o Palmeiras. A ansiedade a cada rodada vai ser proporcional ao jejum que já dura longos 22 anos. Liderar é um deserto porque é solitário estar em primeiro, perseguido por quem vem atrás. Cuca já terá que enfrentar esses fantasmas contra o aparentemente inofensivo América-MG, em casa. Há que se ter calma. Esse deserto está longe de terminar, com a ameaça ao conto de fadas verde ruir a cada rodada.
O Palmeiras terá que ter calma e cuca fresca (com o perdão do trocadilho) para não trocar o pé pelas mãos, como em 2009. É cedo…
Ótimo texto, como sempre!
Muito bom! Eu também aposto que o Cristóvão não deve dar certo, mas a verdade é que, diante das negativas comentadas pela imprensa, não via nenhuma boa alternativa para o Corinthians.
Quanto à liderança do Palmeiras, concordo que é cedo. Mas penso que Palmeiras e Grêmio são os maiores favoritos ao título. Vamos ver no que dá 😉
O interessante do Cristóvão me parece a coerência do Corinthians em buscar ideias antes de nomes, mas é mesmo isso um pouco de falta de opções no mercado. Talvez fosse um bom momento para um estrangeiro.
[…] da saída de Tite, o Timão apostou em Cristóvão Borges (algo que à época defendi) e, mesmo o time não sendo brilhante durante a sua permanência, chegou a liderar o Brasileiro, […]