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Associar BMG a futebol não é nenhuma novidade. O banco mineiro já teve participação relevante como patrocinador de clubes há cerca de 10 anos. Foram pelo menos 8 clubes, entre eles: Flamengo, São Paulo, Santos, Cruzeiro e Atlético Mineiro.
Ou seja, a estratégia não é nova, nem o gosto pelo futebol. Naquele período, o banco investia em atletas e hoje é dono de um clube em Minas Gerais, o Coimbra.
Me parece que a estratégia atual do BMG está relacionada ao sucesso recente de exposição da Crefisa e do Banco Inter. O posicionamento do BMG hoje contempla essas duas plataformas, seja a de uma financeira “high yield”, seja a de um banco digital. Então, a estratégia de se posicionar como um contraponto à Crefisa vem na linha da rivalidade entre Corinthians e Palmeiras, ainda mais acirrada por terem conquistado os últimos quatro Campeonatos Brasileiros.
Em princípio não vejo a atuação do BMG junto ao Corinthians no mesmo patamar do que a Crefisa faz com o Palmeiras. Primeiro porque o BMG divide a exposição com outros patrocinadores, enquanto a Crefisa é exclusiva no Palmeiras. Depois porque a Crefisa aporta volumes relevantes contratando atletas, e isso não faz parte do que foi divulgado como acordo entre BMG e Corinthians.
Além disso, ainda há o aspecto político dos clubes. A principal executiva da Crefisa, Leila Pereira, já deixou claro que pretende presidir o Palmeiras, o que torna a relação entre clube e patrocinador ainda mais umbilical. Enquanto isso o BMG nem de perto chega a este ponto. Os aportes da Crefisa para contratações também precisam ser analisados sob esta ótica.
O que temos visto é muito mais uma estratégia de comunicação agressiva do BMG, provocando a Crefisa e levando a rivalidade às marcas financeiras. Os especialistas em Marketing reprovam esta abordagem, pois apesar de gerar exposição ela acaba associada à rejeição de outras torcidas, o que é ruim.
O mais importante para o futebol é ver que o espaço da Caixa Econômica Federal está sendo ocupado, e isto é fundamental para o bom andamento das finanças dos clubes que perderam recentemente esta fonte de receitas. Num ano ainda difícil e com a maior parte dos orçamentos de investimentos publicitários já encerrados, é algo para se celebrar.
Patrocínio suspeitíssimo, como quase tudo o que ocorre pelas bandas do Parque São Jorge. E o do Palmeiras só não é suspeito porque a D. Leila é uma fanática que quer ser dona do clube, senão também seria.
O que me intriga são esses movimentos cíclicos: antes o BMG era mergulhado no futebol, depois saiu totalmente, e agora já fechou com o Atlético também…