Créditos da imagem: Lancenet
É sempre assim. Entra ano, sai ano, e todo torcedor apaixonado imagina como será o ano seguinte do seu time.
Se a fase é ruim, é enorme o desejo de mudanças e melhor sorte. Se é instável, cheia de altos e baixos, fica a expectativa de que com mais entrosamento os bons momentos irão se consolidar a ponto de despertar aquele sentimento: ah, esse ano será “nosso”. Mas, se a fase é boa, com títulos e time afinado, ah meu amigo!, aí a expectativa e a confiança tornam-se gigantes e a torcida “surfa” na entusiasmada onda do favoritismo.
Mas, e os estaduais? Eles ainda têm o poder de proporcionar essa comoção?
É com pesar que faço a constatação, mas a mim não atraem mais. O Paulistão, por exemplo, que é considerado o maior campeonato estadual do país, parece ter perdido aquele gás, aquele charme.
Você, torcedor de um dos quatro grandes do Estado de São Paulo, topa fazer um comparativo e voltar um pouco no tempo?
Pois bem, dá para comparar os últimos títulos paulistas do Corinthians com aquele de 1977, quando o alvinegro encerrou um jejum de vinte e três anos sem conquistas?
E pra você, amigo santista, bater o rival Corinthians em 2011, de alguma maneira foi comparável à alegria sentida na conquista de 1984 (aquela do gol de Serginho Chulapa), contra o mesmo adversário?
Tricolores paulistas hão de se lembrar do esquadrão são-paulino do Mestre Telê Santana, Raí e companhia, Campeão Paulista de 1991, com jogos nas fases finais com mais de cem mil pessoas no Morumbi.
E, por fim, mas não menos importante, o que falar da quebra do jejum sem títulos do Palmeiras, em 1993, numa das partidas mais marcantes da história do clube?
Se compararmos presente e passado (mesmo os títulos “menos especiais e famosos”), é possível notar que o Paulistão não está mais motivando: é um campeonato chato, longo, com regulamento cada vez pior e que atrapalha – e muito – o rendimento dos clubes no restante da temporada.
Todos concordam que nosso calendário é apertado e adaptações deveriam ocorrer, mas os interesses políticos das federações, e os financeiros da televisão, acabam sempre falando mais alto.
Boa a época em que o campeonato era valorizado, desejado, e com uma média de público que atualmente, por diversos fatores, é inimaginável.
Hoje vemos times grandes do Estado jogarem para quatro mil pessoas. O Guarani, de Campinas – que até campeão brasileiro já foi – está nocauteado, fora da elite do futebol paulista e afundado em dívidas, prestes a perder seu próprio estádio, o simpático Brinco de Ouro da Princesa. Situação emblemática e triste do cenário futebolístico do nosso país.
Diante de todo o exposto, o famoso “Paulistão” perdeu a magia, o encanto.
Muito, também, por conta do seu regulamento. Impressiona como o simples torna-se complexo nas mãos dos dirigentes. Falemos um pouco das barbaridades da edição atual:
1 – Limitação de inscrições de atletas e opção de substituição apenas na mudança de fase: com isso, o clube acaba por pagar os salários de atletas que sequer poderão atuar pelo time. Um absurdo! E, se o clube fecha uma contratação com o campeonato em andamento, terá que esperar a próxima fase para inscrevê-lo? Vejam o caso do Palmeiras com o Cleiton Xavier, que veio do exterior e foi proibido de atuar por conta de um regulamento patético. Trata-se de manobra completamente abusiva e autoritária, a fim de garantir que os jogadores mais consagrados participem e prestigiem a competição. Um verdadeiro tiro no pé.
2- Sistema de disputa: são quatro grupos de cinco equipes cada, nos quais não existe a possibilidade de confronto direto para a disputa de classificação na primeira fase. Qual a lógica? Por mais que os adversários enfrentados sejam os mesmos, nada se compara ao confronto direto, correto?
3 – Rebaixamento e classificação: um time pode ser rebaixado sem ao menos perder uma partida, bem como, dependendo da combinação, se classificar para a próxima fase sem uma vitória sequer, apenas com empates. É pouco provável, mas existe a possibilidade. Lamentável.
E assim o Paulistão vai virando cada vez mais Paulistinha.
Além de tudo que foi dito, o horário dos jogos no meio da semana; a falta de formação de craques (vão muito cedo para o exterior); os empresários de jogadores que os tornam mercenários e sem amor a camisa do clube, etc. O desencanto é gerado e povo aos poucos vai deixando de ser tão fanático e assíduo aos estádios.
Sim. O regulamento e
torna a competição poucoatrativa. O que parece simples para nós torcedores, acho que é bastante difícil para os nossos dirigentes que dominam o futebol brasileiro.
Bom artigo. Parabéns !!
Estadual virou algo tão chato que sequer me animo a discutir sobre o assunto. Pelo brasileirão o ano todo, com Libertadores e Copa do Brasil um em cada semestre! Eis as minhas palavras de ordem.
[…] Como esquecer acontecimentos marcantes do “Paulistão”? Alguns deles foram expostos no texto “Ah, o Paulistão”, de Fábio Palmieri, e uma infinidade de outros podem ser lembrados, como os oito títulos do “Santos de Pelé” […]
Hey there! Do you know if they make any plugins
to help with SEO? I’m trying to get my blog to rank for some targeted keywords but
I’m not seeing very good results. If you know of any please share.
Thanks! I saw similar art here: Eco product