Créditos da imagem: Leo Fontes / O Tempo
Passou o tempo, o futebol mudou, as pessoas mudaram, o país mudou, mudando também o governo, os conceitos sobre religiosidade etc, mas uma coisa não mudou: o desrespeito que a polícia tem pelos torcedores dos clubes de futebol.
Sabemos que a violência é um caso endêmico nas sociedades de alguns países em desenvolvimento (se é que alguns países estão se desenvolvendo de fato), e um dos sinais mais preocupantes de uma democracia doente é a violência policial.
Domingo passado, de feriado de finados, a cidade de Belo Horizonte foi palco de cenas de barbárie típicas de “Faixa de Gaza futebolística”, só que não eram torcidas rivais que estavam envolvidas. As cenas de violência extrema foram exclusivamente protagonizadas pela Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Não só atleticanos foram incompreensivelmente agredidos pelos de farda, como, principalmente, os corintianos, que sequer conseguiam imaginar o motivo de estarem sendo tratados daquela forma. Talvez o motivo fosse o mesmo de sempre: resolveram viajar para assistir um jogo de futebol. Já na chegada, na cidade de Betim, os ônibus com torcedores paulistas foram sistematicamente parados para que seus passageiros recebessem a ordem de “descer” e, como numa típica chegada de “prisioneiros americanos”, começaram a ser revistados, e a humilhação começara. Assim que a revista terminava, os torcedores “forasteiros” eram orientados a adentrar os ônibus e permanecer com os vidros fechados. Logo, um estado de tortura estava literalmente caracterizado. Debaixo de um sol escaldante, os torcedores permaneceram dentro dos ônibus, das 11:00 até às 16:30h, sem direito a água. E quem não conseguisse ficar nesse estado e tentasse abrir um pouco a janela no intuito de “respirar um pouco”, recebia de imediato um jato de gás pimenta. As cenas que envolveram os ônibus com torcedores relembravam os filmes de concentração nazista.
Assim que os ônibus foram conduzidos até o estádio Independência, ocorreu o fato mais estranho: a Polícia Militar mineira conduziu a caravana justamente à entrada da torcida do Atlético Mineiro e sequer esperou os torcedores ( como é comum) se provocarem. De forma “preventiva”, iniciou ataques de bombas de efeito moral, balas de borracha e gás lacrimogênio, provocando pânico na torcida local e agravando o quadro de tortura da torcida visitante, que não podia descer dos ônibus, pois policiais ficavam com armas de bomba na porta dos ônibus ameaçando quem quisesse descer.
Após conduzir a torcida corintiana para uma outra rua, apertada e que dava entrada para a torcida adversária, mais abusos. A PM começou, absolutamente de graça, a atacar os torcedores, que desesperados entravam nas casas do entorno em busca de refúgio. Resultado: até moradores foram agredidos pelos insanidade policial.
Na volta, da caravana, os torcedores paulistas foram escoltados do estádio até a saída do estado de Minas Gerais a, no máximo, 30 KM/H, assim chegando em São Paulo já com o “sol na testa”.
Aos policiais, ficou a sensação de mais um dever cumprido, no qual os direitos humanos foram terrivelmente ignorados (bem como o Estatuto do Torcedor, que sabemos que é sistematicamente ignorado por quase todos).
Qual seria o motivo de tanta violência por parte de tantos que deveriam defender as pessoas. Falta de preparo? Salários baixíssimos? Ou seria uma ordem específica, típica de países nos quais a democracia é apenas uma “capa” para os mais incautos acreditarem que ela existe? De qualquer modo, fica o relato de mais um fim de semana no qual a violência policial foi plantada contra cidadãos. E, como sabemos, o plantio é facultativo. Mas a colheita é obrigatória! E a sociedade perde de qualquer forma.
A PM TEM MAIS EH QUE PEGAR PESADO COM ESSAS ORGANIZADAS!!!!!!!!!!!!!!
vai desculpar, mas entre as organizadas e a policia eu vou sempre ficar com a policia