Créditos da imagem: Djalma Vassão / Gazeta Press
Bauza fez nessa quinta-feira seu último jogo no São Paulo. Deixa o Brasil após sete meses de serviços prestados ao tricolor paulista, tempo suficiente para que seu trabalho possa ser julgado e as feridas, apontadas. E pelo resultado, há que se lamentar sua saída? Aparentemente não, já que lamentáveis, na verdade, são os fracos números de Patón: 49 jogos, 18 vitórias, 13 empates e 18 derrotas.
Com aproveitamento de 45,6%, Bauza não convenceu em nenhum campeonato, a começar pelo Paulista. O que dizer? Após campanha apenas regular na fase de grupos, passando, inclusive, alguns sustos, o Tricolor foi chacoalhado pelo modesto Audax: levou 4 x 1 e não viu a cor da bola. Saiu do Paulistão da forma que entrou, sem empolgar e sem esperanças.
Mas ainda havia a Libertadores, onde o time de Bauza apenas iludiu. Sim, iludiu! Chegou à semifinal com uma campanha pífia, sendo um dos piores times da primeira fase. Depois, passou sempre com uma vitória em casa e uma derrota fora, até que encontrou um time mais organizado – o Atlético Nacional – que soube fazer o resultado duas vezes, tanto no Brasil, quanto na Colômbia. Nada que deva ser comemorado nesta campanha, visto que não parece fora do comum um time de pior campanha chegar longe neste campeonato – San Lorenzo e River Plate que o digam.
Após mais uma eliminação, o São Paulo se viu no meio do Campeonato Brasileiro, sem aspirações e sem suas principais peças – vendidas ao futebol europeu. Neste exato momento, na metade do campeonato, tem em sua realidade a briga para não ficar na parte de baixo da tabela, já que o grupo de cima se distancia e o G-4 já abre nove pontos, quantia considerável frente ao mediano elenco tricolor.
Mas o time de Bauza não foi só isso. Apesar de ter ganho em casa do Palmeiras e ter sido o primeiro treinador são-paulino a arrancar um ponto em Itaquera, o argentino foi goleado pelo Santos no Pacaembu e viu a equipe perder pontos bobos contra Chapecoense, Sport e Atlético Paranaense. É pouco, muito pouco para um time da grandeza do São Paulo, que deveria brigar nas cabeças, juntamente com os três rivais paulista, líderes atualmente do Campeonato Brasileiro.
Bauza pode até ter dado a garra que a torcida pedia aos jogadores, mas os números não mentem. A impressão que fica é que, se fosse brasileiro, o treinador já teria sido demitido há muito tempo, talvez logo após a goleada sofrida pelo Audax – que se somava à fraca campanha na Libertadores. Deixa o Brasil devendo melhores impressões, bem diferente daquela que tem com os argentinos. Por isso, não me pergunte qual a razão de ser chamado para assumir a atual vice-campeã mundial. Talvez seja dessas coisas que só quem apostou em Dunga duas vezes em oito anos saberia responder.
Concordo, Jorge Freitas! Entendo que o Bauza é um bom treinador, mas que não fez nada demais no São Paulo. Acho que você pegou o ponto-chave: o entusiasmo com ele vinha mais do fato de o time mostrar mais alma em campo.
Mas acho que isso é devido a, além de mérito do Bauza, uma mudança do perfil da equipe: antes o São Paulo era meio “galático”, com Pato, Luis Fabiano, Ceni, Ganso, etc. Neste ano ficou mais limitado, então ficou mais claro para todos que seria necessária uma postura mais comprometida e tática.
Boa análise. Vendo esse São Paulo do Bauza, especialmente na Libertadores, sempre enxerguei um time jogando muito mais com o coração e a mística da sua gigantesca camisa do que com organização tática e talento dos seus jogadores. Ganso, Michel e Calleri eram verdadeiros oásis de talento e consciência em um elenco muito aquém do que um clube da grandeza do São Paulo merece. Sempre vi o Maicon como um jogador superestimado pela torcida tricolor e parte da mídia. Ele não é ruim, mas não chega a ser algo de outro mundo… um zagueiro nota 6… Mas com grande personalidade, temos que admitir
O São Paulo só briga contra o rebaixamento se fizer muitas bobagens a partir de agora (assim como outro gigante, o Inter, vem fazendo). Mas o vejo neste Brasileiro como mero coadjuvante, muito pouco para o clube que considero, com sobras, um dos três maiores do país, mesmo torcendo para um dos seus rivais…
Talvez a Copa do Brasil seja uma saída interessante para que o Tricolor volte aos seus bons dias …
Assim como é possível enganar a todos por algum tempo, mas não por todo tempo, time medíocre pode correr mais, pegar mais, por algum tempo, mas logo volta ao normal. Assim é o São Paulo …
De enganadores o Brasil esta farto….tecnicos, jogadores e agora colunistas .