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Disputar o Paulista é como brigar com bêbado. Se ganha o título, tem que ouvir os comentários de que conquistou algo que não vale nada. Se não ganha, ouve que nem um Paulista seu time é capaz de vencer.
Este ano já começou na mesma ladainha. Os times grandes jogaram, em média, meia dúzia de partidas, incluindo amistosos com até 11 substituições, ao mesmo tempo em que tentam organizar um arremedo de pré-temporada. Seus jogadores estão todos fora de forma, desentrosados e desinteressados. São atletas que pensam em Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-Americana ou Libertadores.
Do outro lado, estão os chamados pequenos, que por terem menos compromissos se preparam há mais tempo para a disputa. Qualquer time fora do quarteto Corinthians-Palmeiras-Santos-São Paulo tem o Paulista como objetivo máximo. Ganhar o estadual é a consagração para o ano inteiro. Afinal, tirando a Ponte Preta, só restará a eles as disputas das séries de acesso do Brasileiro, onde a briga é muito dura.
Os jogadores dos times pequenos têm no Paulista a chance de conseguir uma vaga nos grandes times para o resto do ano. Por quê William Pottker chorou ao falar das portas fechadas para ele no Corinthians? Porque ele sabia que ali começava a desmoronar (pode ser reversível ainda) sua chance de jogar por um grande no restante da temporada. Só o Corinthians lhe daria esta chance.
Dificilmente, ele seria titular no Palmeiras de Borja, no São Paulo de Pratto ou no Santos de Ricardo Oliveira. Por isso, os jogadores dos times do interior se superam, dão tudo de si contra os grandes.
Juntando o despreparo e desinteresse dos grandes com a fome dos pequenos temos um prato cheio para os críticos precipitados (99% do total de palpiteiros). No final da primeira fase do Paulista, as coisas começam a entrar nos eixos. Os grandes dificilmente não estarão entre os oito das quartas de final. Na semifinal, pode haver uma surpresa com Ponte, Red Bull ou Audax. Mas na maioria das vezes um grande (geralmente, o Santos) leva a taça.
Essa fase inicial serve para os corneteiros lançarem dúvidas sobre a capacidade de Eduardo Baptista, os abutres detonarem o Fábio Carille, ou até mesmo o mais fanático são-paulino duvidar de que Rogério Ceni pode ser tão bom como técnico quanto foi como jogador. Dorival Júnior está estabilizado no Santos.
A verdade é que dificilmente Palmeiras e Santos não estarão nas pontas dos torneios que disputarão neste ano. Que o São Paulo parece muito melhor em 2017 do que foi em 2016. E que o Corinthians não tem elenco para grandes pretensões, mas não é time para rebaixamento. A defesa está na média nacional, o meio de campo tem jogadores como Gabriel, Felipe Bastos, Rodriguinho, Jádson, Marlone, além de promessas que poderiam ser testadas neste primeiro semestre. Dá para montar um time que não perca pontos fáceis para pequenos e consiga, no mínimo, se manter nas posições intermediárias. Para quem está na tanga que o Corinthians está, até que isso seria um futuro consolador.
Perder do Audax fora, do Santo André em casa, do Ituano, suar contra o Red Bull e vencer com uma ajudazinha do juiz fazem parte desta fase inicial de temporada. Assim como fazem parte os gritos histéricos dos corneteiros e pessimistas. Os grandes ainda agregarão mais talentos no final dos regionais e na abertura das janelas internacionais, no meio do ano. Assim como podem perder jogadores. Mas, principalmente depois da mudança nas regras de disputa da Libertadores, fica cada vez mais claro que a temporada para valer dos grandes começará depois de março.
Concordo totalmente, Emerson Figueiredo! É uma Florida Cup bem menos atrativa e que dura meses. Uma tortura…
A FASE FINAL DO PAULISTÃO DESTE ANO PROMETE SER BEM EQUILIBRADA.
E O POTTKER FOI “PONTA FIRME” COM O TIME DELE, MAS ACABOU PREJUDICANDO A PRÓPRIA CARREIRA AO ENTRAR EM CAMPO PELA PONTE PRETA NA COPA DO BRASIL.
SERÁ QUE O CORINTHIANS NÃO PREVIU ISSO?
UMA PENA…