Créditos da imagem: Montagem / Adriano Motta
O futebol brasileiro ainda engatinha, mas já demonstra evolução. Mesmo com o imediatismo rondando o esporte em nosso país (14 técnicos demitidos só no primeiro turno do Brasileirão), gratas surpresas como Levir Culpi e Eduardo Baptista escancaram aos nossos dirigentes que o trabalho a médio/longo prazo vale a pena e tende a dar resultado.
Mas o que alegra é ver alguma evolução dos conceitos e filosofias táticas. A revolução Guardiola x Mourinho parece surtir efeito no nosso maior atraso: execução de ideias no campo. Enquanto o espanhol mesclou ideias de gênios como Cruyff, Bielsa e Van Gaal, o português deu inteligência à retranca.
Inteligência que pode ser vista no Corinthians de Tite, que mesmo sofrendo críticas pelo estilo de jogo fechado, é efetivo e até mesmo cirúrgico. Há de se destacar o trabalho do técnico, que, ainda perdendo peças fundamentais (Guerrero, Emerson Sheik e Fábio Santos), conseguiu remontar um time em meio ao caos instaurado pela mídia.
Proposta reativa: compactação horizontal com linhas chapadas e próximas, aproveitando o erro do adversário com a velocidade de Malcom e Jadson, abertos pelos lados, e a qualidade de passe de Renato Augusto e Elias, centralizados. O atual líder do campeonato tem melhor defesa e campanha fora de casa, além de 70% de aproveitamento no primeiro turno.
Em sequência vem o Atlético-MG, um dos exemplos de continuidade de trabalho e organização tática. Começou o campeonato com o futebol mais vistoso do Brasil e é dono do melhor ataque da competição (35 gols, já somados os dois da vitória por 2×1 contra o Palmeiras, pela primeira rodada do returno), mas caiu naturalmente de rendimento no final do primeiro turno.
Levir Culpi, com conceitos modernos e filosofias bem definidas, tratou de esfacelar a cultura de volante “cão de guarda” e meia “armador”. No Galo, as jogadas começam de trás: laterais incisivos, zagueiros que sabem jogar, e o melhor volante do Campeonato Brasileiro – Rafael Carioca.
Oscilou entre o 4-1-4-1 com Dátolo e Giovanni Augusto centralizados, mas terminou a primeira parte da competição no 4-2-3-1. Time que ataca e defende em blocos com constantes trocas de posicionamento. Efetivo com Lucas Pratto na frente.

Contra o Avaí, Rafael Carioca, por trás, aciona Luan para iniciar a jogada de um dos gols do time mineiro. (Foto: André Rocha / Reprodução)
O Grêmio vem surpreendendo com o bom trabalho de Roger Machado. A aposta tricolor transformou o desacreditado elenco comandado por Felipão, no início do ano, em um time competitivo.
Movimentação de Luan e Pedro Rocha, liberdade para Douglas jogar, e boa saída de bola com Maicon e Giuliano, que por vezes recua para amplificar tal virtude. O Grêmio é o melhor mandante do campeonato e terceiro colocado com 61,7% de aproveitamento (já considerado o empate contra a Ponte Preta, pela primeira rodada do returno).
Desconsiderando a posição na tabela, vem o Sport, que, assim como o Atlético-MG, aposta na manutenção e trabalho a longo prazo com Eduardo Baptista. Com planejamento e competência do técnico “gestor de grupo”, assemelha-se ao time mineiro em alguns pontos: volantes que sabem armar, velocidade nas pontas com Élber e Marlone (Maikon Leite começou o campeonato como titular, mas se contundiu), a qualidade de Diego Souza centralizado, e a mobilidade de André.
Conceitos modernos do 4-2-3-1 do time pernambucano. Eduardo Baptista preza a compactação e a organização tática de sua equipe. Propõe o jogo com a mesma velocidade que se defende. Time versátil.
O São Paulo tem proposta de intensidade e pressão com Osorio, que é adepto ao 3-4-3 ou 4-3-3. Vem sofrendo com a falta de material humano e a dificuldade dos jogadores se adaptarem ao estilo de jogo e à filosofia do técnico colombiano.

Flagra da pressão do São Paulo no campo do Corinthians. Todos os jogadores de linha no campo ofensivo. (Montagem – Adriano Motta / Reprodução: Premiere FC)
Mesmo assim, o tricolor paulista se mantém na parte de cima da tabela passando por altos e baixos. A conferir se o técnico colombiano resistirá a mais uma derrota (no fechamento do returno, o São Paulo sofreu uma derrota inesperada para o Goiás em pleno Morumbi. No meio da última semana, pela Copa do Brasil, derrota histórica para os reservas do Ceará, novamente em casa. E, na abertura do 2º turno, a única derrota aceitável da série: desta vez para o Flamengo, fora de casa).
O Atlético-PR é o exemplo cabal de que não é necessário ter peças excepcionais para montar um time organizado e efetivo taticamente. Sob o comando de Milton Mendes, único técnico do Brasil com curso da UEFA, o rubro-negro do Paraná surpreende no campeonato.
Na execução do 4-2-3-1, jovens que se adequam aos conceitos do técnico, e a experiência de Walter, como pivô, partindo da direita levando a marcação.
Velocidade para atacar e defender com Marcos Guilherme e Nikão abertos pelos lados, além da efetividade de Otávio nas roubadas de bola. Uma equipe que tende a crescer com o trabalho a manutenção de seu técnico, e que garantiu um sétimo lugar no primeiro turno.
Falta muito para o futebol brasileiro conseguir superar suas falhas, mas os times citados são exemplos de que, pelo menos no campo, a evolução existe. Outros times podem ser citados, como a Chapecoense, que sob o comando de Vinícius Eutrópio – um dos seis técnicos remanescentes desde o início da competição – mantém um nono lugar com a quinta melhor campanha como mandante e sem risco aparente de queda.
Mas o que importa é que trabalhos de Sport e Atlético-MG devem servir de exemplo, não só no campo, como fora dele. Porque não é difícil evoluir estruturalmente e taticamente dentro de campo, basta ter planejamento e competência para tocar as ideias.
















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