Créditos da imagem: Cartunista Omar Momani
Em 19 de outubro de 2015, Ciro Lima Filho, meu amigo pessoal, escreveu:
(…) a Chape cresceu, cresceu, cresceu, até chegar lá no topo, além das nuvens (…).
Bruxo?
Profeta?
Não, àquela altura, Ciro, através de um inspirado texto gentilmente escrito para o No Ângulo, apenas externou o orgulho que então nutria pelo simpático time da sua terra.
Curioso que a partir daquelas linhas meu carinho pela Chape só fez crescer, talvez resultado da saudade que passei a sentir do meu bom amigo desde a sua repentina mudança de São Paulo para a sua velha e boa Chapecó.
Mas não era “só” isso.
A admiração crescia também diante da boa gestão da Chapecoense, uma espécie de bomba de oxigênio para o nosso (muitas vezes) asfixiante futebol.
Só que isso seria interrompido…
Seria?
Quis o destino (coloquemos assim, vai. Dói menos!) que acontecesse tudo aquilo que sabemos e não gostamos de relembrar.
Num caso que inevitavelmente nos remete ao dos queridos Mamonas Assassinas, os nossos heróis de Chapecó (somados aos heróis da imprensa e demais tripulantes), assim como foi com Dinho & Cia há mais de 20 anos (!), perderam as suas vidas no auge profissional (e aqui uma ressalva para os sobreviventes, que precisarão de muita luz e apoio para que sigam em frente).
Tudo muito triste, claro. Mas, paradoxalmente, é exatamente a partir deste ponto que também começa a ficar bonito.
Explico: com as ações em cadeia iniciadas pelo Atlético Nacional, da Colômbia (de quem passei a ser torcedor assumido, do tipo que comprará até camisa), passando pelos nossos grandes clubes e até pela Conmebol e pela CBF (e aqui não entrarei no mérito se houve pressão popular ou demagogia por parte das entidades), o “meio” do futebol se portou de maneira com a qual andava desacostumado: FOI GRANDE.
E assim, numa espécie de “corrente do bem”, o Brasil, a Colômbia (que coisa linda!) e o mundo abraçaram a Chapecoense.
Chapecoense esta que tem todos os elementos (inclusive mercadológico, já que, apesar de pouco agradável a constatação, é inegável o crescimento de sua marca) para se reerguer.
Eu estarei na torcida.
E segue o jogo.
BONITO.
Belo texto
Belo texto!
Adorei o texto carregado de tantas emoções e esperança de horizontes para os Chapecoenses.
Show de bola
Lindo texto, Fernando Prado! Realmente, de tanta tristeza, veio a beleza por toda a união e nobreza demonstrada por várias partes em todo esse caso. O futebol e a vida em geral estão muito mais tristes, sem dúvidas, mas com muito mais momentos de beleza e nobreza, e esse é um legado da terrível tragédia!
[…] – Além das Nuvens […]