Créditos da imagem: Ricardo Nogueira/Grupo Abril
Com duelos decisivos em casa, Palmeiras e Santos têm totais condições de decidirem a competição no Maracanã
Neste meio de semana, serão conhecidos os finalistas da Copa Libertadores da edição 2020, apesar da finalíssima ser disputada em 30 de janeiro de 2021. Se Palmeiras e Santos confirmarem as expectativas, vão disputar a primeira final brasileira desde o duelo entre São Paulo e Internacional de 15 anos atrás. Mera constatação, sem ufanismo nem pachequismo.
O Palmeiras entra em campo hoje, no Allianz Parque, com a vaga praticada assegurada contra o River Plate. Não só venceu em Avellaneda como aplicou a pior derrota de Marcelo Gallardo como mandante dos Millonarios na Liberta. Placar de 3 a 0 que o coloca virtualmente na decisão. O segredo do resultado foi ter um meio-campo jovem e combativo com a trinca formada por Danilo, Patrick de Paula e Gabriel Menino.
Já o Santos precisa de vitória simples contra o Boca Juniors, na Vila mais famosa do mundo, amanhã. Poderia estar em real vantagem se a arbitragem de Roberto Tobar não sonegasse um pênalti absurdo de Izquierdoz em Marinho. Nem o VAR, sob comando de Juan Benítez, foi capaz de chamá-lo para checar o lance no vídeo. Por se tratar de um erro evidente em lance capital da partida, o chamado era, além de pertinente, impositivo.
Verdão e Peixe venceram na rodada do Brasileirão
Os rivais entraram em campo no fim de semana de Brasileirão e venceram jogando fora de casa. O Palmeiras só contou com Weverton de titular na formação que foi a campo na Ilha do Retiro e bateu o Sport por 1 a 0. Willian Bigode marcou. O time não foi bem no primeiro tempo, quando o Leão se impôs, e marcou em seu momento mais delicado da partida. Contou com a ineficácia da arbitragem, que não viu pênalti de Rony (um dos quatro titulares de Abel Ferreira) no lance derradeiro da partida, para voltar do Recife com os três pontos.
O Santos fez melhor ainda. Foi ao Morumbi e bateu o líder São Paulo por 1 a 0, com gol de Jobson. Venceu porque soube como amarrar o rival e aproveitou uma das raras chances de gol, com sua formação inicial totalmente alternativa. Cuca reforçou a equipe no segundo tempo, colocando peças como Pituca, Alison e Kaio Jorge. De quebra, terminou com um tabu que durava desde outubro de 2019: não vencer clássicos.
Argentinos não venceram no fim de semana
O Boca Juniors empatou contra o Argentinos Juniors, no fim de semana, por 2 a 2. Acabou se classificando para a decisão da Copa Diego Armando Maradona, competição criada para ocupar o espaço que não pôde ser ocupado pela Superliga Argentina, paralisada em março passado por conta da pandemia. Dos titulares, apenas Jara foi a campo (e como volante, diferentemente do jogo contra o Peixe, quando atuou na lateral).
O River Plate, em contrapartida, confirmou sua maré ruim na competição nacional sob o comando de Muñeco Gallardo. Foi derrotado pelo Independiente de Avellaneda, por 2 a 0. O comandante da equipe foi expulso. E nem dá para dizer que os Millonarios não levaram o duelo à vera, já que Armani, Rojas, Casco, Nacho Fernández e Santos Borré foram escalados como titulares. Mais Suárez, Montiel e De La Cruz que saíram do banco.
Favoritismo não significa vitória certa, mas…
O resumo da ópera é o seguinte: o River vem em seu pior momento, animicamente falando, depois de um ano acidentado de futebol na Argentina, sem performar no nível do time que decidiu a América nos últimos dois anos. O Palmeiras só cai se sofrer o pior revés desde a inauguração do Allianz Parque, em 2014. Portanto, deve estar em sua primeira final sul-americana desde 2000 – quando foi derrotado nos pênaltis para o Boca Juniors.
O Peixe tem um duelo mais cascudo, até pela forma mais conservadora como este Boca de Miguel Ángel Russo costuma encarar as partidas. Porém, com Marinho e Soteldo descansados, espera-se um time mais agressivo na Vila para tentar chegar à primeira final de Libertadores em 10 anos – quando Neymar foi o Rei da América depois de fazer chover contra o Peñarol e ser o cara do tricampeonato em 2011. É a minha aposta.
Uma final inesperada para uma temporada inesperada
Palmeiras e Santos começaram a Libertadores sendo comandados, respectivamente, por Vanderlei Luxemburgo e Jesualdo Ferreira, o que evidencia o grande trabalho de seus sucessores, Abel Ferreira e Cuca, já que ambos pegaram o bonde andando e, ainda assim, conseguiram melhorar sensivelmente o desempenho de suas equipes. Além disso, demonstra como 2020 foi atípico também dentro dos gramados, com diversas peculiaridades que foram muito bem aproveitadas pelos arquirrivais, agora próximos de realizarem uma final histórica no Maracanã.
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O Santos é SEMPRE atípico, é o clube onde o raio cai no mesmo lugar reiteradas vezes (mesmo com os dirigentes fazendo de tudo para atrapalhar)! Um verdadeiro MILAGRE!
Dá-lhe PEIXE!