Créditos da imagem: JC Imagem
Desde o rompimento com a Unimed, o Fluminense buscou se adequar a uma nova realidade: a aposta em jovens promessas vindas de Xerém. No entanto, com a parte financeira do clube se organizando, não demorou para que algumas novas apostas financeiramente ousadas – e até irresponsáveis – surgissem: Ronaldinho, Osvaldo e a volta de Cícero.
Tudo pela busca do equilíbrio entre base e “medalhões”. Pensando nisso, a diretoria tricolor tentou traçar um perfil ideal para o encarregado em comandar a equipe, alguém que tivesse sensibilidade para lidar com os jovens.
Iniciou o projeto com Cristóvão Borges, remanescente de 2014, o que não deu certo. Ricardo Drubscky assumiu, mas sofreu com a pouca experiência em times grandes e logo saiu. Enderson Moreira o substituiu em maio e teve um início promissor, chegando a posicionar o time no G4, quando alguns meninos da base como Gustavo Scarpa, Gerson e Marcos Júnior obtiveram algum destaque.
Todavia, o último técnico tricolor nunca se destacou por ser bom gestor de elencos (vez que saiu com a imagem “arranhada” de Grêmio, Santos e Atlético-PR) e parece ser vítima de sua forte personalidade.
Novamente – agora pelo Flu -, parece ter perdido o “vestiário” e desceu ladeira abaixo na tabela. Agora em 11º lugar, a cúpula do Fluminense tenta recomeçar um projeto que chegou a dar sinais de êxito.
Eduardo Baptista chega respaldado por um excelente trabalho no Sport para ser o quarto técnico do time carioca no ano. Sem dúvida, uma das revelações do mercado de técnicos emergentes do nosso futebol. Estudioso, bom teórico, conhecedor de táticas. O treinador é, inclusive, conhecido por saber lidar bem com a transição dos jovens da base para o profissional, além de “recuperar” o futebol de jogadores em baixa.
Entretanto, cautela é preciso. Eduardo chega para controlar um elenco recheado de estrelas e de atletas convictos do que querem. Este que vos escreve prefere não polemizar sobre quaisquer eventuais intrigas entre os jogadores e os últimos comandantes do clube que possam ter existido, mas conhecedores que somos desse “meio do futebol”, sabemos que tudo é possível. E onde há fumaça…
O técnico “gestor de grupos” tem que surgir para controlar uma possível disputa de egos. Além disso, a necessidade de recuperar o encaixe de um dos times mais competitivos do primeiro turno da competição.
Eduardo sabe como fazer isso. Suas filosofias e conceitos giram em torno de que o conjunto deve prevalecer antes da individualidade. Claro que este último artifício não pode (nem deve) deixar de fazer parte do jogo e do esporte em si, mas para isso existe o equilíbrio – algo notório no Sport de 2014-15.
De maneira que alguns conceitos podem ser esperados nesse “novo” Fluminense com o passar do tempo, à medida que seu novo comandante for dando sua cara à equipe: compactação e transição rápida, volantes que sabem sair para o jogo, além de presença e efetividade pelos lados do campo. Um time que se adeque às fases do jogo.
Mas, obviamente, Eduardo terá a missão que seu antecessor não conseguiu cumprir: encaixar Ronaldinho e Fred no time; algo complicado e já previsto pelo No Ângulo, em coluna anterior. Todavia, independentemente da presença dos dois medalhões em campo, o 4-2-3-1 deve ser mantido. E Osvaldo deve ser mais aproveitado, já que é a opção de velocidade mais experiente, além de ser um atleta talentoso, com grande potencial técnico.
Que Eduardo Baptista – mais uma boa aposta da nova geração – tenha sorte em sua nova jornada e confirme todas as expectativas que giram em torno de seu trabalho.
Concordo que é uma excelente aposta, boto fé no discípulo do Nelsinho! =D