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Caríssimo Danilo,
O Corinthians informou que você não seguirá mais conosco no próximo ano.
Era de se esperar, afinal, em tempos de crise é hora de conter gastos e, sejamos sinceros, seu salário alto já não combinava muito com o que vinha rendendo em campo.
Depois de tantas críticas, a razão, enfim, tomou conta da emoção na diretoria corintiana.
No entanto, Zida, permita-me chamá-lo assim, não haverá salário suficiente para te pagar a felicidade que nos deu nestes oito anos de Corinthians.
Você chegou em 2010, sob grande desconfiança por ter jogado tanto tempo com a camisa do rival. Mesmo assim, encarou o desafio quando o clube ainda vivia a pressão da Libertadores, redobrada em razão do tão esperado ano do centenário.
Nós te criticamos, te vaiamos repetidas vezes e, mesmo campeão brasileiro de 2011, te queríamos bem longe do nosso Timão.
Esquecemo-nos que, sob aquela camisa 20, havia um jogador que nasceu para ser campeão.
Não precisou de mais seis meses para que você começasse a deixar marcas que raríssimos jogadores conseguiram deixar na torcida mais fiel do planeta.
Desde as belas atuações na tão sonhada conquista da Taça Libertadores, cujo ápice fora a calma para balançar as redes do Santos, num jogo tenso e que se desenhava complicado, até o último gol, de bicicleta contra o Bahia, no melhor estilo maloqueiro sofredor, crucial para ajudar o clube a se livrar da briga pelo rebaixamento neste ano.
Sim, Zida, você foi da calma ao sofrimento com a camisa corintiana nesse tempo todo.
E no meio disso tudo, você, meu caro, está eternizado pela jogada do gol de Guerrero, contra o Chelsea na final do Mundial de Clubes.
Até hoje, te vejo no canto debaixo da tela, recebendo a bola de Paulinho, e escuto Galvão Bueno dizendo “Danilo limpou, pé direito bateu, o toque de cabeça, olha o gol, olha o gol, olha o gol…”.
Não há quem possa se esquecer disso tudo.
Mesmo ídolo, você teve a grandeza de aceitar o banco de reservas desde 2015 e jamais se negar a ajudar a luta corintiana, seja ela para levantar caneco ou para expulsar a má fase.
Infelizmente, aos poucos, o fantástico time de 2012 se despede. Com a volta de Ralf, o verdadeiro Pitbull do futebol brasileiro, agora resta com ele apenas o Gigante Cássio, sinais de que o tempo passou e o que ocorreu há seis anos se torna cada vez mais história.
História construída por você e por sua grande mania de jamais desistir de ser vencedor.
Com 357 jogos e 35 gols marcados, você terá mais duas partidas para desfilar sua calma e experiência com a camisa alvinegra. Com oito títulos na conta, está eternizado como um dos maiores vencedores do Corinthians, agora Bicampeão Mundial e Heptacampeão Brasileiro.
Não sabemos exatamente para onde você vai, mas desejamos que possa ter toda a felicidade do mundo em qualquer lugar que estiver.
Muito obrigado pela Libertadores, pelo Mundial, pelos Brasileiros, Paulistas e pela Recopa.
Obrigado por ter construído a década mais vitoriosa do Sport Club Corinthians Paulista.
Vá na fé, seja feliz como fomos com você e que São Jorge te abençoe sempre.
Amém!