Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Com o bom início de Milton Mendes à frente do Vasco, substituindo o mediano (e não mais protegido) Cristóvão Borges, ficou confirmada a minha impressão após o anúncio do novo técnico cruzmaltino: todos os 12 grandes clubes do Brasil finalmente estão com treinadores que são bons ou promissores/apostas, e que efetivamente podem realizar grandes trabalhos. Não tem nenhum daqueles clássicos “tampões”, que sabemos que apenas sobrevivem em seus cargos (enquanto embolsam salários altíssimos). Vejamos:
Corinthians – o novato Fábio Carille se mostra um excelente montador de sistemas defensivos. Afirmo que se no ano passado a diretoria não tivesse feito a inexplicável contratação de Oswaldo de Oliveira e mantivesse Carille até o fim do Brasileirão, o alvinegro fatalmente teria se classificado para a Libertadores. Resta como desafio mostrar ser capaz de dar ousadia e autoconfiança ao time para jogar mais, atacar mais, mas isso pode ser conquistado aos poucos, com bons resultados encorpando o moral do elenco.
Palmeiras – Eduardo Baptista é um jovem treinador que já fez ótimos trabalhos à frente do Sport e da Ponte, e fracassou no Fluminense. No mínimo, mostrou grandes virtudes e está em período de afirmação como “técnico top”. No comando do Palmeiras, vem lidando bem com a grande cobrança e expectativa por assumir o campeão brasileiro e unanimemente apontado como “melhor elenco do Brasil”, e mostra saber fazer ótimo uso das opções do plantel para mudar o andamento das partidas.
São Paulo – o ídolo Rogério Ceni se propõe (e tem confiança e respaldo para bancar isso) a ser meio revolucionário, montando a equipe de modo muito ofensivo. Ainda que nas últimas partidas o time tenha melhorado na defesa e piorado no ataque, o ex-goleiro mostra como treinador a mesma qualidade que tinha como goleiro para sair da mesmice. Parece não se conformar com a mediocridade. E, indiscutivelmente, é uma atração à parte do tricolor nesta temporada.
Santos – ainda que contestado pelos maus resultado neste ano, Dorival Junior é corretamente apontado como um dos melhores treinadores brasileiros por praticamente qualquer pessoa. Além dos bons resultados, monta equipes “ativas” que se propõem a controlar o jogo e conta com o capital do bom trabalho realizado em suas duas passagens pelo Peixe.
Flamengo – Zé Ricardo mudou a equipe da água para o vinho no ano passado. De um rubro-negro apático e fraco com Muricy, o time da Gávea encorpou durante o Brasileirão, contou com o reforço de Diego e se firmou como um dos favoritos a qualquer coisa que disputar. Neste ano recebeu ainda mais reforços e viverá o teste de afirmação de uma carreira promissora.
Fluminense – Abel é um dos poucos treinadores brasileiros que são “medalhões”, consagrados, e ainda dão resultado (os outros são Tite, Cuca e Mano). Ídolo do Fluminense e do Inter, vem fazendo um ótimo trabalho nas Laranjeiras, comandando um elenco jovem e sem maiores craques e que vem obtendo os melhores resultados do Rio neste ano.
Botafogo – Jair Ventura foi o técnico revelação em 2016 e neste ano vem conduzindo o Botafogo em uma campanha muito positiva na sempre difícil e “cascuda” Libertadores. Tenho a melhor das impressões do jovem comandante alvinegro e de seu trabalho.
Vasco – Milton Mendes viveu ótimos momentos à frente do Atlético Paranaense e do Santa Cruz, além de ter a badalada credencial para ser técnico na Europa. Sem dúvidas é um técnico competente, e a mudança do Gigante da Colina após a sua chegada só ilustra isso.
Atlético – Roger Machado foi a revelação de 2015, mas decepcionou em 2016. Visto com muito boa vontade por todos, sem dúvidas é capaz de dar solidez e padrão tático a suas equipes. Neste ano enfrenta grande cobrança por comandar um dos elencos mais badalados do pais, cheio de craques e medalhões, e não tem muita desculpa para fracassos.
Cruzeiro – ao lado de Abel, Mano é o único medalhão entre os treinadores em atividade no país, e também é certeza de bons resultados. É muito difícil imaginar que comande uma equipe e não a classifique pelo menos para a Libertadores. Os ótimos resultados do Cruzeiro após sua chegada, e a campanha invicta neste ano, só reforçam isso.
Grêmio – Renato Gaúcho é tremendamente subestimado pela imprensa, mas já fez ótimos trabalhos no Grêmio e no Fluminense. Paga pelo seu jeito fanfarrão em um momento que privilegia treinadores “estudiosos” e “metódicos”, mas tem inegáveis qualidades para motivar e dar confiança a seus comandados, como ficou claro na conquista da Copa do Brasil no ano passado.
Inter – Antônio Carlos é o mais fraco de todos esses nomes, mas combina com o momento do clube. Se nunca deu ótimos sinais como técnico, fez uma competente carreira como diretor de futebol. Pode ser que seja reprovado, mas definitivamente não é uma perda de tempo.
Enfim, fico realmente aliviado por ver nossos clubes ousando, efetivando assistentes e apostando em jovens, cobrando por resultados e desempenho. Esse é sem dúvidas um bom legado do 7 a 1.
BOA SACADA!
DOS CITADOS, DORIVAL JÚNIOR É O QUE MAIS PRIVILEGIA O FUTEBOL OFENSIVO, E, POR ISSO, É O MEU FAVORITO!
Botafogo é grande?
Fico pensando o que um Vanderlei Luxemburgo da vida pensaria ao ler essa coluna. Será que ele se considera superado ou injustiçado?
Um resumo perfeito da situação atual do nosso futebol. As tentativas são válidas e espero que dê resultados.
O custo-benefício dos professores mais antigos era praticamente zero. Com a crise financeira, que obriga cada vez mais o aproveitamento dos jovens e a (errada) importação de hermanos de segunda linha, caiu a sopa no mel. Já que medalhão, caro, não garante títulos, melhor tentá-los com os mais jovens e ainda mais em conta.
Flamengo não está perdendo do tempo?
Desculpe a demora para responder, Arthur Andrade, mas só vi agora! Eu penso que não está perdendo tempo com o Zé Ricardo não. Inclusive, este “Flamengo favorito” é uma criatura do Zé Ricardo, porque antes dele, com Muricy, o rubro-negro sequer era visto como candidato ao título Brasileiro. Ou seja, algum valor ele tem sim.
Renan Prado